Dirceu Ayres
Quando era jovem não deixava por menos, se a moça queria era traçada. Nunca gostei de mulheres comprometidas casadas ou de companheiro, mesmo que o companheiro fosse só de programas esporádicos. Mas como dizia minha mãe todo sabido tem o seu dia e esse dia aconteceu. Estava trabalhando e além de ter fama e bom moço, tinha também de rico ou endieirado. Apareceu um belo dia uma mulher de olhos de mel, a pele de uma textura Liza e bem tratada e se tinha maquiagem acho que era mais natural que de costume. Alta, bem alta talvez 1,80 ou 1.90 de altura quadris largos, seios grandes e rígidos e naquela época (1956) não tínhamos a facilidade de cirurgias plásticas, usava um decote muito generoso talvez para mostrar o quanto a mãe Natureza havia sido generosa com ela. Procurei um defeito por pequeno que fosse... Triste melancolia, não achei nada que desabonasse aquela criatura caso ela fosse candidata a DEUSA do Universo. Fizemos uma boa amizade e descobri logo que ela era filha de Fujencio Batista o ex presidente de Cuba que foi derrubado pelo Fidel Castro, ela e toda família estavam morando em Miame. Ficamos ótimos amigos ou um pouco mais, procurando nos entender Ela me disse chamar-se Gleide Ana Batista ayayala e explicou porque ela falava espanhol e meus conhecimentos desse idioma naquela época era muito pouco ou nada mesmo. Fomos para Recife e lá para mostrar que eu não era “fominha” nos hospedamos em um grande e luxuoso Hotel só não lembro se tinha alguma estrela. Amamos-nos com muito amor e garra e quando levantei para tomar uma bebida e um banho na intenção de começar tudo outra vez. De repente um grito, não um grito comum, um grito saído do fundo da garganta e terrivelmente horroroso, olhei e minha querida amada estava com o dedinho apontando para o chão e gritava ao mesmo tempo. Procurei acalmá-la para entender o que ela dizia e quando conseguí... Ela dizia La cuca racha, La cuca racha e eu queria entender, mas cuca racha não sabia mesmo o que significava, o rapaz do Hotel ouviu os gritos e veio ver se podia ajudar, quando tudo foi explicado o rapaz apontou para o canto da sala e eu vi uma Barata imensa olhando para mim. De imediato me transformei em um huck improvisado, agarrei uma cadeira forte de madeira maciça e detonei em cima da barata, esbaforido, cansado, molhado de suor juntei os pedaços da enorme cadeira quebrada, nesse ínterim, vi a barata passar olhando para mim pelo canto da parede e entrando no buraco que devia ser a moradia dela. Pensei comigo, deve estar rindo de mim. Mas meu trabalha agora era mostrar que eu tive muito boa vontade, só não consegui matar a famigerada barata, fica prá outra vez.
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