Dirceu Ayres
São fatos que por si só dizem tudo. Nada justifica torturar e matar uma pessoa. Confesso a vocês que estou terrivelmente triste com tudo isso e por enquanto não me animo a analisar esse episódio de brutalidade. Espero que os jornalistas que fazem o dia-a-dia da grande imprensa possam mudar certas opiniões, pois o que tenho visto é só gente querendo aparecer ou ter seus cinco minutos de fama. Mas não vou escutar aquela conversa fiada politicamente correta em torno desse caso, passando a mão na cabeça dos criminosos. O Brasil nunca necessitou tanto de respeito à lei e à ordem; respeito às pessoas, às famílias, aos pais, enfim, respeito ao próximo e civilidade. Sim, alguns valores que podem ser interpretados como piegas caretas e vai por aí. Mas são esses valores que informam se a ação de uma criatura é racional ou simplesmente se sua atitude é a de uma besta com aparência humana. Infelizmente estamos vendo o povo brasileiro ser transformado numa manada de abobalhados irracionais justamente pela maldição do que é politicamente correto. Não costumo falar de tragédias que envolvem vidas humanas. Mas este caso de Santo André, que acabou com a morte de uma jovem, assassinada a sangue frio pelo ex-namorado, trouxe à memória vários casos de execução que tem acontecido no Brasil. A polícia tinha e tem que arriscar errar ou acertar, para proteger a possível vítima de um suposto terrorista. (seqüestrador). O desgraçado do assassino já tinha avisado que iria matar a moça, entrou no apartamento já com um revólver e a intenção de matar, o que vemos nas atitudes da polícia paulista quando teve a chance de atirar no assassino várias vezes na mira telescópica, sem agir, deixando-se envolver pelo aspecto romântico que cercava o episódio. Penso, na verdade, que o verdadeiro medo foi da reação das entidades de direitos humanos e dos famosos movimentos sociais, caso o seqüestrador tivesse sido alvejado. (morto). Por ironia, são estas mesmas entidades e movimentos que, hoje, começam a jogar nas costas da polícia paulista e, em última análise, do governador José Serra, a culpa pela morte da jovem Eloá. Eu ouvi isso? 'vai acabar em pizza'? De que sabor, meu senhor? Meio sangue, muito sangue, meio Ibope? Muito Ibope?. Não é por nada, mas precisamos rever toda a comunicação. Eu acho que algumas pessoas perderam totalmente a noção da responsabilidade que é trabalhar com comunicação. Ainda mais ao vivo. É um despreparo geral. As pessoas não são 'más' elas são despreparadas. Li nos comentários (e foram muitos) que teve apresentador que pediu para o seqüestrador dar 'tchauzinho' na janela se estivesse vendo o programa. Isso aconteceu mesmo? E, só pela força do argumento, pedir para o telespectador piscar a luz da sua própria casa mostrando que estava a assistir o seu programa?, Outra desgraça foi feito por uma apresentadora (em outro canal) entrevistando ao vivo o seqüestrador. Não Faz sentido culpar um profissional isoladamente. Televisão é equipe, direção, produção, tudo. A opinião de especialistas da polícia sobre a participação ao vivo dos envolvidos no crime nas emissoras de TV O texto traz uma informação importante para os que acham que quem não faz absurdos antiéticos só não o fez porque 'não conseguiu': "A Bandeirantes afirmou que não veiculou nenhuma entrevista com o jovem. O SBT informou que o advogado do rapaz entrou em contato com a emissora para oferecer a entrevista. O SBT não aceitou.” Quem não fez isso não fez porque não aceitou e não porque 'não conseguiu'. Aconteceu Por fim o que já estava sendo esperado... MORREU ELOÁ. Faleceu a refém, está feito. O objetivo do assassino teve êxito, muitas pessoas tiveram seus minutos de fama nos jornais e nas televisões e a mocinha morreu. Seus órgãos foram doados para várias pessoas, pois, A família autorizou a doação de órgãos de Eloá, que vai ser oficializada. Eloá era jovem, tinha boa saúde e seus órgãos poderão ser usados para salvar outras vidas. Ouvi também a entrevista com o delegado que preside o inquérito de toda a operação do crime e ele, reiterou que em uma negociação com seqüestrador, ninguém pode se intrometer. Não é questão de talento, experiência ou boa vontade, quem não está autorizado não interfere. Morre Eloá Que coisa mais absurda e tão inútil a morte desta menina. Ela é vítima, de uma tragédia de erros, da falta de competência, da falta de coragem de atirar no seqüestrador, da falta de escrúpulo. Lamentável e muito Dolorido. O único comentário que tivemos foi do sec. Nac. de segurança Pública: - O secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, afirmou, em Teresina (PI), "Eu acho que o comandante da Policia Militar de São Paulo tem toda razão quando disse que, se tivesse alvejado o rapaz, hoje a nação inteira e a mídia estariam contra a Polícia de São Paulo". Essa decisão ou indecisão levou a pobre ELOÁ a sepultura, Adeus e nunca mais.
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