terça-feira, 15 de maio de 2012

A FARTA E ESCABROSA DISTRIBUIÇÃO DE PLUMAS E PAETÊS


    Dirceu Ayres

Valmir Fonseca Azevedo Pereira Uma das mais degradantes medidas que presenciamos nos últimos anos é a visão distorcida seja por defeito físico seja por escandaloso puxa - saquismo de determinadas autoridades. Sem pejo, elas distribuem honrarias e distinções. O ato sempre ocorre com pompa e muita circunstancia. A apoteose é do interesse do agraciador e, logicamente, do agraciado. Assim, sem pedir (?), mas extremamente gratificado com tanta honra, o honorável aceita a comenda, a medalha, o diploma, a distinção. São as plumas e os paetês que enfeitam a sua vaidade. As plumas no vasta rabo, e os paetês em torno da face, resplandecendo a risonha cara - de – pau. Um espanto de bonito. As autoridades concedentes, escandalosamente, jogam no lixo, normas, tradições, e o respeito à sua entidade ou instituição e, principalmente, com desrespeito aos antigos amedalhados e diplomados, que com tanto sacrifício, esforço, dedicação e às vezes árduo estudo alcançaram a distinção e, sem o menor pudor, concedem mimos de alto valor simbólico para qualquer um. Infelizmente, esta farta distribuição deve ser conseqüência da orgia de barbaridades a que assistimos, em todos os níveis da desavergonhada sociedade brasileira, pois os agraciadores gozam de altas posições, devendo (ou deveriam) ter um mínimo de recato. A pilantragem ocorre como uma praga, disseminada por cotas inconcebíveis que se espraiam por cotas de homenagens indevidas a qualquer energúmeno. Assim, como o fabuloso Ronaldinho gaúcho, que por realizações desconhecidas pelos reles mortais, foi agraciado pela vetusta Academia Brasileira de Letras, que prêmio ou exaltação deverá esperar no futuro, a madrinha da recente “melhoria ” do vernáculo português? Ultimamente, não sabemos se para provocar o homenageado, uma vez que todos sabem que o dito nunca foi chegado às lides estudantis, diversas universidades e outros templos do ensino, entronizando a imbecilidade, em massa, distribuíram diplomas de Doutor Honoris Causa. E com alarde, e com magnificência, e com trombetas em claro e descarado desrespeito a tudo o que de honrado a entidade preservava até àquela data. Impressionantemente degradante. No Brasil, assistimos não apenas à assunção da impunidade, ao enterro da meritocracia, testemunhamos muito mais, a degradação dos indivíduos, a edificação de um templo à hipocrisia, portanto, quando falam em instituir um memorial, um monumento a um grande cretino, só nos resta rezar para que um dia, uma hecatombe caia sobre esta terra e apague da nossa história, homenangeantes e homenageados. Bons tempos em que os nativos adoravam o sol, as estrelas, o mar, pois depois de anos de lavagem cerebral, esquecemos das maravilhas da natureza, e cá estamos prestes a adorar um mal cheiroso monte de esterco. A maldade, a inépcia, a falta de caráter, a patifaria e uma gama de atributos que ornam os patifes sempre existiram, contudo, tristemente, testemunhamos a glorificação da calhordice, e, inclusive, a sua premiação. É como se volta – e – meia tivéssemos a distribuição do Oscar da patifaria, o Oscar de melhor Diretor do escárnio nacional, e todos, aplaudindo de pé, delirantemente, e aos gritos de “ELE merece” , chorássemos de alegria. Breve, ELE será entronizado Doutor Honoris Causa pela Universidade do Comando Vermelho por decisão unânime de seus Reitores. Gen. Bda Valmir Fonseca Azevedo Pereira

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