Dirceu Ayres
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, encontrou-se nesta quarta-feira com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto para dar explicações sobre a versão mentirosa que contou sobre sua viagem ao Maranhão, em 2009. A reunião foi "secreta": tanto a agenda de Dilma quando a de Lupi diziam que eles estavam em “despachos internos”. De acordo com uma fonte do Planalto, Lupi manteve a versão de que nunca viajou a bordo de um avião providenciado pelo presidente de ONGs Adair Meira e disse que vai provar sua inocência. O ministro, no entanto, não entregou qualquer prova disso a Dilma. Pelo menos por enquanto, a decisão da presidente é de manter o ministro no cargo. A situação de Lupi se complicou ainda mais depois que o site de VEJA publicou, nesta terça-feira, um vídeo que mostra que o ministro mentiu ao dizer que desconhecia o presidente de ONGs Adair Meira e que não viajou no avião King Air providenciado por Meira. Para receber o ministro, a presidente remarcou a reunião de coordenação política, prevista para as 10h30. O encontro com a base foi adiado para as 15 horas. Depois de deixar o Planalto, Lupi seguiu para o Ministério do Trabalho, onde se reuniu com o presidente em exercício do PDT, o deputado André Figueiredo (CE), e com o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). O encontro durou menos de uma hora. Integrantes do partido ainda não se convenceram com as versões apresentadas pelo ministro. "Ele precisa dar explicações", avaliou o líder do PDT na Câmara, Giovanni Queiroz (PA). “Precisamos ser os primeiros a ouvir, da boca dele, o que está acontecendo”, afirmou o senador Acir Gurgacz (PDT-AC). “Alguma coisa não está batendo”. Lupi deverá prestar depoimento no Senado na quinta-feira. Palácio do Planalto - A situação do ministro não foi tratada durante reunião de coordenação no Palácio do Planalto. De acordo com a Presidência, o encontro foi dominado por assuntos relacionados às votações de projetos no Congresso Nacional. O governo espera, por exemplo, a aprovação nas próximas semanas da proposta que prorroga a Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 2015. O Planalto também acompanha a votação das mudanças no Código Florestal que deve ocorrer ainda este mês no Senado. O secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, fez uma exposição sobre a conjuntura econômica nacional e disse que a proposta sobre o fundo de pensão pode ser votada até o fim do ano pelo Congresso. Além de Dilma, participaram da reunião ministros e os líderes do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e no Congresso Nacional, o senador José Pimentel (PT-CE). Do site da revista Veja
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