sábado, 7 de maio de 2011

AMARGURA DE CRISTINA

.                                                  Dirceu Ayres
Uma das delícias do jornalismo na internet é a conversão dos leitores em parte integrante da notícia. No instante em que esse texto está sendo escrito, a “cozinha” do blog, área de trabalho do repórter, informa: Já foram enviados a esse recanto da web 1.079.620 comentários de leitores. Desse total, 942.996 foram divulgados.Os outros 136.624 desceram ao purgatório, espaço inacessível aos navegantes, onde repousam as mensagens bloqueadas. Dias atrás, uma leitora irritou-se com artigo veiculado aqui. Enviou uma mensagem de protesto.Indentificou-se como Cristina que odeia o Josias de Souza. Depois de explicitar as razões de seu ódio, Cristina deu um conselho ao repórter: “Você já era. Deveria acessar um blog de aposentadoria. Mas A necessidade de encher a geladeira impede o repórter de atender Cristina integralmente. Mas ela será parcialmente contemplada. Nos próximos dias, o blog vai navegar em www.ferias.com.br.. Uma boa notícia para Cristina e para os outros 21 leitores desse espaço. A má notícia é que o repórter voltará logo. Pena. Mas ainda não invetaram um contracheque imune ao derramamento de suor. Para ventura de Cristina, também não foi inventado o ser humano capaz de acompanhar o ritmo das máquinas. Desde a fase da pedra lascada, todas as ferramentas de produção evoluíram, menos o gênero humano. O repórter vem de um tempo em que a notícia era batida em máquina de escrever e rebatida pelo operador do linotipo. Hoje, volatilizada, a informação voa de um computador ao outro sem ser tocada por mãos humanas. Para alguém que ainda não sabe direito como funciona o interruptor de luz, a adaptação não tem sido fácil. O computador chegou para provar que existe um ser superior que dirige o universo. Só faltou explicar como ele passou no psicotécnico. De tempos em tempos, quando o repórter pensa que já domina a máquina, ela cuida de demonstrar sua superioridade. O computador engole textos que custaram a ser escritos, rosna alarmes de vírus, trava, desliga-se sozinho. Tem vida própria. E é dado a sacanagens. Dono de sistema operacional primitivo, que exige oito horas de sono e alimentação regular, o repórter vê-se compelido a sair em férias de raro em raro. Por sorte, há www.cristina.odeiojosiasdesouza.com.br para lembrar que chegou a hora de descansar. Assim, até logo. Volto antes do final do mês. Já não vejo a hora de açular o ódio de Cristina. Surrpiádo do blog de Josias de Souza.

CRÔNICA DA LOUCURA

             Dirceu Ayres
O melhor da Terapia é ficar observando os meus amigos loucos. Existem dois tipos de loucos. O louco propriamente dito e o que cuida do louco: o analista, o terapeuta, o psicólogo e o psiquiatra. Sim, somente um louco pode se dispor a ouvir a loucura de seis ou sete outros loucos todos os dias, meses, anos. Se não era louco, ficou. Durante quarenta anos, passei longe deles. Confesso, como louco confesso, que estou adorando estar louco todo dia, toda semana, todo mês. Para fazer terapia o melhor mesmo da terapia é chegar antes na sala do Médico, alguns minutos e ficar observando os meus colegas loucos na sala de espera. Portanto, a sala de espera sempre tem três ou quatro ali, ansiosos, pensando na loucura que vão dizer dali a pouco. Ninguém olha para ninguém. O silêncio é uma loucura. E eu, como louco, adoro observar pessoas, imaginar os nomes, a profissão, quantos filhos têm, se são mulheres e estariam usando uma calcinha bem branquinha, Acho que todo louco gosta desse brinquedo, no mínimo, criativo. E a sala de espera de um "consultório médico", como diz a atendente absolutamente normal (apenas uma pessoa normal lê tanto Paulo Coelho como ela ), é um prato cheio para um louco como eu. Senão, vejamos: Na última quarta-feira, estávamos: Eu, Um crioulinho muito bem vestido, Um senhor de uns cinqüenta anos e Uma velha gorda. Comecei, é claro, imediatamente a imaginar qual seria o problema de cada um deles. Não foi difícil, porque eu já partia do princípio que todos eram loucos, como eu. Senão, não estariam ali, tão cabisbaixos e ensimesmados. O pretinho, por exemplo. Claro que a cor, num país racista como o nosso, deve ter contribuído muito para levá-lo até aquela poltrona de vime. Deve gostar de uma branca, e os pais dela não aprovam o namoro e não conseguiu entrar como sócio do "Harmonia do Samba "? Notei que o tênis estava um pouco velho. Problema de ascensão social, com certeza. O olhar dele era triste, cansado. Comecei a ficar com pena dele. Depois notei que ele trazia uma mala. Podia ser o corpo da namorada esquartejada lá dentro. Talvez apenas a cabeça. Devia ser um assassino, ou suicida, no mínimo. Podia ter também uma arma lá dentro. Podia ser perigoso. Afastei-me um pouco dele no sofá. Ele dava olhadas furtivas para dentro da mala assassina. E o senhor de terno preto, gravata, meias e sapatos também pretos? Como ele estava sofrendo, coitado. Ele disfarçava, mas notei que tinha um pequeno tique no olho esquerdo. Corno, na certa. E manso. Corno manso sempre tem tiques. Já notaram? Observo as mãos. Roía as unhas. Insegurança total, medo de viver. Filho drogado? Bem provável. Como era infeliz esse meu personagem. Uma hora tirou o lenço e eu já estava esperando as lágrimas quando ele assuou o nariz violentamente, interrompendo o Paulo Coelho da outra. Faltava um botão na camisa. Claro, abandonado pela esposa. Devia morar num flat, pagar caro, devia ter dívidas astronômicas. Homossexual? Acho que não. Ninguém beijaria um homem com um bigode daqueles. Tingido. Mas a melhor, a mais doida, era a louca gorda e baixinha. Que bunda imensa. Como sofria meu Deus. Bastava olhar no rosto dela. Não devia fazer amor há mais de trinta anos. Será que se masturbaria? Será que era esse o problema dela? Uma velha masturbadora? Não! Tirou um terço da bolsa e começou a rezar. Meu Deus, o caso é mais grave do que eu pensava. Estava no quinto cigarro em dez minutos. Tensa. Coitada. O que deve ser dos filhos dela? Acho que os filhos não comem a macarronada dela há dezenas e dezenas de domingos. Tinha cara também de quem mentia para o analista. Minha mãe rezaria uma Salve-Rainha por ela, se a conhecesse. Acabou o meu tempo. Tenho que ir conversar com o meu psicanalista. Conto para ele a minha "viagem" na sala de espera. Ele ri... Ri muito, o meu psicanalista, e diz: - O Ditinho é o nosso office-boy. - O de terno preto é representante de um laboratório multinacional de remédios lá no Ipiranga e passa aqui uma vez por mês com as novidades. - E a gordinha que está de calcinha branca é a Dona Dirce, a minha mãe. "E você, não vai ter alta tão cedo..." Filho da puta, que cagada!!!

CHANTÁGEM COMO ARMA POLÍTICA

 Dirceu Ayres
O Brasil completamente podre. Transcrevo abaixo, após este prólogo, a parte inicial de matéria da Veja revelando mais uma das sórdidas manobras de Lula e seus sequazes. Veja foi às bancas mais cedo em decorrência do feriadão. A matéria retrata parte de um “dossiê” montado dentro do Palácio do Planalto para chantagear a oposição e que já esvaziou completamente a CPI dos Cartões Corporativos. A turma do PT é assim. Justifica a sua corrupção com a suposta corrupção alheia. Mesmo sendo verdadeiras as graves denúncias desse dossiê, elas jamais poderão servir de expiação às práticas anti-éticas e imorais de Lula e seus sequazes, como não poderão, igualmente, servir de justificativa para qualquer governo, em qualquer instância estatal, que for pilhado metendo a mão no erário. Trata-se de mais um escândalo de proporções inauditas. Num país sério e verdadeiramente democrático a prática da chantagem é intolerável. O governo cai inteirinho. Ocorre que tudo isso que se vê acontecer com o advento da chegada do PT ao poder tem o beneplácito da maioria da população brasileira. Reafirmo o que já disse várias vezes: o povo brasileiro é constituído de uma sub-espécie do gênero humano. A maioria é desonesta, oportunista e mentirosa. Por isso tolera, quando não estimula, as práticas imorais. Trata-se de um povo estúpido, de cérebro simiesco, covarde, pusilânime e, sobretudo, perigoso e, portanto, capaz de cometer as piores iniqüidades, como tirar a vida do próximo numa esquina para na outra brindar o resultado do latrocínio com um lauto churrasco regado à boa cerveja gelada. O que precisamos é de verdadeiros Brasileiros que queiram ajudar na grandesa do Brasil sem essa de roubar o Pais considerar o que dizia Olavo Bilac. "A Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos; é o idioma criado ou herdado pelo povo. Um povo só começa a perder a sua independência, a sua dignidade, a sua existência autônoma quando começa a perder o amor ao idioma natal. A morte de uma nação começa sempre pelo apodrecimento de sua língua"(Olavo Bilac) Ainda achamos pouco e elegemos políticos que só faz merda.