Dirceu Ayres
Todo perseguidor é escravo de seu perseguido. A vida, o emprego, a obra desses personagens que são os perseguidores, estão atreladas a o seu desafeto. Sem o desafeto para bater, o perseguidor perde a força. Tem pessoas assim, físicas e ou mesmo jurídicas, cujo poder emana dos inimigos. Tem gente que só é feliz quando tem um inimigo para odiar, para falar mal, para derrubar, para superar. Algumas pessoas simplesmente não se conformam com suas próprias vidas, se tornam vazias como se viver não fosse suficientemente bom. Os Psiquiatras os conhecem como ICONOCLÁSTAS (Derrubadores de ídolos). Precisam de um antagonista que dê significado para seus enredos. Não sei se elas estão certas ou erradas, sei apenas que elas nem sempre têm consciência de que são escravas de seus desafetos. E que talvez, por não saberem amar, eles, amam odiar. É possível ver isso em alguns políticos que fazem fama, se elegem e se reelegem, vivem em função do inimigo ou desafeto. Observem que se os desafetos se afastarem, morrerem ou forem cassados, o perseguidor ou não se reelege, ou adoece, falta à motivação de viver e trabalhar. Existem deputados, Federais, Estaduais e até Senadores que vivem e sempre viveram em função de difamar seus desafetos, seus opositores, que eu saiba eles estão tão ocupados que nunca apresentaram nem um projeto para a melhoria de seu estado ou de seus correligionários, no máximo arranja a dinheirama de maneira escusa para si e seus puxa saco. Ao assumir essa condição de Congressista ele precisa ou acha que o povo ou Estado que naquele momento estão representando é uma espécie de povo imbecilizado, resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, agüentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, onde deveriam mostrar “seus dentes”, sua força e a energia de um povo, pois que vivem já com as orelhas murchas é incapaz de sacudir as moscas que tem no corpo; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que não luta e nunca se exalta, passa a condição de miserável e se conforma com o que lhe acontece. Porque será que esse povo sofre e é bom?, Guarda ainda os rancores na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional conformado, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta. Às vezes me pergunto se não estaria sofrendo de um estado patológico observado em diversas afecções do sistema nervoso central, como encefalites, tumores, caracterizado por um sono profundo e duradouro do qual só com dificuldade, e temporariamente, pode o paciente despertar, é conhecido também como estado de insensibilidade característico do transe mediúnico, lembra também... Letargia. Isso lembra a figura que está acima. É isso mesmo, um burro, o símbolo da falta de inteligência, o desajeitado, o bronco, o sem alma nem sentimento, sem massa encefálica, não toma atitude, apanha, é mandado, surrado, machucado, sua única reação é quando empanca, só sai quando quer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário