Dirceu Ayres
Visivelmente abatido e amparado por uma bengala, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem a sua segunda aparição pública desde que terminou o tratamento contra um câncer de laringe. Ele participou de um seminário sobre a África organizado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no Rio. De acordo com a assessoria do ex-presidente, ele vem se recuperando bem, mas ainda precisa de ajuda da bengala para caminhar. Durante o tratamento, Lula perdeu 18 quilos, parte deles já recuperada.
Dos sete integrantes da mesa oficial ontem, Lula fez o discurso mais longo, de cerca de 20 minutos. Ele pediu desculpas pelo ritmo mais lento e pelo tom mais baixo de sua voz. "Faz sete meses que eu não falo. Espero que não tenha esquecido como faz isso", disse o ex-presidente. O ex-presidente leu o discurso, uma prática pouco usual para ele, e evitou improvisar para não se estender. Deu ainda pequenos sinais de cansaço e parou algumas vezes para beber água. "Ele está bem melhor. Vocês o estão achando abatido porque não o veem há muito tempo", afirmou à Folha o ex-ministro da Comunicação Social Franklin Martins.
A agenda de Lula no Rio foi longa. Ele participou de todo o seminário, que durou das 9h30 às 14h. Depois almoçou com autoridades presentes. Em seu discurso, enfatizou as oportunidades de investimentos para empresas brasileiras na África, em setores como infraestrutura, petróleo e agronegócios. "O Brasil tem um dever de solidariedade para com a África. O suor dos escravos africanos que por muito tempo trabalharam por aqui ajudou a construir o país que temos hoje", disse Lula. Hoje o ex-presidente cumprirá mais uma agenda no Rio de Janeiro, desta vez ao lado da presidente da Dilma Rousseff. Ele receberá o título de doutor honoris causa de cinco faculdades públicas do Estado -quatro federais e uma estadual.(Folha de São Paulo)
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