quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Testemunhas ligam delator de ministro a governador do DF

        Dirceu Ayres 
Uma testemunha da Operação Shaolin, desencadeada no ano passado pela Polícia Civil do Distrito Federal, disse que recebeu dinheiro e um emprego do policial militar João Dias Ferreira para que "poupasse" o atual governador Agnelo Queiroz (PT) de denúncias de irregularidades no Ministério do Esporte, informa reportagem de Rubens Valente, publicada na Folha desta quarta-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha). Vivemos uma ditadura da corrupção imposta pelo PT, diz leitor Dilma pede ao ministro dos Esportes que 'se explique' PM acusa ministro Orlando Silva de montar esquema de corrupção Oposição pedirá à Procuradoria que investigue ministro do Esporte Denúncias contra ministro do Esporte 'são infundadas', diz PC do B Agnelo, que foi ministro entre 2003 e 2006, teve como secretário-executivo o atual ministro, Orlando Silva (PC do B). Silva é acusado pelo policial militar de ter participado de desvios de recursos de um programa da pasta. Ferreira, que chegou a ser preso, e duas ONGs sob seu controle que receberam R$ 2 milhões do programa Segundo Tempo foram investigados entre 2008 e 2010. A assessoria de imprensa do governador do Distrito Federal afirmou que os depoimentos da Operação Shaolin que o citam são "inconsistentes". Leia mais na edição da folha Feudo do PCdoB, o ministério do Esporte é um antro de corrupção, tendo como âncora cravada no fundo da lama o Programa Segundo Tempo. Isto porque ainda não investigaram profundamente os repasses financeiros para outros nichos de corrupção que são as federações e confederações do esporte brasileiro. É muito abraço de ministro com presidentes de confederações, que mais parecem imortais da Academia Brasileira dos Esportes, pois de lá nunca saem e ainda são duros de morrer. A corrupção do Segundo Tempo é conhecida desde 2007. Continuou. Os maiores repasses de dinheiro público são para ONGS ou instituições comandadas por membros e até candidatos do PCdoB. Não é coincidência. Instituições investigadas pelo poder público continuam recebendo verbas, como se nada tivesse ocorrido. Uma vergonha. Descobertas as falcatruas com uniformes não entregues e não comprados, o Ministério do Esporte promove um pregão eletrônico. O vencedor é quem apresenta o preço mais alto, com os itens aumentando quase 100% em dois anos. O denunciante de todo o esquema, um corrupto envolvido na lama do Programa Segundo Tempo, não é um tucano ou um demo. É um comunista, militante e ex-candidato a cargo eletivo pelo partido, que era recebido extra-oficialmente pelo primeiro time de assessores do ministro. É briga de quadrilha. Tivesse o ministro do Esporte vergonha na cara não sairia por aí a fazer vídeos promocionais elogiando camaradas que implementam o Segundo Tempo, com as mais gordas verbas, quando estes estão sob investigação e sob suspeita. É no mínimo falta de decoro. Chega a ser risível ver o ministro do Esporte, com cara de coitadinho, dizendo que não há provas contra ele. Que abriu todos os seus sigilos para investigação. Não há necessidade de provas. Neste caso, as evidências são mais contundentes do que elas. E todas são contra o ministro e esta verdadeira quadrilha que se formou dentro do Ministério do Esporte. A Copa e a Olimpíada, que deveriam servir para mostrar o que há de melhor no Brasil para o mundo, estão escancarando as chagas abertas e mal cheirosas do lulopetismo e de um governo tupiniquim de esquerda: a incapacidade de planejar, o atraso total do cronograma de obras e, principalmente, a corrupção nos ministérios mais importantes para o sucesso dos eventos: Transportes, Turismo e, agora, o Esporte.

Coisas de Orlando "tapioca"

                              Dirceu Ayres
O Ministério dos Esportes repassou para a organização não-governamental Bola Pra Frente R$ 8,5 milhões em 2008, o terceiro maior volume de recursos transferidos pela pasta para “entidades privadas sem fins lucrativos”. Os dados constam de relatório levantado pela ONG Contas Abertas, publicado pelo jornal Correio Braziliense. A Bola Pra Frente só perdeu no ranking de repasses para o Comitê Olímpico Brasileiro (R$ 28,7 milhões) e a Confederação Brasileira de Futebol de Salão (R$ 24,9 milhões), responsável pela organização do mundial da modalidade em Brasília e no Rio, no ano passado. Localizada em Jaguariúna, no interior de São Paulo, a entidade é beneficiada pelos recursos milionários do programa Segundo Tempo, criado para “democratizar o acesso à prática e à cultura do Esporte”. A ONG é dirigida pela ex-jogadora de basquete Karina Valéria Rodrigues, eleita vereadora em 2008 e filiada ao PC do B, partido do ministro dos Esportes, Orlando Silva, que admite ter pretensões políticas para 2010. O valor recebido pela Bola Pra Frente corresponde à metade do que recebeu todo o Estado de São Paulo e é maior do que a soma do que o ministério transferiu para outras 12 unidades da Federação no ano passado. O repasse para ONGs pelo Ministério dos Esportes, especialmente do programa Segundo Tempo, já foi alvo de investigações no Tribunal de Contas da União (TCU). Relatório aprovado pelo plenário do TCU no final de março alertava para a falta de critérios objetivos estabelecidos pela pasta para a escolha de entidades beneficiadas. Postado por MARIO FORTES A cúpula do PCdoB fez chegar ao Palácio do Planalto o seguinte aviso, em tom de ameaça: se Orlando Silva cair, o governador do DistritoFederal, Agnelo Queiroz (PT), será levado de roldão. Antigo partido de Agnelo, o PC do B não se conforma de pagar sozinho acara fatura que pode resultar na perda do Ministério do Esporte, justamente agora que a pasta passou de patinho feio a vitrine, por causa da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016. Preocupados com o agravamento da crise, dois ministros filiados ao PT conversaram com Orlando e pediram a ele que não esticasse a corda com Agnelo. Ao menos ontem, o apelo foi atendido: no depoimento à Câmara, o titular do Esporte não disse uma palavra que desse margem a interpretações negativas sobre a conduta do antecessor. Na segunda-feira, ao se defender das denúncias, Orlando usou uma frase que deixou o governo apreensivo.Ao afirmar que Agnelo agira de “boa-fé” ao pedir para ele, então secretário executivo do Esporte,receber o policial João Dias Ferreira – hoje seu acusador –,o ministro lançou no ar uma suspeita. “Não quero crer que o governador de Brasília de hoje tivesse qualquer informação sobre a conduta dessa pessoa (João Dias)que fosse desabonadora”, insistiu Orlando. Furioso com o ex-comunista Agnelo, o PCdo B avalia agora que o PT trabalha para derrubar Orlando,em sintonia com o PMDB, de olho no orçamento do ministério da Copa. Não é segredo, porém, que Dilma já não queria manter o titular do Esporte quando montou a equipe, mas o PCdoB cerrou fileiras em torno dele. Além disso, Orlando contou com um importante avalista: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Naquela ocasião, Dilma chegou a confidenciar que gostaria de chamar para a vaga a ex-prefeita de Olinda e hoje deputada Luciana Santos (PCdoB-PE).Por conveniências políticas, ela não pôde realizar seu desejo. Agora, ninguém sabe se Orlando resistirá até a reforma ministerial, prevista para janeiro de 2012. Nem se Luciana ainda está na mira de Dilma. (Do Estadão)

Orlando Silva é mau professor de jornalismo, mas o jornalismo sério pode lhe dar aula sobre a diferença entre dinheiro público e dinheiro privado

                Dirceu Ayres 
Poucas coisas são tão constrangedoras quanto a indignação a favor. Há pouco, as deputadas Perpétua Almeida (AC) e Alice Portugal (BA), ambas do PCdoB, fizeram discursos inflamados em defesa de Orlando Silva e contra o PM João Dias Ferreira, que era um “camarada” de partido até outro dia — foi candidato a deputado… A sessão virou uma patuscada de elogios e auto-elogios. Representantes da oposição compareceram apenas para defender a necessidade de uma CPI e para pedir a convocação de Ferreira e se retiraram em seguida. Como os governistas não tinham dúvidas sobre coisa nenhuma, o ministro não precisou explicar coisa nenhuma. Assistimos a uma sessão de exorcismo e descarrego. Os “inimigos” do “socialismo” do PCdoB (rá, rá, rá) foram ali esconjurados e pronto! Ao fim de tudo, Orlando Silva ainda teve tempo de se comportar como ombudsman da VEJA, lamentando a reportagem. Entendo! Ele acha que um membro de seu partido, ligado a entidades que mantinham estreitas relações com a sua pasta e que foi recebido por ele próprio em audiência, ao fazer uma denúncia, deve ser ignorado. O que dizer? Bem, acho que a revista tem se mostrado bem mais eficiente no jornalismo, em mais de quatro décadas, do que Orlando Silva como ministro de Esporte em pouco mais de cinco anos. O mais curioso nesse clima de “indignação” de Silva e de seus aliados é que a gente fica com a impressão de que o Ministério do Esporte se assemelha a um convento (do tipo sério, claro…). Ora, a própria VEJA relatou as lambanças na pasta em 2008. O Estadão trouxe mais e novas evidências no fim de 2010 e início de 2011. Os jornais de hoje estão coalhados de sem-vergonhices para todos os gostos. E qual é o mote? “Mandamos apurar tudo!” Certo! Mandaram apurar tudo! Mas as falcatruas, não obstante, continuam. No Estadão de hoje, por exemplo, ficamos sabendo que o Ministério do Esporte — sim, a pasta comandada por Orlando Silva — anunciou neste ano que não mais renovaria o convênio com a entidade Pra Frente Brasil, da ex-jogadora de basquete Karina Rodrigues, mas autorizou a ONG a captar quase R$ 3 milhões por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Vênia máxima, acho que esses indignados a favor precisam de um pouco mais de vergonha na cara. Karina é vereadora do PCdoB. Eventos de sua ONG são prestigiados por Orlando Silva. Esta senhora conseguiu receber, ao longo de sete anos, R$ 28 milhões do programa Segundo Tempo. Em meros três, acusou um gasto de R$ 10 milhões só com lanchinhos para as crianças. A empresa que fornece os alimentos pertence a um sujeito que, sem saber que estava sendo gravado, admitiu trabalhar para a “comunista do Brasil”, que é argentina. O que isso evidencia? Que a “severidade” do ministério com ONGs suspeitas não é para valer. O caso da Pra Frente Brasil o evidencia. Não recebeu dinheiro de um programa, mas acabou se beneficiando com outro. Orlando Silva é péssimo professor de jornalismo, mas o jornalismo brasileiro, ao menos parte dele, pode, sim, lhe dar aulas sobre a diferença entre o dinheiro público e o dinheiro privado. Por Reinaldo Azevedo

Lama do Esporte começa a escorrer do PCdoB para o PT. Nada mais justo.

                                                             Dirceu Ayres
A crise provocada pelas acusações de corrupção no Ministério do Esporte provocou um jogo de empurra entre o ex-ministro Agnelo Queiroz e o atual, Orlando Silva, que até pouco tempo eram colegas de partido (PC do B) e na própria pasta. Ao rebater acusações de fraudes supostamente ocorridas em sua gestão no ministério (2003-2006), Agnelo, que atualmente é governador do Distrito Federal eleito pelo PT, transferiu a responsabilidade pelas explicações para o atual ministro. "No meu mandato, tenho as contas aprovadas. Não tem um único processo contra mim. Fora isso, quem responde é o próprio ministro. Quem manda no Ministério do Esporte é o Ministério do Esporte", disse Agnelo, na Suíça, onde acompanha a escolha da cidade que vai sediar a abertura da Copa de 2014.A declaração foi dada um dia depois de o atual ministro atribuir ao antecessor a responsabilidade por convênios do programa Segundo Tempo, que estão no centro da crise atual na pasta. Durante a gestão de Agnelo, o ministério firmou contratos com ONGs do policial militar João Dias Ferreira, pivô do escândalo na pasta. O policial, que é filiado ao PC do B e foi preso por desvios nesses contratos, afirmou que Orlando comanda um esquema de corrupção no ministério. Tanto o atual ministro quanto seu antecessor negam ter recebido dinheiro. Anteontem, o titular do Esporte jogou para o governador do Distrito Federal a responsabilidade por ter indicado um encontro com o policial, "entre 2004 e 2005". Na ocasião, Orlando era secretário-executivo do ministério, e Agnelo, o ministro.Nos bastidores, a guerra entre os grupos de Agnelo e Orlando é apontada como estopim para o surgimento das acusações de corrupção. A relação entre os dois estremeceu em 2006, quando Agnelo deixou o ministério para concorrer a uma vaga no Senado pelo PC do B. Ele não foi eleito e não conseguiu retomar o posto no ministério, que foi ocupado por Orlando, promovido pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2008, Agnelo trocou o PC do B pelo PT para se candidatar ao governo do Distrito Federal. Com o Mundial de 2014 e a disputa para que Brasília faça o jogo de abertura do evento, Orlando e Agnelo ensaiaram uma aproximação, que foi por água abaixo com as acusações do policial militar. A crise inaugurou uma guerra de versões: os aliados do atual ministro acusam Agnelo de ser uma espécie de padrinho do policial. Ontem, em Zurique, Agnelo disse ter apenas ligação política com o policial. "Era candidato a deputado distrital dentro da minha coligação, são dezenas." O governador disse ainda que sua relação com Orlando é boa, mas o apontou como responsável pelo programa Segundo Tempo por ter sido secretário-executivo. Embora não diga publicamente, Agnelo nega ser responsável pela indicação do atual ministro para ocupar o segundo escalão de sua administração. Atribui ao partido (PC do B) a nomeação. Sobre o inquérito ao qual responde no STJ (Superior Tribunal de Justiça), Agnelo disse que são denúncias velhas da época da campanha eleitoral. Uma testemunha afirma que o policial militar pagou por silêncio sobre o esquema no Esporte. ( Da Folha de São Paulo)
 
 

Corrupção, Lama: Cadê Agnelo Queiroz?

                   Dirceu Ayres
Cadê Agnelo Queiroz, a personagem silenciosa do imbróglio? Parece que João Dias o impede de tomar qualquer iniciativa… Há um personagem importante nessa história toda do Ministério do Esporte e que, até agora, está sumido, de boca calada: Agnelo Queiroz, ex-ministro do Esporte, ex-chefe de Orlando Silva, ex-comunista do Brasil, hoje no petismo. João Dias Ferreira, o PM que acusa Silva, não tem nenhum receio de exibir a sua proximidade, que parece um pouco abalada (mas só um pouco), com o governador. O atual ministro já tentou dividir o peso do PM com Agnelo, mas este preferiu não ceder o ombro. Reportagem publicada pelo Globo dá conta da importância de João Dias no grupo. Prestem atenção a este trecho: “A influência do soldado é antiga. Uma das mais eloqüentes demonstrações se deu em agosto. Pouco mais de um ano depois de passar cinco dias preso sob a acusação de desviar R$ 3,2 milhões do programa Segundo Tempo, João Dias emplacou o afilhado Manoel Tavares na BRB Seguros, a corretora do Banco Regional de Brasília, um dos cargos mais cobiçados do governo local. Antes de ir para a seguradora, Tavares passou alguns meses, também por indicação de Dias, como diretor da Companhia de Planejamento do Distrito Federal, outro cargo cobiçado. A perda da indicação não implicou em diminuição de poder. Logo depois da demissão de Tavares, o ex-presidente da Codeplan Miguel Lucena foi escalado para ‘acalmar’ o soldado.” Sem trocadilho, é o caso de considerar que João Dias Ferreira tem o que se chama “bala na agulha”, certo? Então o cara sai da cadeia e indica um aliado seu para um alto cargo no banco do Distrito Federal? “Isso é coisa de Agnelo! O que Orlando Silva tem com isso?” Bem, as relações entre os dois políticos são evidentes. Não são mais correligionários por meras circunstâncias da política local. O silêncio de Agnelo, evidentemente, é um tanto espantoso, mas nada surpreendente, dizem pessoas que conhecem a política no Distrito Federal e os métodos por lá influentes. Notem que ele nem veio a público para desmentir, de modo categórico, que o programa Segundo Tempo já servisse como caixa dois do PCdoB quando ele próprio era ministro. Está mudo. Paralisado. A suposição de que não pode se mexer, ou João Dias atira — balas metafóricas — é bastante forte. Nos bastidores, o comando do PCdoB está furioso com Agnelo. Até o Planalto já quis saber por que ele não diz nada. Reinaldo Azevedo BLOG DO MARIO FORTES O governo se prepara para esmagar o policial que denunciou Orlando tapioca. O poder e o sistema a serviço do governo petista, seus asseclas e dependentes, estão traçando uma estratégia para esmagar o policial João Dias que denunciou o Ministro Orlando Silva de praticar atos que se configuram em corrupção e desvio de dinheiro público. O policial já se vê acuado diante do assédio de políticos e homens "importantes" do governo,que lhe fazem ameaças veladas. A base aliada ( dizem alugada ) está unida para que, no futuro, não surjam denuncias contra os demais ministros e homens públicos, mas se surgirem, os defender, em bloco,diante de toda sujeira que venha à tona. O PMDB deve ao PCdoB o apoio a Renan no episódio em que ficou provado que um diretor de uma empreiteira pagava a pensão de sua filha, fruto de uma relação extra conjugal. Outros episódios, envolvendo mais gente da base aliada teve apoio governamental e de toda "turma" que vive agarrada às tetas do Estado. Não acredito que a Polícia Federal se preste para esse fim, mas é isso que pretendem os aliados do governo.O linguajar como se referem ao denunciante, desclassificando-o e tratando-o como um farsante, é uma velha estratégia da esquerda para anular as forças contrárias e fazê-las desacreditadas. É lamentável que ainda haja gente na imprensa brasileira que se presta a filtrar informações, beneficiando aqueles que, no governo, agem contrários a ética e a lei. Como diria o próprio denunciante, João Dias, tem "bandido" e farsante nesta história e, certamente, não seria apenas quem fez a denúncia. BLOG DO MARIO FORTES O governo se prepara para esmagar o policial que denunciou Orlando tapioca. O poder e o sistema a serviço do governo petista, seus asseclas e dependentes, estão traçando uma estratégia para esmagar o policial João Dias que denunciou o Ministro Orlando Silva de praticar atos que se configuram em corrupção e desvio de dinheiro público. O policial já se vê acuado diante do assédio de políticos e homens "importantes" do governo,que lhe fazem ameaças veladas. A base aliada ( dizem alugada ) está unida para que, no futuro, não surjam denuncias contra os demais ministros e homens públicos, mas se surgirem, os defender, em bloco,diante de toda sujeira que venha à tona. O PMDB deve ao PCdoB o apoio a Renan no episódio em que ficou provado que um diretor de uma empreiteira pagava a pensão de sua filha, fruto de uma relação extra conjugal. Outros episódios, envolvendo mais gente da base aliada teve apoio governamental e de toda "turma" que vive agarrada às tetas do Estado. Não acredito que a Polícia Federal se preste para esse fim, mas é isso que pretendem os aliados do governo.O linguajar como se referem ao denunciante, desclassificando-o e tratando-o como um farsante, é uma velha estratégia da esquerda para anular as forças contrárias e fazê-las desacreditadas. É lamentável que ainda haja gente na imprensa brasileira que se presta a filtrar informações, beneficiando aqueles que, no governo, agem contrários a ética e a lei. Como diria o próprio denunciante, João Dias, tem "bandido" e farsante nesta história e, certamente, não seria apenas quem fez a denúncia.

Orlando Silva deu verba para PM 6 meses depois de saber das irregularidades. PM era candidato pelo PCdoB.

                     Dirceu Ayres
Pouco mais de seis meses depois de constatar “irregularidades graves” em convênio de R$ 2 milhões com a Federação Brasiliense de Kung Fu (Febrak), comandada pelo policial militar João Dias Ferreira, o Ministério do Esporte fechou um segundo contrato com ele – destinando verbas a outra entidade em seu nome. Foi João Dias quem denunciou esquema de propina no programa Segundo Tempo e acusou o ministro Orlando Silva de corrupção. Na época da assinatura do convênio, o policial militar era candidato a deputado distrital pelo PC do B, partido do então ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, e de seu sucessor, Orlando Silva. Atualmente Agnelo é filiado ao PT, partido pelo qual foi eleito governador do DF em 2010. O dinheiro destinado a atividades esportivas de 15 mil crianças e jovens fora do turno escolar foi quase integralmente desviado. Pouco mais de 200 crianças teriam sido atendidas, em instalações e horários impróprios, sem material, e recebendo biscoitos em vez de refeições. O desvio de dinheiro público nos convênios levou João Dias à prisão em abril do ano passado. De acordo com ação apresentada pelo Ministério Público Federal, em valores corrigidos, o total desviado alcança R$ 4 milhões. A reportagem do Estado flagrou, estacionados na garagem da residência de João Dias, em Sobradinho (DF), cinco carros de luxo, entre eles um Camaro vermelho 2011, uma BMW conversível e um Volvo C-30. Juntos, os veículos valem cerca de R$ 700 mil. Os carros são parte dos sinais de enriquecimento que ele ostenta. Até o fechamento desta edição, o Ministério do Esporte não havia informado o motivo da celebração de um segundo convênio com João Dias, mesmo depois de identificadas irregularidades no primeiro convênio. A cronologia levantada pelo Estado aparece no inquérito policial que investigou os convênios. Nos dias 29 e 30 de março de 2006, representantes da Secretaria Nacional de Esporte Educacional do ministério visitaram os supostos núcleos do projeto contratado à Febrak. Essas visitas, segundo documentos levados à Justiça, “demonstraram graves ilicitudes, em total descumprimento ao que foi estabelecido”, o que indicaria “apropriação e malversação de verbas públicas”. Ainda assim, em outubro de 2006, o ministério celebrou um segundo convênio com João Dias.Segundo a investigação, o PM usou notas fiscais frias para comprovar despesas e ocultar desvio de dinheiro público. A liberação de verba só foi suspensa após sindicância aberta no fim de 2007. Uma das ações civis públicas contra João Dias destaca a compra de 10 mil quimonos numa empresa especializada no comércio de móveis. A Infinita Comércio e Serviço de Móveis Ltda. foi contratada para fornecer quimonos aos alunos no convênio celebrado com a Febrak. Foi emitida nota fiscal de R$ 498 mil, mas nenhum quimono foi entregue.A Infinita foi uma das empresas fantasmas usadas no esquema da fraude para emitir notas fiscais frias. Uma dessas empresas, a HP Distribuidora e Serviços Gerais Ltda. passou recibo milionário por despesas com alimentação no convênio com a Febrak. “Não há como justificar gasto de R$ 1,2 milhão para o fornecimento de suco e biscoito em pequena quantidade”, registra o Ministério Público. (Do Estadão)