terça-feira, 6 de dezembro de 2011

AFINAL, QUEM “INVENTOU” LULLA: ZÉ DIRCEU OU GOLBERY DO COUTO E SILVA?

                           
  Dirceu Ayres

Diante de um texto em que recentemente eu colocava o ex-presidente Lulla e o “ex-capo” Zé Dirceu na condição de criatura e criador, alguns nazipetralhas demonstraram profundo desagrado. Em princípio, fiquei intrigado com tamanho descontentamento, mas depois, pensando com mais calma, concluí que a petralhada estava certa, pois em minha análise eu estava cometendo um erro histórico. Na verdade, o presidente Lulla, enquanto criatura deve a sua criação ao ex-ministro Golbery do Couto e Silva, que em determinado momento do processo de deterioração da ditadura militar, partiu para um plano audacioso, que consistia em transformar um pelego em liderança política, de maneira que os militares pudessem criar um clima de legalidade civil, que fosse “repassada” ao mundo, dando a entender que no Brasil, ao invés da ditadura que tentavam difundir alguns esquerdistas, existia um regime de plena Democracia, no qual tanto os sindicatos eram livres (aí Lulla entrava na trama), enquanto os partidos de oposição autuavam legalmente, inclusive lançando candidatos nas eleições presidenciais (aí era a vez de Ulisses Guimarães entrar em cena). Está certo, revisando a história concluí-se que Zé Dirceu não foi o criador de Lulla, papel que historicamente deve ser creditado ao ex-ministro Golbery do Couto e Silva, a “cabeça pensante” da ”revolução dentro da revolução”, ocorrida em 1968, após a defenestração do presidente Costa e Silva, e sua substituição por uma junta governativa provisória, formada pelo general Aurélio Lira Tavares, o almirante Augusto Rademaker e o marechal-do-ar Márcio Melo, que ficou no poder até a “eleição” do general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), que foi sucedidos por outros dois generais-presidentes, também eleitos: Ernesto Geisel (1974-1979) e João Figueiredo (1979-1985). POR JÚLIO FERREIRA. SURRUPIÁDO DO JULIO FERREIRA.

O ministério da saúde adverte: Se manter ministro no governo Dilmarionete é phoda!.

                   
      Dirceu Ayres

Cai o sétimo sinistro do DESgoverno das Ratazanas Vermelhas em menos de UM ANO. (isso que é uma bela herança maldita) Somando-se aos outros nove do DESgoverno do EX presidente Defuntus Sebentus. Temos um total de 16 sinistros demitidos sendo apenas um por crime de opinião, contra 15 por maracutaias, falcatruas, desvios, uso indevido de cartões corporativos desvia de verbas, fraudes e safadezas. São quase dois para cada ano dos DESgovernos PTralhas. Agora iremos aguardar quem será a bola 8 dessa sinuca de bico que a Dentuça herdou do cachacheiro de Garanhus. E o "LOBO" disse que só sairia do governo a bala pediu demissão. Pegou o boné, enfiou o rabo entre as pernas e caiu no olho da rua. Mas o mais impressionante é que os ministros por mais bandidos que sejam não são demitidos, eles sempre pedem demissão em nome da honra. Mas que porra de honra pode ter um sujeito que está enfiado até o pescoço na bandalheira e na ladroagem? Mas na verdade, o que eu quero saber é da grana. Quando será que essa cambada de vagabundos irá devolver o dinheiro roubado do povo brasileiro? Pedir demissão não os inocenta dos crimes cometidos. Para o Brasil seguir mudando de verdade, só com um impeachment da Dilmarionete I a Faxineira Mamulenga, para podermos começar tudo do zero. E vamos que vamos que até o meio do ano que vem ainda dá para derrubar mais uma meia dúzia de sinistros vagabundos. Ser sinistro nos governos das Ratazanas Vermelhas pode ser prejudicial a saúde. E? PHODA-SE!!!

Tem sujeira na Fazenda?


                     
   Dirceu Ayres

Mas, até tu, Mantega? Emails em poder da PF revelam pressão do ministro da Fazenda para indicar um preposto no banco; nota numa coluna política revela que o homem mais poderoso de Brasília pode deixar o governo; há sinais de fumaça na área econômica. Até agora, a faxina ministerial da presidente Dilma Rousseff já fez sete vítimas – Antônio Palocci, Alfredo Nascimento, Nelson Jobim, Pedro Novais, Wagner Rossi, Orlando Silva e Carlos Lupi. Todos esses foram substituídos sem maiores tremores. Só que, nos últimos dias, começaram a surgir sinais de fumaça na área mais estratégica do governo: o Ministério da Fazenda. Sim, o ministro Guido Mantega, também pode estar ameaçado. Basta juntar alguns fatos recentes para identificar que há algo estranho no ar. A eles: A Folha de S. Paulo que chegou às bancas neste domingo, mais uma vez, revela a interferência de Mantega na operação que fez com que a Caixa Econômica Federal investisse R$ 739,3 milhões na compra do Panamericano. A operação foi conduzida pelo braço de Mantega na Caixa, o vice-presidente Marcio Percival. E segundo um email publicado pela Folha, Mantega pressionou o Panamericano para que seu pupilo Demian Fiocca fosse indicado para o banco. Fiocca foi um nome levado por Mantega para a presidência do BNDES, no governo Lula, e também para uma diretoria da Vale. De acordo com a reportagem da Folha, a Caixa soube dos problemas do Panamericano antes de comprá-lo. E um email em poder da PF, dirigido por Rafael Palladino, ex-presidente do Panamericano, a Luiz Sandoval, que era braço direito de Silvio Santos, revela a pressão por Fiocca. (2) Na sexta-feira, o jornalista Claudio Humberto, um dos mais influentes de Brasília, com uma coluna reproduzida em mais de uma dezena de jornais, informou que o ministro Guido Mantega vive um dilema. Pensa em sair do governo em janeiro, porque sua esposa estaria enfrentando graves problemas de saúde. Quem leu, entendeu de outra maneira. Foi uma mensagem cifrada para que Guido saia do governo pela porta da frente – e não pela porta dos fundos. Aqui mesmo, no 247, nosso colunista Arthur Virgílio publicou um artigo sobre o temor do mercado financeiro em relação a algum possível escândalo que atinja uma figura proeminente da área econômica. Essa figura se chama Guido Mantega. Guido Mantega está na alça de mira dos adversários por uma série de razões. Num governo centralizador e sem um núcleo duro, ele foi ocupando espaços, embora seja visto, erroneamente, como um ministro sem ambições. Guido hoje tem grande influência no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal, no BNDES e no Banco do Nordeste. É o “fraco” mais forte que o Brasil já conheceu. Além disso, a queda do ministro Antonio Palocci deixou seqüelas. A ala paloccista do PT atribui ao chefe da Fazenda as denúncias que derrubaram o ex-ministro da Casa Civil – o que envolveu até uma quebra de sigilo fiscal. O ponto mais sensível para o ministro Mantega talvez seja o caso Panamericano. A Caixa Econômica Federal alega que foi vítima de uma fraude. Mas o fato concreto é que o governo socorreu duplamente o banco de Sílvio Santos –primeiro por meio da Caixa, depois com o Fundo Garantidor de Crédito.Dois executivos indicados por Mantega, Marcio Percival e Marcos Vasconcelos, egressos da Unicamp, já foram convocados pela Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados para explicar o caso Panamericano. Agora, terão também de dizer porque a Caixa investiu R$ 739 milhões no banco já tendo ciência de problemas internos. * http://www.brasil247.com.br/ BLOG DO MARIO FORTES

O que está por trás da mudança do jornal nacional

                     
    Dirceu Ayres

A Globo confirma a saída de Fátima Bernardes do “JN”. No lugar dela deve entrar Patricia Poeta – atual apresentadora do “Fantástico”. Fiz hoje pela manhã – no twitter e no facebook – algumas observações sobre a troca; observações que agora procurarei consolidar nesse post. Vejo que há leitores absolutamente céticos: “ah, essa troca não quer dizer nada”. Até um colunista de TV do UOL, aparentemente mal infomado, disse o mesmo. Discordo. Primeiro ponto: a Patricia Poeta é mulher de Amauri Soares. Nem todo mundo sabe, mas Amauri foi diretor da Globo/São Paulo nos anos 90. Em parceria com Evandro Carlos de Andrade (então diretor geral de jornalismo), comandou a tentativa de renovação do jornalismo global. Acompanhei isso de perto, trabalhei sob comando de Amauri. A Globo precisava se livrar do estigma (merecido) de manipulação – que vinha da ditadura, da tentativa de derrubar Brizola em 82, da cobertura lamentável das Diretas-Já em 84 (comício em São Paulo foi noticiado no “JN” como “festa pelo aniversário da cidade”), da manipulação do debate Collor-Lula em 89. Amauri fez um trabalho muito bom. Havia liberdade pra trabalhar. Sou testemunha disso. Com a morte de Evandro, um rapaz que viera do jornal “O Globo”, chamado Ali Kamel, ganhou poder na TV. Em pouco tempo, derrubou Amauri da praça São Paulo. Patricia Poeta no “JN” significa que Kamel está (um pouco) mais fraco. E que Amauri recupera espaço. Se Amauri voltar a mandar pra valer na Globo, Kamel talvez consiga um bom emprego no escritório da Globo na Sibéria. Conheço detalhes de uma conversa entre Amauri e Kamel, ocorrida em 2002, e que revelo agora em primeira mão. Amauri ligou a Kamel (chefe no Rio), pra reclamar que matérias de denúncias contra o governo, produzidas em São Paulo, não entravam no “JN”. Kamel respondeu: “a Globo está fragilizada economicamente, Amauri; não é hora de comprar briga com ninguém”. Amauri respondeu: “mas eu tenho um cartaz, com uma frase do Evandro aqui na minha sala, que diz – Não temos amigos pra proteger, nem inimigos para perseguir”. Sabem qual foi a resposta de Kamel? “Amaury, o Evandro está morto”. Era a senha. Algumas semanas depois, Amauri foi derrubado. Kamel foi o ideólogo da “retomada consevadora” na Globo durante os anos Lula. Amauri foi “exilado” num cargo em Nova Yorque. Patricia Poeta partiu com ele. Os dois aproveitaram a fase de “baixa” pra fazer “do limão uma limonada”. Sobre isso, o Marco Aurélio escreveu, no “Doladodelá”. Alguns anos depois, Amauri voltou ao Brasil para coordenar projetos especiais; Patricia Poeta foi encaixada no “Fantástico”. Só que Amauri e Kamel não se falavam. Tenho informação segura de que, ainda hoje, quando se cruzam nos corredores do Jardim Botânico, os dois se ignoram. Quando são obrigados a sentar na mesma mesa, em almoços da direção, não dirigem a palavra um ao outro. Amauri sabe como Kamel tramou para derrubá-lo. Pois bem. Já há alguns meses, logo depois da eleição de 2010, recebemos a informação de que Ali Kamel estava perdendo poder. Claro, manteria o cargo e o status de diretor, até porque prestou serviços à família Marinho – que pode ser acusada de muita coisa, mas não de ingratidão. Otavio Florisbal, diretor geral da Globo, deu uma entrevista ao UOL no primeiro semestre de 2011 dizendo que a Globo não falava direito para a classe C (o Brasil do lulismo). Por isso, trocou apresentadores tidos como “elitistas” (Renato Machado saiu pra dar lugar ao ótimo Chico Pinheiro – aliás, também amigo de Amauri). A Globo do Kamel não serve mais. Lembremos que, desde o começo do governo Lula, a Globo de Kamel implicava com o “Bolsa-Família”. Kamel é um ideólogo conservador. Por isso, nós o chamávamos de “Ratzinger” na Globo. É contra quotas nas universidades, acha que racismo não existe no Brasil. Botou a Globo na oposição raivosa, promoveu a manipulação de 2006 na reeleição de Lula (por não concordar com isso, eu e mais três ou quatro colegas fomos expurgados da Globo em 2006/2007). E promoveu a inesquecível cobertura da “bolinha de papel” em 2010 – botando o perito Molina no “JN”. Nas reuniões internas do “comitê” global, ao lado de Merval Pereira, tentava convencer os irmãos Marinho dos “perigos” do lulismo. Lula sabe o que Kamel aprontou. Tanto que no debate do segundo turno, em 2006, nem cumprimentou Kamel quando o viu no estúdio da Globo. Isso me contou uma amiga que estava lá. Os irmãos Marinho parecem ter percebido que Kamel os enganou. A Globo agora precisa de Dilma para enfrentar as teles, que chegam com muito dinheiro e apetite para disputar o mercado de comunicação. Kamel já não serve para os novos tempos. Assim como os “pitbulls” Diogo Mainardi e Mario Sabino não servem para a “Veja”. Dilma buscou os donos da mídia, passada a eleição, e propôs a “normalização” de relações. O governo seguiu apanhando, na área “ética” – é verdade. O que não atrapalha a imagem de Dilma. Há quem veja na tal “faxina” um jogo combinado entre a presidenta e os donos da mídia. Será? Dilma tiraria as “denúncias” de letra (o custo ficaria para Lula e os aliados). Do outro lado, os “pitbulls” perderiam terreno na mídia. É a tal “normalização”. Considero um erro estratégico de Dilma. Mas quem sou eu pra achar alguma coisa. O fato é que a estratégia hoje é essa! Patricia Poeta no “JN” parece indicar que a “normalização” passa por Ali Kamel longe do dia-a-dia na Globo (ele ainda tenta manobrar aqui e ali, mas já sem a mesma desenvoltura). Isso pode ser bom para o Brasil. Não é coincidência que a Globo tenha permitido, há poucos dias, aquela entrevista do Boni admitindo manipulação do debate de 89. A entrevista (feita pelo excelente jornalista Geneton de Moraes Neto) foi ao ar na “Globo News”. Alguém acha que iria ao ar sem conhecimento da família Marinho? Isso não acontece na Globo! Durante os anos de poder total de Kamel, a Globo tentou “reescrever” o passado – em vez de reconhecer os erros. Kamel chegou a escrever artigo hilário, tantando negar que a Globo tenha manipulado a cobertura das Diretas. Virou piada. Até o repórter que fez a “reportagem” em 84 contou pros colegas na redação (eu estava lá, e ouvi) – “o Ali é louco de tentar negar isso; todo mundo viu no ar”. Ali Kamel nega o racismo, nega a manipulação, nega a realidade. Freud explica. Agora, Boni reconhece que a Globo manipulou em 89. Isso faz parte do movimento de “normalização”. O enfraquecimento de Kamel também faz. Tudo isso está nos bastidores da troca de apresentadores do “JN”. Mas claro que há mais. Há a estratégia televisiva, pura e simples. Fatima Bernardes deve comandar um programa matutino na Globo. As manhãs são hoje o principal calcanhar de aquiles da emissora carioca. A Record ganha ou empata todos os dias. Com o “Fala Brasil”, e com o “Hoje em Dia”. Ana Maria Braga não dá mais conta da briga – apesar de ainda trazer muita grana e patrocinadores. Fatima deve ter um novo programa nas manhãs. Ana Maria será mantida. Até porque na Globo as mudanças são sempre lentas – como no Comitê Central do PC da China. A Globo é um transatlântico que se manobra lentamente. Se a Fátima emplacar, pode virar uma nova Ana Maria. O programa dela deve contar com outras estrelas globais (Pedro Bial, quem sabe?). A mudança de apresentadores tem esse duplo sentido: enfraquecimento de Kamel (que continuará a ter seu camarote no transatlântico global, mas talvez já não frequente tanto a cabine de comando); e estratégia pra recuperar audiência nas manhãs. A conferir. Rodrigo Vianna:

Pimentel, o mais novo consultor petista, imita Palocci.

                          
       Dirceu Ayres

O ministro Fernando Pimentel segue os mesmos passos do seu coleguinha e companheiro Antônio Palocci. Os dois fizeram parte da equipe de transição de Dilma e, depois, ganharam os ministérios que pediram. Como no Caso Palocci, a cada dia surge uma novidade sobre milionária atividade de consultoria de Pimentel... Na foto, Antônio Palocci, Wagner Rossi e, agora, Fernando Pimentel. Que ministério, hein? Pimentel recebeu R$400 mil de firma ligada a empresa contratada pela prefeitura Uma "empresa de informática pequeninha", nas palavras do próprio ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), pagou R$400 mil pelos serviços da P-21 Consultoria e Projetos Ltda, empresa mantida pelo petista entre sua saída do comando da prefeitura de Belo Horizonte, em 2009, e a chegada ao governo federal, em 2011. Firma especializada em "cabeamento estruturado para rede de computadores", a QA Consulting Ltda pertence a Alexandre Allan, de 36 anos, e Gustavo Prado, de 35, filho de Otílio Prado, sócio minoritário de Pimentel na P-21 Consultoria.O pagamento pela consultoria de Pimentel se deu em duas parcelas de R$200 mil. A primeira foi paga em 19 de fevereiro de 2011, dois dias antes de a QA Consulting receber R$230 mil da construtora HAP Engenharia para prestar serviços de "infraestrutura para soluções de rede". A título de tributação, o serviço foi declarado como de engenharia civil mas, segundo o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), não há registro de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) referente ao serviço alegado pela empresa. A segunda parcela foi paga em maio de 2010. Construtora acusada de desviar recursos A HAP é velha conhecida de Fernando Pimentel: em maio deste ano, o ex-prefeito de Belo Horizonte tornou-se réu em ação civil pública ao lado do dono da empresa, Roberto Senna. A construtora é acusada de superfaturar obra da prefeitura de Belo Horizonte em R$9,1 milhões e de desviar recursos para a campanha de Pimentel em 2004, quando o petista disputou a reeleição para a prefeitura da capital mineira. Na época, Pimentel contratou sem licitação a Ação Social Arquidiocesana (ASA), da Arquidiocese de Belo Horizonte, para construir 1,5 mil casas. A entidade subcontratou a HAP, e o custo da obra passou de R$12,7 milhões para R$26,7 milhões. Segundo o Ministério Público, metade das casas não foi entregue. O processo corre na 4ª Vara da Fazenda Pública Municipal de Belo Horizonte. A QA Consulting é a terceira maior cliente da consultoria de Pimentel, que em dois anos faturou R$2 milhões. Conforme mostrou O GLOBO no domingo, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) pagou R$1 milhão por serviços ao ministro, e a construtora mineira Convap, outros R$514 mil, meses antes de abocanhar em consórcio R$95,3 milhões em contratos no governo do aliado de Pimentel, Márcio Lacerda (PSB). A QA pagou R$400 mil pela consultoria de Pimentel, apesar da sua peculiar situação financeira: de acordo com a Junta Comercial de Minas Gerais, está enquadrada como microempresa (faturamento anual de, no máximo, R$360 mil, de acordo com a nova legislação). Procurado ontem de manhã na sede de sua empresa, o sócio Gustavo Prado não quis dizer se haviam contratado Pimentel. Também se recusou a dar qualquer detalhe a respeito dos serviços prestados pelo ministro à sua pequena empresa. Disse que se pronunciaria apenas por e-mail e pediu ao repórter que se retirasse. À tarde, enviou e-mail dizendo que Pimentel havia prestado serviços de "consultoria econômica" e que a empresa teria perfeita "capacidade econômico-financeira para custear a consultoria contratada". Mas não quis dizer qual foi o faturamento de sua empresa em 2009 e 2010, alegando se tratar de informação estratégica. Sobre a contratação de seus serviços pela HAP, Prado disse não ter registrado ART no CREA-MG porque, em sua opinião, "o serviço não era de relevância e nem houve exigência do cliente".- Os serviços foram corretamente declarados às autoridades fiscais, tendo sido realizado em mais de um estabelecimento da empresa - afirmou Prado. Ao ser questionado sobre o enquadramento como microempresa, a QA Consulting atribuiu a situação a um erro do escritório de contabilidade que presta serviço para eles e informou que, na prática, já teria alterado o formato de pagamentos de impostos pela empresa. O GLOBO também procurou ontem o empresário Gustavo Henrique Duarte, que foi sócio da QA Consulting entre a consultoria de Pimentel, em 2009, e o início deste ano, quando ele deixou a empresa. - Eu não cuidava da parte administrativa, não posso falar nada sobre isso - disse, ao desligar o telefone e não mais atender as ligações do GLOBO durante a tarde de ontem. O dono da HAP Engenharia, Roberto Senna, informou, por meio de sua assessoria, que as instalações de cabeamento da QA Consulting na sua construtora foram adequadamente executadas e negou ter usado a empresa do filho do sócio de Pimentel para transferir recursos ao ex-prefeito de Belo Horizonte, de quem sempre se declarou amigo publicamente. "Não existe nenhuma relação entre estes serviços e eventual contratação, pela QA Consulting, de serviços de terceiros, inclusive de eventual contratação de empresa de consultoria do ministro Fernando Pimentel", escreveu a assessoria de Senna na nota oficial. Na ação civil pública em que Senna é réu ao lado de Pimentel, o Ministério Público questiona a proximidade dos dois, em especial a doação de R$235 mil à campanha de Pimentel pela reeleição em 2004. Laudos periciais solicitados pelo Ministério Público levaram o órgão a sustentar que o valor doado seria parte de uma parcela de R$1,2 milhão repassada pela prefeitura à ASA e, conseqüentemente à HAP, 11 dias antes do registro da doação. No processo, os advogados de Pimentel classificaram a acusação como "ilação do Ministério Público". Os petistas saíram ontem em defesa de Pimentel, e descartaram a possibilidade de o ministro vir a ser o próximo da lista a ser bombardeado pela oposição no Congresso. A oposição, porém, considerou insuficientes as explicações dadas por Pimentel. O PSDB entra hoje, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, com pedido de convocação do ministro. ( De O Globo)

Pimentel recebeu R$ 400 mil de empresa do filho de seu sócio

                       
   Dirceu Ayres

Pagamento pela consultoria do ministro se deu em duas parcelas de R$ 200 mil THIAGO HERDY ISABEL BRAGA MARIA LIMA Braço direito e homem forte do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel (PT), faturou pelo menos R$ 2 milhões com sua empresa de consultoria em 2009 e 2010 Thiago Herdy / O Globo BELO HORIZONTE e BRASÍLIA - Uma "empresa de informática pequeninha", nas palavras do próprio ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), pagou R$ 400 mil pelos serviços da P-21 Consultoria e Projetos Ltda, empresa mantida pelo petista entre sua saída do comando da prefeitura de Belo Horizonte, em 2009, e a chegada ao governo federal, em 2011. Firma especializada em "cabeamento estruturado para rede de computadores", a QA Consulting Ltda pertence a Alexandre Allan, de 36 anos, e Gustavo Prado, de 35, filho de Otílio Prado, sócio minoritário de Pimentel na P-21 Consultoria. O pagamento pela consultoria de Pimentel se deu em duas parcelas de R$ 200 mil. A primeira foi pago em 19 de fevereiro de 2011 de 2011, dois dias depois de a QA Consulting receber R$ 230 mil da construtora HAP Engenharia para prestar serviços de "infraestrutura para soluções de rede". A título de tributação, o serviço foi declarado como de engenharia civil, mas, segundo o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), não há registro de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) referente ao serviço alegado pela empresa. A segunda parcela foi paga em maio de 2010. Construtora acusada de desviar recursos A HAP é velha conhecida de Fernando Pimentel: em maio deste ano, o ex-prefeito de Belo Horizonte tornou-se réu em ação civil pública ao lado do dono da empresa, Roberto Senna. A construtora é acusada de superfaturar obra da prefeitura de Belo Horizonte em R$ 9,1 milhões e de desviar recursos para a campanha de Pimentel em 2004, quando o petista disputou a reeleição para a prefeitura da capital mineira. Na época, Pimentel contratou sem licitação a Ação Social Arquidiocesana (ASA), da Arquidiocese de Belo Horizonte, para construir 1,5 mil casas. A entidade subcontratou a HAP, e o custo da obra passou de R$ 12,7 milhões para R$ 26,7 milhões. Segundo o Ministério Público, metade das casas não foi entregue. O processo corre na 4ª Vara da Fazenda Pública Municipal de Belo Horizonte. A QA Consulting é a terceira maior cliente da consultoria de Pimentel, que em dois anos faturou R$ 2 milhões. Conforme mostrou O GLOBO no domingo, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) pagou R$ 1 milhão por serviços ao ministro, e a construtora mineira Convap, outros R$ 514 mil, meses antes de abocanhar em consórcio R$ 95,3 milhões em contratos no governo do aliado de Pimentel, Márcio Lacerda (PSB). A QA pagou R$ 400 mil pela consultoria de Pimentel, apesar da sua peculiar situação financeira: de acordo com a Junta Comercial de Minas Gerais, está enquadrada como microempresa (faturamento anual de, no máximo, R$ 360 mil, de acordo com a nova legislação). Procurado na segunda-feira de manhã na sede de sua empresa, o sócio Gustavo Prado não quis dizer se haviam contratado Pimentel. Também se recusou a dar qualquer detalhe a respeito dos serviços prestados pelo ministro à sua pequena empresa. Disse que se pronunciaria apenas por e-mail e pediu ao repórter que se retirasse. À tarde, enviou e-mail dizendo que Pimentel havia prestado serviços de "consultoria econômica" e que a empresa teria perfeita "capacidade econômico-financeira para custear a consultoria contratada". Mas não quis dizer qual foi o faturamento de sua empresa em 2009 e 2010, alegando se tratar de informação estratégica. Sobre a contratação de seus serviços pela HAP, Prado disse não ter registrado ART no CREA-MG porque, em sua opinião, "o serviço não era de relevância e nem houve exigência do cliente". - Os serviços foram corretamente declarados às autoridades fiscais, tendo sido realizado em mais de um estabelecimento da empresa - afirmou Prado. Ao ser questionado sobre o enquadramento como microempresa, a QA Consulting atribuiu a situação a um erro do escritório de contabilidade que presta serviço para eles e informou que, na prática, já teria alterado o formato de pagamentos de impostos pela empresa. O GLOBO também procurou na segunda-feira o empresário Gustavo Henrique Duarte, que foi sócio da QA Consulting entre a consultoria de Pimentel, em 2009, e o início deste ano, quando ele deixou a empresa. - Eu não cuidava da parte administrativa, não posso falar nada sobre isso - disse, ao desligar o telefone e não mais atender as ligações do GLOBO durante a tarde de ontem. O dono da HAP Engenharia, Roberto Senna, informou, por meio de sua assessoria, que as instalações de cabeamento da QA Consulting na sua construtora foram adequadamente executadas e negou ter usado a empresa do filho do sócio de Pimentel para transferir recursos ao ex-prefeito de Belo Horizonte, de quem sempre se declarou amigo publicamente. "Não existe nenhuma relação entre estes serviços e eventual contratação, pela QA Consulting, de serviços de terceiros, inclusive de eventual contratação de empresa de consultoria do ministro Fernando Pimentel", escreveu a assessoria de Senna na nota oficial. Na ação civil pública em que Senna é réu ao lado de Pimentel, o Ministério Público questiona a proximidade dos dois, em especial a doação de R$ 235 mil à campanha de Pimentel pela reeleição em 2004. Laudos periciais solicitados pelo Ministério Público levaram o órgão a sustentar que o valor doado seria parte de uma parcela de R$ 1,2 milhão repassada pela prefeitura à ASA e, conseqüentemente à HAP, 11 dias antes do registro da doação. No processo, os advogados de Pimentel classificaram a acusação como "ilação do Ministério Público". PSDB pretende convocar ministro Os petistas saíram em defesa de Pimentel, e descartaram a possibilidade de o ministro vir a ser o próximo da lista a ser bombardeado pela oposição no Congresso. A oposição, porém, considerou insuficientes as explicações dadas por Pimentel.

SE VOCÊ NÃO CONHECE A HISTÓRIA DE ORLANDO LOVECCHIO, VAI CONHECER AGORA. É UM ENREDO EM QUE A VÍTIMA É PUNIDA, E O BANDIDO, BENEFICIADO.


         Dirceu Ayres

Então vamos dizer tudo. No dia 19 de março de 1968, um jovem de 22 anos estacionou seu carro na garagem do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, em São Paulo, onde ficava o consulado americano. Viu um pedaço de cano, de onde saía uma fumacinha. Teve uma idéia: avisar um dos seguranças; vai que fosse um reator com defeito… É a última coisa de que ele se lembra. Era uma bomba. A explosão o deixou inconsciente. Dias depois, teve parte de uma das pernas amputada. Era o primeiro atentado terrorista da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização chefiada pelo “patriota” Carlos Marighella. O nome da vítima: Orlando Lovecchio. Ele se preparava para ser piloto. Marighella não deixou porque, afinal, queria mudar o mundo, não é? As Comissões de Anistia como informaram ontem aqui, fará uma homenagem ao líder terrorista e se prepara para, vejam vocês!, Indenizar a sua família. Deve sair uma grana polpuda. E Lovecchio? Conseguiu uma pensão, atenção!, De R$ 500 por mês!!! Foi o que a Comissão de Anistia achou justo por sua perna. É que a dita-cuja não previa benefícios para as vítimas dos esquerdistas, entenderam? As regras da comissão só protegem as “vítimas” do Regime militar. Já Diógenes Carvalho de Oliveira, um dos que deixaram a bomba no local, recebe, por decisão da mesma comissão, três vezes mais. E isso não é piada. Luiz Inácio Lula da Silva, que ficou preso 40 dias no começo dos anos 1980, sem que ninguém lhe tenha encostado um dedo, recebe quase R$ 7 mil por mês! Ziraldo e Jaguar, fundadores do jornal “O Pasquim”, foram beneficiados com pagamento retroativo de mais de R$ 1 milhão cada um e uma indenização mensal de R$ 4.375 (em valores de 2010). Sinto vergonha até de escrever isso! Como foi que nós permitimos que isso acontecesse? O jovem Lovecchio não era de direita. O jovem Lovecchio não era de esquerda. Era só um brasileiro, com futuro, que estava no lugar errado, na hora errada. Como diz um rapaz que me escreve (ver abaixo), a culpa deve ter sido do regime militar, né?, Que obrigava a ALN a explodir bombas, tadinha! Marighella é aquele senhor que fez o tal “Minimanual da Guerrilha Urbana”, em que ensinava de modo meticuloso, como e por que matar inocentes. O corajoso cineasta Daniel Moreno, hoje com 36 anos, fez um filme a respeito, intitulado “Reparação”. Abaixo, segue um trailer. Fica fácil saber quem é Lovecchio. Falam, entre outros, o professor Marco Antonio Villa, do Departamento de História da Universidade de São Carlos (o que afirma que tanto a esquerda como a direita eram golpistas), e o sociólogo Demétrio Magnoli, o que lembra que uma significativa parte da esquerda “ainda não aprendeu que Stálin era Stálin”. Vejam. Volto em seguida. Perseguição O filme encontra dificuldades imensas para ser divulgado. Adivinhem por quê… Os fatos que ele relata são incômodos para os novos donos do poder. Abaixo, segue um entrevista, em três partes, de Daniel Moreno ao nosso Augusto Nunes, gravada no estúdio da VEJA Online em abril do ano passado. Volto depois. Volto depois. Esses são apenas fatos. É mais uma contribuição à Comissão da Verdade! É mais um alerta contra o photoshop da história! Por Reinaldo Azevedo