sexta-feira, 1 de abril de 2011

A HORA DA MORTE



                                                                  DIRCEU AYRES
Nem as sombras de inúmeras feições
Brados desmontados, queixos caídos,
Lágrimas falsas caindo para o chão,
Risos de escárnio, ou gritos já vencidos.


Só lendas e sendas de um trovador,
Bocas cantando uma bela canção,
Só as sagas desse grande sonhador
Dedos volitando cordas de um violão.


E assim minha alma com ternura
Subirá para a terra da luz dourada
Para onde vou o local só tem doçura
Não trilhará nunca mais esta estrada.


Aí sim, vencerei a morte tão danada!
Levarei comigo essa minha amizade
Dos que ficam prá trilhar essa estrada
E com isso diminuirei a tal saudade.


Pois amizade é pura não se contamina
Será lembrada muito além do infinito,
O prazer de tela junto é que me anima
Não preciso vê-la, pois, apenas sinto.


Seguirei por fim a grande estrada
Até chegar na entrada da caverna
Dos antigos com estória tão sofrida.
Local amigo onde a vida se encerra.

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