Dirceu Ayres
A pedido do governador Marconi Perillo (PSDB-GO), o advogado Carlos de Almeida Castro afirmou ontem que irá pedir à Procuradoria-Geral da República que instaure inquérito para investigar o tucano no caso Cachoeira. O advogado de Perillo afirma que a decisão servirá para desmentir as suspeitas que recaem sobre o governador. "Estou fazendo uma coisa inédita a pedido do meu cliente. A imagem dele está sendo deturpada e a investigação vai nos ajudar a mostrar isso", afirmou. Gravações feitas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo levantam a suspeita de que o empresário Carlos Cachoeira enviou dinheiro, escondido numa caixa, para um integrante de seu grupo que estava na sede do governo de Goiás. Segundo o site do jornalista Mino Pedrosa, que é ex-assessor de Cachoeira, o valor enviado ao Palácio das Esmeraldas foi de R$ 500 mil. As gravações foram feitas em junho do ano passado. Nelas, aparecem Cachoeira, Gleyb Ferreira da Cruz, um dos principais auxiliares do empresário, e Wladimir Garcez, ex-vereador de Goiânia, que é apontado como elo do grupo com políticos. Nos diálogos gravados, Cachoeira afirma que mandará o "negócio" por Gleyb até Garcez, que estaria no palácio esperando por uma audiência com Perillo. Pelos áudios, não fica claro se o dinheiro de fato chegou às mãos de qualquer pessoa do governo goiano. O relatório da Polícia Federal apresenta os diálogos com o título: "Entrega de dinheiro no palácio do governo de Goiás". Perillo classificou a história como "irresponsável, leviana, inverídica e despropositada" e negou qualquer encontro no palácio. O tucano é aliado do ex-vereador que teria recebido o dinheiro, mas nega qualquer tipo de irregularidade na relação com ele. O tucano também admite ter se encontrado com Cachoeira, mas afirma que nunca foi discutido assunto que seja ilegal. Além de ser advogado de Perillo, Almeida Castro e advogados do seu escritório também defendem o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).(Folha de São Paulo)
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