quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

MINHA VIDA OU VIDA DA GENTE

                                       Dirceu Ayres
Tem dia que esquecemos que temos uma vida e que essa vida é só nossa. E que minha vida é minha. Que apesar de não ter pedido para nascer, eu estou aqui e minha presença no planeta redondo é legítima. Eu tenho uma vida, ela é minha de mesmo, estou vivo (ainda) e posso fazer de minha vida o que bem entender. Posso ir ou ficar, trabalhar ou dormir, ter que viver de minha minguada aposentadoria ou até não querer mais nada de aposentadoria nenhuma. Posso voltar a trabalhar e ser autônomo ou empregado. Posso ser um vegetariano, budista, Presbiteriano, espírita ou ateu, ou mesmo até não ser nada nem querer religião nenhuma, fazer o que bem entender. Porque sou uma pessoa, tenho direitos. Tenho acessos a muitas coisas, tenho e posso dar passadas. Pernas que andam e, graças ao bom Deus, um corpo que funciona em quase um perfeito estado. Posso responder perguntas, contestar colocações, debater ou posso me calar. Tenho uma cabeça que pensa e pensa muito, são meus conhecimentos do passado, presente e que agora posso repassar ou deixar recolhido. Porque os dias passam, o mês acabou e o ano 2011 está em direção ao fim, quando será chamado de o final da primeira década do século XXI. E a gente esquece que é DONO, DONO de mesmo da própria vida. E que se, amanhã, você decidir fazer um curso de aramaico, Grego, Russo ou raspar a cabeça ficar careca e começar a correr pela rua, não é da conta de ninguém. (Desde que não esteja nu) Ninguém. Nem mãe, Nem Pai (que já não os tenho), irmã, mulher, chefe, vizinho. A gente vai se apequenando, se diminuindo, se acanhando, a desculpa é que está ficando velho e, como um carneiro velho e manso, vai obedecendo, não fala o que é preciso para não magoar ou mesmo desagradar a alguém e termina obedecendo, até perder o desejo das coisas da vida. Um belo dia pode acordar prá vida e tentar até mudar, como no livro do Leonardo Boff, você que nasceu águia percebe que virou uma galinha grogue, grogue e muito obediente. Muito Burra mesmo, aquele tipo de “Maria vai com as outras”. (Galinha vai com as outras) Sem energia para contestar, e é aí que a gente vira um maluco beleza, anda plantando bananeira ficando de cabeça para baixo. Não podemos nos tornar cavalinho bobo de carrossel, um passarinho de relógio cuco que de hora em hora sai pela portinha por breves segundos e volta para seu ostracismo. É hora de viver de verdade. O bem maior é a liberdade. Tenho certeza que não contribuí para a morte de JESUS, não forneci o isqueiro para acender a fogueira que matou JOANA D’ARC. Então porque esse castigo, ou depressão?, Ora bolas. Não vou mais pensar em nada, vou esperar que a vida por sua própria vontade, conta risco ou maneira resolva essas pequenas broncas que ainda me incomoda. Já que não sei ser um cara durão. Sou uma pessoa que professa a filosofia do “ajuda teu irmão” E Não vou infernizar minha vida com esse tipo de pequenez. Que Diabos de pequena estatura que costumamos usar, vamos acabar com isso. Temos leis berrantes como as chamadas de regime semi-aberto. Regime semi-aberto e não importa o tamanho da ficha criminal, se diz... Para uma ficha corrida dessas? Onde estão com a cabeça? A Vanessa morreu, mas não só pelas atrocidades desse assassino, o Estado é tão culpado quanto ele. Não dá mais para tolerar a legislação e o sistema prisional deste país, totalmente favorável ao crime. Quando será que discutiremos, seriamente, a pena máxima no Brasil? Falo da pena "fim de existência" para estas feras cruéis e violentas, que perderam o direito de serem chamados apenas de "humanos".Porque na verdade, o cidadão comum, já tem essa pena de na espreita, cada vez que sai de casa para trabalhar. Ele não sabe se volta. Mas o criminoso profissional, ao contrário, sabe que dificilmente fica preso muito tempo. Assim não dá para continuar. E mais do que hora de dizer: CHEGA!!! E Brasil, nada muda muito né? Inflação sob controle, economia cresce, Lula saiu aplaudido, Dilma veio, antes FHC, o Congresso... Empregos em alta, tudo isso é muito bom, mas o respeito pela vida é praticamente o mesmo desde antes da proclamação da República: quase nenhum. Basta ser réu primário e fugir de flagrante que qualquer atrocidade sai barata. Cumpre-sei 1/6 da pena, pega um desses advogados bons, praticamente se paga pouco por uma vida, uns 5 anos. Crime de trânsito então, nem cadeia. Sem punição e lei rígida continuaremos assistindo essas barbaridades.

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