segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A LOBA QUE COME LOBO

                                                           Dirceu Ayres
Sabatinada para o Superior Tribunal de Justiça, na condição de primeira mulher a ascender à cúpula da magistratura, a então desembargadora da justiça baiana, Eliana Calmon, foi indagada se teria padrinhos políticos. "Se não tivesse não estaria aqui". Quiseram saber quem eram seus padrinhos. A futura ministra do STJ respondeu na lata: "Edison Lobão, Jader Barbalho e Antonio Carlos Magalhães". Corria o ano de 1999. Os senadores eram os pilares da aliança que havia reeleito o governo Fernando Henrique Cardoso. A futura ministra contou ao repórter Rodrigo Haidar as reações: "Meu irmão disse que pulou da cadeira e nem teve coragem de assistir ao restante da sabatina. Houve quem dissesse que passei um atestado de imbecilidade". Estava ali a sina da ministra que, doze anos depois, enfrentaria o corporativismo da magistratura. "Naquele momento, declarei totalmente minha independência. Eles não poderiam me pedir nada porque eu não poderia atuar em nenhum processo nos quais eles estivessem. Então, paguei a dívida e assumi o cargo sem pecado original". Eliana Calmon nunca escondeu seus padrinhos De lá pra cá, Eliana Calmon tem sido de uma franqueza desconcertante sobre os males do Brasil. Muita toga, pouca justiça são. Num tempo em que muito se fala da judicialização da política, Eliana não perde tempo em discutir a politização do judiciário. É claro que a justiça é política. A questão, levantada pela ministra em seu discurso de posse no CNJ, é saber se está a serviço da cidadania. A "rebelde que fala", como se denominou numa entrevista, chegou à conclusão de que a melhor maneira de evitar o loteamento de sua toga seria colocando a boca no trombone. Aos 65 anos, 32 de magistratura, Eliana Calmon já falou sobre quase tudo. - Filhos de ministros que advogam nos tribunais superiores: "Dizem que têm trânsito na Corte e exibem isso a seus clientes. Não há lei que resolva isso. É falta de caráter" (Veja, 28/09/2010). - Corrupção na magistratura: "Começa embaixo. Não é incomum um desembargador corrupto usar um juiz de primeira instância como escudo para suas ações. Ele telefona para o juiz e lhe pede uma liminar, um habeas-corpus ou uma sentença. Os que se sujeitam são candidatos naturais a futuras promoções". (Idem) - Morosidade: "Um órgão esfacelado do ponto de vista administrativo, de funcionalidade e eficiência é campo fértil à corrupção. Começa-se a vender facilidades em função das dificuldades. E quem não tem um amigo para fazer um bilhetinho para um juiz?" (O Estado de S. Paulo, 30/09/2010). Era, portanto, previsível que não enfrentasse calada a reação do Supremo Tribunal Federal à sua dedicação em tempo integral a desencavar o rabo preso da magistratura. Primeiro mostrou que não devia satisfações aos padrinhos. Recrutou no primeiro escalão da política maranhense alguns dos 40 indiciados da Operação Navalha; determinou o afastamento de um desembargador paraense; e fechou um instituto que, por mais de 20 anos, administrou as finanças da justiça baiana. No embate mais recente, a ministra foi acusada pelo presidente da Corte, Cezar Peluso, de desacreditar a justiça por ter dito à Associação Paulista de Jornais que havia bandidos escondidos atrás da toga. Na réplica, Eliana Calmon disse que, na verdade, tentava proteger a instituição de uma minoria de bandidos. Ao postergar o julgamento da ação dos magistrados contra o CNJ, o Supremo pareceu ter-se dado conta de que a ministra, por mais encurralada que esteja por seus pares, não é minoritária na opinião pública. A última edição da pesquisa nacional que a Fundação Getúlio Vargas divulga periodicamente sobre a confiança na Justiça tira a ministra do isolamento a que Peluso tentou confiná-la com a nota, assinada por 12 dos 15 integrantes do CNJ, que condenou suas declarações. Na lista das instituições em que a população diz, espontaneamente, mais confiar, o Judiciário está em penúltimo lugar *(ver tabela abaixo). Entre aqueles que já usaram a Justiça a confiança é ainda menor. A mesma pesquisa indica que os entrevistados duvidam da honestidade do Judiciário (64%), o consideram parcial (59%) e incompetente (53%). O que mais surpreende no índice de confiança da FGV é que o Judiciário tenha ficado abaixo do Congresso, cujo descrédito tem tido a decisiva participação da Corte Suprema - tanto por assumir a função de legislar temas em que julga haver omissão parlamentar, quanto no julgamento de ações de condenação moral do Congresso, como a Lei da Ficha Limpa. A base governista está tão desconectada do que importa que foi preciso um senador de partido de fogo morto, Demóstenes Torres (DEM-TO), para propor uma Emenda Constitucional que regulamenta os poderes do CNJ e o coloca a salvo do corporativismo dos togados de plantão. "Só deputado e senador têm que ter ficha limpa?", indagou o senador. Ao contrário do Judiciário, os ficha suja do Congresso precisam renovar seus salvo-conduto junto ao eleitorado a cada quatro anos. O embate Peluso-Calmon reedita no Judiciário o embate que tem marcado a modernização das instituições. Peluso tenta proteger as corregedorias regionais do poder do CNJ. Nem sempre o que é federal é mais moderno. O voto, universal e em todas as instâncias, está aí para contrabalancear. Mas no Judiciário, o contrapeso é o corporativismo. E em nada ajuda ao equilíbrio. Em seis anos de existência, o CNJ já puniu 49 magistrados. A gestão Eliana Calmon acelerou os processos. Vinte casos aguardam julgamento este mês. Aliomar Baleeiro, jurista baiano que a ministra gosta de citar, dizia que a Justiça não tem jeito porque "lobo não come lobo". A loba que apareceu no pedaço viu que dificilmente daria conta da matilha sozinha, aí decidiu uivar alto. *Maria Cristina Fernandes é editora de Política. Valor Econômico - Escreve às sextas-feiras. Postado por Pedro da Veiga às

AS PLACAS.

                    Dirceu Ayres  
Sabe aquelas placas em lugares públicos ou agências bancárias, casas lotéricas que constam algo como "atendimento preferencial para idosos, gestantes, lactantes e mães com crianças de colo"? Acho que sei pra que servem. Não estão lá porque algum famigerado legislador resolveu trabalhar e, de repente decidiu que esse pessoal tem preferência para ser atendido e não precisa pegar fila como é o comum da humanidade. A grande realidade é, na verdade, despachar logo essa gente para não ficar puxando conversa e chamando atenção, incomodando o restante das pessoas. Porque tem coisa mais irritante que criança chorando, por isso o melhor mesmo é mandar aquela sirene ambulante para casa. Quem já não teve vontade de amarrar um moleque desses que incomoda pelos tornozelos com cordinhas de sapatos iguais aquelas dos tênis.
O mesmo vale para os velhos. Puts, desculpe, os idosos, a terceira idade, a melhor idade, Os mais experientes, os jovens senhores são tantos os termos que são politicamente corretos que eu me perco. Os vovôs, já são de reclamar por natureza. Plantados numa fila para fazer qualquer coisa então...Lembra-me muitos bêbados que querem alugar o ouvido da garçonete para escutar sua estória. Não há quem agüente quando o idoso quer que ouça todas as suas reclamações. Por isso, proponho para o próximo legislador que olhe também para outras classes que merecem a mesma deferência. Os fedidos, por exemplo. Pessoas mal diagramadas fisicamente, (principalmente mulheres) não consigo pensar em nada mais intolerável. Sugiro que aqueles que não se encaixam em qualquer padrão mínimo de higiene e de asseio, tenham um acesso exclusivo e restrito, isolado, para que não precisem compartilhar sua fealdade e seu mau cheiro. Por motivos óbvios, os Apedeutas, beócios e idiotas de uma forma geral pois dentre eles pode haver algum Fratricida e engrossar o caldo, esses também devem ter o direito a cortar fila. Por mim, podem passar na frente e se mandar o mais rápido possível. Esse tipo de gente é muito perigoso e contaminante. Não poderia deixar de incluir na minha pauta de reivindicações os pobres. Porque não tem uma raça no mundo que seja mais digna de todos os privilégios e regalias tantas como são os pobres. Vide a igreja católica, que até hoje os defende inapelavelmente, do alto do seu castelo de ouro, vestida de seda e coroada pelo poder e glória, redentora de Deus. Na bolsa ou dobrados dentro de carteiras dos pobres, carregam seus carnês de pagamentos amarrotados, não cuidam da higiene, más são bons pagadores. É a própria visão do nono círculo do inferno que nem Dante teve coragem de descrever. Ah, sim, proponho também um guichê exclusivo para chatos, cabuloso que reclama de tudo. Mas, nesse caso, seria advogar em causa própria e a fila seria quase tão grande quanto à fila normal. Passo a vez, portanto, vou em frente.

Há mais coisas entre o céu e a terra do que a simples compra de um satélite.

           Dirceu Ayres
Em 2008, Lula botou quase R$ 5 bilhões do BNDES e mudou o Plano Geral de Outorgas para que a Oi-Telemar, sócia do seu filho, virasse uma "supertele verde-amarela", o que daria mais soberania ao país na área das comunicações. Com as burras cheias, a Oi ampliou o seu péssimo atendimento e, agora, nem mesmo vai precisar levar banda larga para os confins do país. O satélite que teria que ser construído pela operadora para atender as suas obrigações de fornecimento para o Plano da Banda Larga, a um custo de R$ 710 milhões, que também atenderia o Exército Brasileiro, não precisará ser mais construído. É que o Exército decidiu ter um satélite para chamar de seu, a um custo de R$ 720 milhões (R$ 10 milhões a mais do que o da Oi), que será construído pela Telebrás. Vejam que maravilha. A estatal vai criar uma subsidiária (mais um cabide de empregos) para construir e gerir o equipamento. Isso tem cheiro de quê? De uma grande negociata. O Exército está dizendo que precisa ter um satélite exclusivo. Depois, é claro, o tal satélite ficará ocioso. Em seguida, com certeza, será compartilhado com a Oi - Telemar, sócia do filho do Lula, a preços subsidiados, porque ela precisa de "mais satélite". Resultado: o Brasil gastará R$ 720 milhões, ganhará mais uma estatal e quem levará vantagem será a Oi, que deveria construir o próprio satélite gastando R$ 720 milhões do próprio bolso. Não é isso? Estamos ficando loucos? Então alguém responda: por que o Brasil criou uma supertele verde-amarela, financiada pelo BNDES, para que o Exército forneça banda larga para os confins do Brasil? Desde quando o Exército é operadora de telefonia? A justificativa econômica do Exército, dada por um general imbecil, é que as FFAA pagam R$ 60 milhões por ano de aluguel para a Star One, por uma faixa exclusiva em satélite de propriedade da empresa mexicana. E que em pouco mais de 10 anos o investimento estará pago. O que o general imbecil não calcula é o custo da mão-de-obra, da manutenção, da pesquisa, da gestão que virá junto com o satélite. Não duvidemos que a tal estatal terá um custo de R$ 5 milhões mensais, o que totalizaria os mesmos R$ 60 milhões anuais pagos pela locação. Aí tem coisa. Aí tem gente levando algum. Aí tem mais uma negociata lulopetista (coturno)

Caso da Juíza - Grupo Sargentos PMDF

     Dirceu Ayres

Senhores e Senhoras Solidarizo-me com todos vocês e com todas as afirmações feitas nesta mensagem. Quando a casa que é furtada ou invadida é a do vizinho, normalmente fingimos que sentimos muito, mas quando é a nossa, aí a coisa muda de figura. É o caso dos nossos nobres Magistrados. Assisti semana passada, o programa?Mais Você? Da Ana Maria Braga, no qual a apresentadora entrevistou um jurista e um promotor sobre a nova lei do flagrante e, segundo eles, poucos serão os crimes em que o praticante será preso. Fiquei como cidadão, indignado com esta lei. Percebe-se um grito de revolta na garganta da sociedade. O povo brasileiro deveria se mobilizar e cobrar do Congresso a alteração desta lei, cujo teor é uma afronta aos direitos fundamentais do cidadão.
Agora os Juízes querem segurança:
O assassinato da juíza Patrícia Acioli trouxe a tona um tema bastante interessante: Os juízes estão querendo segurança particular. Queremos apenas lembrar aos magistrados que: - Mais da metade dos crimes de morte que acontecem hoje no país, são proferidos por pessoas já condenadas e soltas por esses mesmos juízes que agora querem "seguranças contra os bandidos". - Nenhuma viatura da polícia militar (que combate o crime todos os dias) é blindada, então porque os carros dos juízes deveriam ser? (ainda por cima pagos com o dinheiro da população) Se o juiz quiser um carro blindado, que ele saiba que ele ganha suficientemente bem para blindar seu carro particular. - Querem detector de metais nas portas dos tribunais - Na hora de fazer um teste de bafômetro, o motorista que está colocando a vida de várias pessoas em risco por dirigir embriagado, não é obrigado a produzir prova contra si, mas será que vai o deixarele entrar no tribunal se ele se recusar a passar pelo detector de metais alegando esse mesmo direito? - Querem que os criminosos da juíza sejam presos - além de soltarem a maioria dos criminosos presos, os processos ainda são lentos e se arrastam no judiciário então será que eles têm moral para pedir que a polícia execute seu trabalho a contento se eles mesmos não executam os deles? - Querem aplicar a justiça para os matadores da juíza - Se forem policiais, que tal aposentá-los com vencimentos integrais? (Essa é a pena mais proferida por juízes corruptos e que são pegos infringindo as leis) então, será que serão usados os mesmos critérios? Repassem Grupo SARGENTOS PMDF Profissionais esclarecidos, Instituição fortalecida

DEPENDÊNCIA MORAL

                 Dirceu Ayres
O vício, seja ele qual for, surge por causa de alterações psíquicas que o favorecem. Em estado de dependência psicológica ou dependência moral, o indivíduo sente um impulso irrefreável; precisa fazer uso das “drogas” para se sentir bem. A corrupção, por exemplo, é inegavelmente uma droga fortíssima para os que nela estão viciados. A dependência moral se manifesta numa insistência compulsiva ligada a diversas alterações do caráter e, conseqüentemente, do comportamento. O desejo se transforma em necessidade individual, sob a alegação de ser um bem destinado a terceiros. Requisitos Básicos da Dependência Moral 1 - Forte desejo ou compulsão para “consumir a substância”: mesmo sem necessidade, os viciados em malversação do dinheiro público não conseguem viver de forma decente e mais civilizada, dentro dos padrões morais. Por conviverem no meio de outros tão viciados quanto eles passam a ver a patifaria e a canalhice como coisas naturais ou até mesmo elogiáveis. 2 – Tolerância dos viciados: os dependentes morais perdem a capacidade de perceber seu vício. Doses cada vez maiores da “substância” são requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas. Os políticos, no caso, chegam a perder a noção de limite. Atingem doses muito elevadas de roubalheira compulsiva e seu vício se torna muito evidente a todos que estão de fora. 3 - Abandono progressivo de outros prazeres são trocados pelo vício. No caso dos políticos, é evidente a troca do prazer que daria o orgulho pela dignidade, moralidade e a decência em troca da corrupção evidente. A dependência moral os leva a trocar a qualidade do caráter por um dinheiro sujo e um poder altamente discutível embora importante para os viciados. 4 - Persistência no uso da “ substância” (patifaria política) ocorre a despeito de ser evidenciado, tanto o vicio quanto suas conseqüências nocivas, tais como o desrespeito e a falta de crédito. NOTA: Existe também um tipo de 'dependência' que é natural e não tem nada a ver com vício e o tipo de dependência citada acima. É a que leva pessoas normais a dependerem do seu trabalho e de sua própria produtividade para o auto-sustento. Neste caso, existem viciados pelo trabalho, os chamados Work alcoholic, que provavelmente nem existem mais no nosso país, onde a vagabundagem está sendo cada vez mais estimulada por governantes que precisam de um povo absolutamente dependente financeiramente para facilitar sua dependênciasOHá vários tipos de dependência. Dependência física, psicológica, afetiva, dependência moral. Esta última é extremamente malévola, porque além de envolver o 'viciado' e quem está à sua volta, atinge todos os habitantes e o país em que vive o dependente. A malévola dependência moral é doença grave que atinge os políticos brasileiros. Neste caso, o medo de uma letal crise de abstinência, pode ser um dos maiores motivos para eles continuarem “no ramo”(pendurados) até o fim da vida, mesmo os que já chegaram aos oitenta anos. O afastamento da roubalheira talvez assuste muitos, pelo temor de um possível ataque de "delirium tremens" que todo o dinheiro roubado não poderia evitar. A casa da mãe Joana.

O povo tem que colocar um basta nisto

          Dirceu Ayres
Com o TCE se eximindo das suas tarefas, deputados da Assembléia e funcionários do governo estadual e da Prefeitura de Macapá puderam agir sem freios. O inquérito calcula que o total de desvios entre os deputados estaduais chegou a R$ 300 milhões. Parlamentares abusaram do uso de verbas indenizatórias, de gastos com passagens e diárias, justificadas por meio de prestação de contas irregulares. Só uma agência de viagens, a Martinica, cujo diretor fora sócio do presidente da Assembléia da época, Jorge Amanajás, recebeu mais de R$ 28 milhões em verbas de passagens da Casa. Fonte: Estado de São Paulo Segundo a Reportagem do Estado de São Paulo este esquema montado no Amapá já desviou mais de um bilhão de Reais nos últimos dez anos. Imaginem este dinheiro todo aplicado em melhorias no sistema de saúde. Não precisamos de mais impostos. Mais impostos só irão alimentar mais a corrupção e engordar ainda mais as contas bancárias de políticos corruptos. Infelizmente no nosso país as pessoas estão sendo eleitas com a finalidade de defender seus interesses particulares e não os interesses do povo. A presidência da república indica para a alta magistratura pessoas sem notório saber jurídico ou reputação ilibada, como é o caso do ministro Tofolli. Juízes dos tribunais superiores nomeados apenas por critérios políticos e não técnicos. Na hora de aprovar as indicações, os parlamentares também aprovam segundo seus interesses políticos. E com isto os três poderes vão cada dia ficando mais contaminados com pessoas corruptas, sem princípios de ética, de honestidade e de moral. Compete ao povo honesto e trabalhador pressionar para que uma verdadeira faxina ocorra em todos os níveis do governo. Chega de demagogia e faxina de faz de conta. Dia 12 de Outubro de 2011 vamos novamente botar a boca no trombone. Não é possível que uma parada gay reúna milhões de pessoas e uma marcha em favor de um Brasil mais ético, mas honesto não consiga reunir mais do que uns poucos milhares de pessoas. Afinal de contas onde está nosso comprometimento? Com a ética ou com o crime? Postado por Laguardia às

CALA BOCA, DILMA.

                 Dirceu Ayres
Sei lá que droga de diplomacia do Itamaraty anda ministrando a Dilma; boa, com certeza, ela não é, a despeito da cobertura laudatória de parte da imprensa Certo, a coisa toda serve à hagiografia da “primeira presidenta” do Brasil, e o tom laudatório que acompanha as reportagens sobre Dilma Rousseff na Europa beira o constrangedor. Abre-se mão até mesmo da tarefa óbvia de perguntar se é o Brasil quem tem de pagar para que ela vá se “emocionar e se “engasgar” na escola em que estudou o extremoso pai, que largou uma família na Bulgária e construiu outra no Brasil. Ponto parágrafo. Melhor pra Dilma. No Brasil, esta terra de oportunidades — onde a filha pretendia implantar uma ditadura comunista que fabricou o fabuloso atraso da Bulgária —, o pai enricou. Vamos seguir. Dilma visitou a Turquia. Ela segue cumprindo na ponta do lápis a máxima estabelecida pelo jornalista H. L. Mencken: para cada problema difícil, há sempre uma solução simples e errada. E, como não poderia deixar de ser, a presidente brasileira voltou a insultar Israel, ainda que de modo um tanto oblíquo. Já explico por quê. Leiam o que informa a Reuters. Volto depois. Na Turquia, Dilma apóia Estado palestino e pede fim da crise na Europa A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira, 7, que a Europa saia da atual crise econômica assegurando o crescimento econômico e a retomada do emprego. Em declaração à imprensa após assinatura de atos durante visita à Turquia, Dilma também falou de política internacional e voltou a defender uma solução de dois Estados para o conflito entre israelenses e palestinos. “Desejamos à Europa uma saída rápida da crise por meio da busca por maior estabilidade macroeconômica, mas também - e sobretudo - assegurando a retomada do crescimento, da proteção ao emprego e dos segmentos mais vulneráveis das diferentes populações”, disse Dilma, segundo áudio divulgado pela Presidência da República A presidente exaltou a aproximação recente entre Brasil e Turquia e assinalou que sua visita ao país “reflete uma nova geopolítica do mundo”. Dilma considerou que “poucos assuntos são mais importantes” que a busca por uma solução para o conflito no Oriente Médio entre israelenses e palestinos. “Sem uma solução para o povo da Palestina, também não haverá uma solução de segurança para o povo de Israel. Essa é uma Questão crucial”, defendeu. O Brasil já se declarou favorável à criação de um Estado palestino nas fronteiras anteriores às da Guerra dos Seis Dias, em 1967. Em seu discurso durante a abertura da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas em setembro, Dilma lamentou “não poder dar as boas-vindas à Palestina como um Estado reconhecido plenamente” pela entidade. A Autoridade Palestina busca no Conselho de Segurança da ONU o reconhecimento de um Estado palestino, atitude que tem a oposição de Israel e dos Estados Unidos. Washington é um dos cinco membros com poder de veto no Conselho. Dilma Rousseff comete dois atos tolos para quem é presidente de um país que pretende ser visto como um dos grandes no cenário internacional. Comecemos pelo tom dos discursos da presidente nessa jornada. Não, meus caros!, líder nenhum do mundo, podem pesquisar, dá “conselhos” e pitos como faz Dilma, propondo “soluções” a partir de sua própria experiência — eventualmente, experiência apenas suposta. Como bem apontou um texto recente, a que o Financial Times deu destaque, ela criticou o protecionismo dos ricos em discurso da Bélgica dias depois de ter elevado o IPI dos carros importados. Quase ao mesmo tempo, o governo decidia que as empresas nacionais terão prioridade nas compras governamentais. O que o Brasil quer? Licença para praticar “protecionismo de pobre”? Uma coisa é o Brasil endurecer nas negociações bilaterais ou pressionar organismos multilaterais por meio de sua diplomacia; outra, diferente, é sair por aí como se fosse um Catão da nova era, como se tivesse descoberto o ovo de Colombo da economia. Tenham paciência! Dê-se um tombo feio no preço das commodities para ver aonde vai parar esse nosso “orgulho”. A inflação em 12 meses está em 7,31%, a mais alta desde 2005, num cenário de crescimento, por enquanto, apenas médio — 3,5% —, num processo óbvio de desindustrialização. Está dado, pela natureza do processo, que a crise não atinge hoje igualmente os países ricos e os ditos emergentes. A resposta aceitável para estes pode não ser boa para aqueles. Mas Dilma tem a solução: retomada do crescimento, proteção do emprego, atendimento aos mais vulneráveis… Sei. Medidas protecionistas, num primeiro momento, protegem o emprego, por exemplo. A Soberana recomenda esse remédio aos companheiros europeus? Seria ruim para o Brasil acho. Dilma repete, nesse particular, o seu antecessor, com aquela arrogância de quem descobriu a pólvora. Lembram-se quando Lula vivia demonizando o FMI porque o órgão sairia por aí dando o seu receituário? O Brasil faz algo diferente? “Mas os conselhos de Dilma são bacanas”. Ah, bom, se é assim… Israel A Turquia está numa rota óbvia de colisão com Israel. Recep Tayyip Erdogan, o primeiro-ministro, está esticando a corda ao máximo, anunciando até manobras militares. Reduziu ao mínimo as relações diplomáticas com seu ex-aliado e foi um dos promotores do pedido de reconhecimento encaminhado à ONU pela Autoridade Nacional Palestina. Também deu suporte à tal flotilha, de trágico desfecho. Dilma, no discurso de abertura da Assembléia Geral, já havia expressado seu ponto de vista. Era, pois, absolutamente desnecessário ter voltado ao assunto justamente na Turquia, dado o status das relações deste país com Israel. Ao fazê-lo, é claro que Dilma endossa a estridência de Erdogan e se comporta como se ela também estivesse disputando a liderança dos… países islâmicos!!! Uma comédia de erros. (Lili carabina)