sábado, 5 de maio de 2012

Depois de peitar os bancos, Dilma vai peitar 5,3 milhões de produtores rurais ou meia dúzia de ONGS estrangeiras?


      Dirceu Ayres

Ontem, as ONGS estrangeiras comandaram um verdadeiro ataque contra a democracia brasileira, utilizando modernas estratégias de marketing. É a batalha contra o Código Florestal, a primeira grande reforma feita no Brasil nos últimos anos, coordenada e comandada pelo Congresso Nacional. No twitter, lançaram uma hashtag denominada #vetatudodilma. Esta rede social, tentando evitar a manipulação dos resultados, bloqueou a expressão. Junto com a hashtag, as ONGS estrangeiras acionaram os famosos "robôs", usuários fakes. Cada um é capaz de enviar 300 mensagens até ser identificado pelo twitter, que o bloqueia. Mas o estrago está feito. Quase uma hora depois do início do tuitaço, a coordenação do protesto alertou em plena rede que o twitter estava bloqueando #vetatudodilma e que os participantes deveriam trocar para #dilmavetatudo. Em dois minutos, a expressão, puxadas pelos "robôs", chegou ao segundo lugar nos "trends", o ranking das expressões mais usadas. No dia anterior, as ONGS estrangeiras haviam publicado um anúncio a cores no Estadão, a um custo de R$ 200 mil, usando a assinatura da presidente Dilma Rousseff e pedindo que ela "assinasse" o veto ao Código Florestal. Na semana anterior, atacaram um enquete da revista Globo Rural, a mais importante do agronegócio, lançando novamente os seus "robôs", fazendo com que um levantamento sem valor científico fosse transformado em propaganda. Como venceram a enquete, o slogan era: nem os ruralistas são a favor do Código Florestal. A revista Globo Rural, alertada, colocou o seu editor-chefe, Bruno Blecher, a baixar o nível contra internautas, mesmo diante da falcatrua que estava sendo cometida. Não é o primeiro jornalista que, mesmo comendo pela mão da agropecuária, ataca o setor. Virou modismo ser contra o Brasl Rural. Por fim, no dia de ontem, o ápice da campanha. Camila Pitanga (veja post logo abaixo) pediu o veto de Dilma ao vivo, traiçoeiramente, dentro de um evento onde a presidente estava como convidada, sem poder controlar o cerimonial. Mas quem são estas ONGS estrangeiras que atacam a soberania do Brasil e a democracia do nosso país? Vejam, abaixo(cliquem sobre os mesmos para ampliar; ou use ctrl+), um documento da ABIN que analisa a atuação das mesmas em Belo Monte. São as mesmas que atacam o Código Florestal. Hoje a revista Veja publica uma matéria em que afirma, em seu título, que Dilma é mais ousada que Lula. Que estaria fazendo reformas que o antecessor não teve coragem de fazer. A presidente peitou as ONGS estrangeiras em Belo Monte. Segundo as pesquisas, em vez da sua popularidade cair, subiu. O que significa que a pauta ambientalista é puro marketing, pois o povo sabe muito bem de onde vem a comida que enche a sua barriga. Ontem, uma pequisa mostrou que mesmo que 94% dos brasileiros tenham sensibilidade aos temas ambientais, apenas 3% ligam os nossos problemas à agropecuária. Quase dez vezes mais culpam a indústria e, nisso, estão cobertos de razão. O nosso país tem 61% do território coberto por vegetação nativa, um número que ninguém pode ostentar. Tem porque cuidamos e preservamos. Apenas 27,7% do nosso território é usado pela agricultura. Sabem quantos porcento do país é dos índios? 14%! Dilma Rousseff tem a caneta na mão. Tem a prerrogativa democrática do veto. È seu direito. Mas também tem da aprovação integral do Código Florestal. Resta saber se a presidente que peitou os bancos vai enfrentar meia dúzia de ONGS internacionais e dois adversários políticos - José Serra e Marina Silva, favoráveis ao veto - ou se vai ficar ao lado de 5,3 milhões de produtores rurais que garantem um quarto do PIB, um terço dos empregos, 40% das exportações e mais de U$ 20 bilhões de superavit primário por ano. A escolha é dela.

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