segunda-feira, 14 de maio de 2012

FALCÃO COMANDA OS VIRA-BOSTAS VIRTUAIS DO PT



     Dirceu Ayres

O general: Sob o comando de Falcão, vira-bostas virtuais do PT seguem os passos de China, Irã e Venezuela  A internet aceita tudo. Chantagistas contrariados fazem circular fotos de atrizes nuas (vide o caso Carolina Dieckmann), revelam características físicas definidoras (“minimocartaalturareal1m59cm”), apelidam sites com artigos do Código Penal (“171”, estelionato) e referenciam-se em doenças venéreas -- por exemplo, na sífilis (grave doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum) -- para formar sufixos de nomes. É lamentável sob todos os aspectos que uma inovação tecnológica produzida pelo engenho, pela liberdade criativa e pela arte, combinação virtuosa só possível sob o sistema democrático capitalista, baseado na inovação, na economia de mercado e na livre-iniciativa, tenha nichos dominados por vadios, verdadeiros limbos digitais onde vale tudo -- da ofensa pura e simples a tentativas de fraudar a boa-fé dos usuários. Cidadãos que se sintam atingidos por epítetos como esses acima, que vagam pela internet, infelizmente, não têm a quem recorrer. Infográfico: saiba como a milícia virtual frauda o Twitter A rede mundial é descentralizada, não possui um comando único nem um mecanismo de regulação. Falta-lhe uma cabeça como, talvez, a do atual presidente do PT, Rui Falcão, alguém com estatura moral, motivações nobres, enfim, mão forte para fazer baixar, em nível planetário, um pouco de ordem e respeito sobre esse reino virtual tão vulnerável. Enquanto não houver uma governança mundial centralizada sobre a internet, nos moldes que propugnam Falcão e outros acipitrídeos, pandionídeos e falconídeos partidários, será essa indecência -- atrizes com fotos íntimas circulando sem o consentimento delas, cidadãos vendo suas características físicas caricaturadas, empreendedores com suas iniciativas associadas a artigos do Código Penal ou vendo sua notoriedade duramente construída tisnada por sufixos que lembram horrendas e deformadoras moléstias do corpo e da mente. Em algum momento, essas diatribes precisam ser atenuadas, pois nem os filtros disponíveis nos programas de mensagens são capazes de impedir essas distorções que tanto atrapalham a funcionalidade e minam o gigantesco potencial civilizatório da fenomenal invenção nascida das melhores cabeças científicas e comerciais dos Estados Unidos da América. Um dos grandes biólogos vivos, o britânico Richard Dawkins deu também uma contribuição duradoura às discussões sobre comunicação e internet quando sugeriu que idéias e genes têm algo em comum. Da mesma forma como os genes procuram se replicar na natureza, produtos do pensamento que Dawkins chamou de “memes” sobrevivem ou não na memória das pessoas. Uma lógica semelhante à da seleção natural valeria para os memes, de modo que alguns conceitos, imagens, metáforas ou estilos musicais subsistiriam, enquanto outros seriam descartados. É útil para quem acompanha a vida da internet raciocinar dessa forma. No Twitter, rede social que em março teve 12 milhões de visitantes brasileiros, todos os dias despontam milhares de memes na forma de hashtags, que são slogans ou temas para discussão antecedidos pelo sinal #. Essas palavras de ordem competem por atenção. A maioria é ignorada. Algumas despertam um interesse genuíno, são replicadas por um grande número de pessoas e acabam na lista de Assuntos do Momento organizada pelo serviço. Mas, assim como a engenharia genética pode modificar aquilo que surgiu espontaneamente na natureza, a computação pode alterar o destino de uma ideia lançada na rede. Nesse caso, o produto é invariavelmente um monstro, porque esse processo não apenas viola regras explícitas de uso das comunidades virtuais, mas também corrompe os princípios da livre troca de informações e opiniões na internet. É virtualmente impossível saber quem programou um robô malicioso -- e isso envenena ainda mais as águas e mina as bases da comunicação de boa-fé na rede. Mas é possível flagrar o seu uso. A situação se torna preocupante quando os robôs que fraudam um serviço como o Twitter são postos a serviço da propaganda ideológica. E piora ainda mais, ganhando os contornos da manipulação política, quando eles trabalham para divulgar teses caras ao partido que ocupa o poder. Isso, infelizmente, começa a acontecer no Brasil.

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