Dirceu Ayres
Objetivamente bonitas, sim, as minhas filhas, tanto quanto se pode acreditar na objetividade de um pai. Bem, sei olhar, comparar, reconhecer a harmonia do conjunto. Os traços que nelas mais me agradam, admito, são os Franceses, que herdaram da Avó. E do pai, receberam além da inteligência, as características da boa gente vira-lata brasileira, que é o que sou. Sem pedigree. Não é difícil demonstrar que a ex. ministra Matilde Ribeiro cometeu crime de racismo e de incitamento ao ódio racial, ainda que faça questão de dizer que “não”. Numa democracia corriqueira, seria demitida e processada. No Brasil, vão passar a mão na cabeça dela, afirmar que ela se expressou mal, que não quis dizer exatamente o que disse. Vale dizer: no fim das contas, será protegida de si mesma por conta de dois preconceitos às avessas: porque é negra e porque é mulher, duas “minorias” de manual, que excitam os instintos mais primitivos da baixa sociologia brasileira. No fim de muitas misturas, resulta que minha pele é branca. (minhas filhas também) E nunca açoitei negros. Ah, calma aí: conheço a cascata. Não se trata de individualizar a responsabilidade, dizem eles. O “branco” é culpado como uma “categoria”, assim como o “negro” seria discriminado enquanto tal. É mesmo? A ex. ministra Matilde Ribeiro tem muitas idéias na cabeça, mas nenhuma bibliografia. A escravidão do negro nas Américas, minha senhora, no que respeita à cor da pele e não à raça é uma obra conjunta dos brancos e dos negros. Antes que os europeus escravizassem os africanos, estes se escravizaram a si mesmos. Antes que um mercador de escravos vendesse a sua “mercadoria” no Brasil, ele a comprava na África: e a comprava de outros negros. Meu amigo Sandoval Caju a página 221 do Livro O CONVERSADOR cita um extraordinário exemplo: “Edson Arantes do Nascimento –O PELÈ- pode ser considerado um Auto racista... Da pesada, haja vista que até hoje já de idade, não se conhece amizade firme entre ele e qualquer homem ou mulher de cor. Casou com Rose uma moça de Santos que é branca como a neve que depois de alguns anos se separaram. Procurou XUXA, jovem artista Brasileira de olhos azuis e que os críticos acham um flagrante desrespeito as Ebaninas, não quis reconhecer a filha talvez por ser Negra e estáva casado com outra branca. Parece se tratar de um racista, só que às avessas; imune, portanto, de sansões da lei de MELO FRANCO. Sua conduta esdrúxula civil não é censurada pela Imprensa, porque a fama que o acode é insuperável”, etc.etc.etc.” Em minha modesta opinião a Respeitável ex. Ministra está redondamente errada. Não sou suspeito de emitir opinião, pois sou branco de descendência francesa e tenho olhos verdes, todos os meus filhos também nada têm contra Negros, Asiáticos e nenhuma outra raça, mas gostaria que no Brasil mantivéssemos respeito por todos, principalmente em sendo Ministro de Estado, um cargo tão alto que tudo que diz, ou vira fofoca ou pesa muito na interpretação. Ser Ministro, é ser Governo, é ter responsabilidade para consigo e para com todos, tudo que diz... Pesa, levam em conta, precisa ter mais cuidado, mais atenção principalmente com as palavras.
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