Dirceu Ayres
Por Eliane Cantanhêde, na Folha: Ao confirmar que teve uma áspera discussão com o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) na semana passada, o vice-presidente Michel Temer disse ontem, depois de telefonar à presidente Dilma Rousseff, que "a situação agora é tranquilíssima". Temer contou que acertou três encontros com Dilma para esta semana: amanhã de manhã, na Base Aérea, "para tirar uma foto sorridente", uma conversa na terça-feira, de preferência a sós, e um almoço no Alvorada na quarta com senadores do PMDB, incluindo os considerados "rebeldes", que costumam votar contra o governo. O motivo da tensão foi o que Temer chamou de "ameaça velada" feita por Palocci, em nome de Dilma. Na semana passada, ele teria ligado ao vice-presidente dizendo que demitiria ministros do PMDB em caso de derrota -que de fato ocorreu- do governo na votação do Código Florestal na Câmara. Temer negou ter falado palavrões, mas contou que na conversa com Palocci o clima esquentou: "A conversa foi tensa, admito que subi o tom, falei alto mesmo, mas quem me conhece sabe que não sou de falar palavrões". No telefonema de ontem para Temer, Dilma reclamou sobre a divulgação do confronto e disse que "essa história toda é muito ruim e precisa acabar logo com isso". Temer respondeu que está disposto a "ajustar os ponteiros" e que tem conversado bastante com Palocci. Para ele, o episódio chegou à imprensa superdimensionado: "há muita intriga de ambos os lados [PT e PMDB]". FRAGILIDADE O secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, reconheceu a gravidade da crise com o PMDB. A desavença ocorre num momento de fragilidade do governo. Palocci está sob investigação do Ministério Público depois que a Folha revelou que ele multiplicou seu patrimônio por 20 de 2006 a 2010. O ministro, que atuou como consultor de empresas, não detalhou como agia. A expectativa de Carvalho é que ele se manifeste publicamente nesta semana. "O pior que pode acontecer agora é o governo parar." O esforço a partir de agora é de pacificação para a votação do Código Florestal e para evitar a instalação de uma CPI no Senado para apurar o crescimento do patrimônio de Palocci. A dissidência do PMDB pode ser decisiva. BLOG DO MARIO FORTES. Surrupiádo por nós. PALÁVRAS DO SEBENTO (LULA51) EM 1988 "No Brasil é assim: quando um pobre rouba, vai para a cadeia, mas quando um rico rouba ele vira ministro." (Sebento, o "eterno candidato" disse isso em 1988) Taí o Palocci, o Dirceu, e a Erenice que não deixaram o Sebento mentir. E não é que "O CARA" já estava avisando aos eleitores que os batedores de carteira iriam virar ministros no governo dos ratos vermelhos e ninguém se tocou? Hoje, nós eleitores não podemos reclamar quando vemos a bandalheira coletiva promovida pela classe política do Brasil.O Sebento também disse que no congresso haviam 300 picaretas. Apesar do "aviso" continuaram votando neles. Uma parte do povo tem memória curta, para a outra, existe o GOOGLE.