Dirceu Ayres
A Polícia Federal indiciou 55 pessoas, sendo 43 médicos, por uso ilegal de botox em pacientes nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e São Paulo. A divulgação da finalização das investigações da Operação Narke, deflagrada pela PF em no último dia 3, ocorreu na tarde desta quinta-feira (26). Além dos médicos, oito comerciantes e quatro distribuidores também foram denunciados por comércio clandestino. Segundo a PF, os médicos envolvidos no esquema usavam a toxina botulínica tipo A em clinicas estéticas localizadas nos Estados de Pernambuco (28), da Paraíba (10), do Piauí (3), do Rio Grande do Norte (1) e de São Paulo (1). A toxina importada não tinha autorização da Anvisa (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária) para comercialização no Brasil e pode trazer riscos à saúde do paciente. Segundo a PF, o botox importado era trazido de outros países por comerciantes, que ao chegarem ao Brasil, repassavam a substância a preços abaixo do cobrado no mercado a comerciantes, que revendiam aos médicos. Os médicos de Pernambuco envolvidos no esquema serão também denunciados ao Cremepe (Conselho Regional de Medicina de Pernambuco), enquanto os dos demais Estados ao CFM (Conselho Federal de Medicina) para que sejam abertos inquéritos administrativos e sejam punidos pelo código de ética médica. Na Justiça, os indiciados vão responder por crimes contra a saúde pública e contra a ordem tributária, além de contrabando. Os delitos previstos podem dar até 15 anos de prisão.Segundo a Anvisa, apenas cinco laboratórios estão habilitados para trabalhar com o produto no país. A PF alerta os pacientes que forem usar a substância que solicitem à clínica a embalagem do produto a ser injetado para verificarem o selo de identificação da Anvisa e o nome do laboratório que produziu o botox. O contrabando Segundo a PF, a entrada clandestina do botox importado “era executada por empresários que praticavam, eles mesmos, o contrabando da toxina, em típico comportamento de “mula”. Com viagens frequentes para o mesmo destino e com poucos dias de estadia. A PF informou ainda que ao chegar ao Brasil, o botox importado era misturado a cargas de importação lícitas para despistar o contrabando.A operação Narke também descobriu a venda de outros medicamentos proibidos no Brasil, como metacrilato, cânulas e prótese de silicone, que eram comercializados por estabelecimentos sem alvará sanitário. Em nota, a polícia informou que “as investigações apontaram que esses produtos eram adquiridos pelos médicos, ou diretamente pelos pacientes, através da indicação dos médicos, de estabelecimentos desprovidos de qualquer licença dos órgãos de vigilância sanitária, sem qualquer condição de armazenamento e sem nenhuma garantia da boa conservação desses produtos, em total dissonância com as exigências da Anvisa em relação à rastreabilidade dos produtos médicos e biológicos." Veneno de abelha vira "botox natural" em Tatuí-SP O veneno da abelha faria a pele reagir aumentando a produção de colágeno e a elasticidade da pele Um laboratório de Tatuí, a 140 km de São Paulo, desenvolveu uma linha de cremes de beleza à base do veneno de abelhas produtoras de mel. O produto aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e lançado comercialmente funciona como um "botox natural" - a pele reage ao veneno aumentando a produção de colágeno e melhorando a elasticidade. De acordo com o pesquisador e apicultor Ciro Protta, sócio proprietário do laboratório, o princípio ativo do cosmético, que também contém pólen e mel, é a melitina, um aminoácido presente no veneno da abelha. A substância "engana" a pele, transmitindo a sensação de uma picada de abelha e desencadeando uma reação ao veneno. A circulação sanguínea melhora e as peles mortas são eliminadas, reduzindo as rugas. Protta pesquisa as abelhas há mais de vinte anos e já desenvolveu outros produtos à base de mel, própolis e veneno, lançados comercialmente. A obtenção do veneno sempre foi um problema: quando uma abelha ataca uma pessoa, ela perde o ferrão e acaba morrendo. O pesquisador criou e patenteou um equipamento que permite a coleta do veneno sem matar as abelhas. Trata-se de uma haste metálica levemente energizada e colocada na entrada da colmeia. Quando a abelha pousa, leva um pequeno choque e reage com ferroadas, expelindo o veneno que escorre para um recipiente. Como não perde o ferrão, a abelha sai ilesa do ataque. Aliny Gama Do UOL, em Maceió
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