terça-feira, 5 de abril de 2011

HIPNOSE

                                          Dirceu Ayres
Em Anestesiologia, hipnose refere-se ao estado de inconsciência temporário induzido pela administração de fármacos específicos Hipnose é um estado de perturbação em que o sujeito perde a consciência, é um estado provocado artificialmente. O sujeito conserva várias faculdades, como, percepção visual, auditiva, motricidade etc. Franz Anton Mesmer (1734 a 1815), importante médico, foi uma das primeiras autoridades na técnica hipnótica usada terapeuticamente. Mesmer criou uma nova era para a hipnose (ele a chamava de “magnetismo”) mas sofreu muito descrédito em sua época, apenas muitos anos depois seu trabalho foi reconhecido. De certo sua prática continha muitos aspectos que hoje consideramos estranhos e bizarros (como as convulsões) mas pode-se dizer que com ele (ou por culpa dele, dependendo do ponto de vista), a hipnose começou a dar seus passos em direção a seu aspecto científico. Até hoje, muitos utilizam o vocábulo Mesmerizar ou Mesmerismo como sinônimo de hipnotizar; dando, assim, reconhecimento a Mesmer na literatura até os dias atuais. James Braid (1765 a 1860), introduziu finalmente o termo HIPNOSE (do grego hypnos = sono). Com ele começou a surgir a hipnose científica, muito embora o termo hipnose seja incorreto (já que não se dorme durante o processo) Braid tornou-o corriqueiro e não mais conseguiu modificá-lo. James Esdaile (1808 a 1868), utilizou, como cirurgião, a anestesia hipnótica (hipnoanalgesia) para realizar aproximadamente 3000 (três mil) cirurgias sem a necessidade de anestésicos químicos; nestas estão incluídas até mesmo extração de apêndice entre outros procedimentos de grande vulto. Todas as cirurgias estão devidamente catalogadas. Talvez o método de Esdaile não tenha tido maior projeção científica porque, a mesma época, foram descobertos os anestésicos químicos (éter, clorofórmio e óxido nitroso) que passaram a fazer parte dos procedimentos médicos da nobreza européia. Curiosos é saber que os anestésicos químicos mataram muito mais pessoas que se imagina, dada à ignorância das reações ao procedimento. Tal nunca ocorreu com a hipnose. Ivan Pavlov (1849 a 1936), famoso neurofisiologista russo, conhecido por suas pesquisas sobre o comportamento, que foram o ponto de partida para o Behaviorismo e o advento da Psicologia Científica do Comportamento; estudou os efeitos da hipnose sobre o córtex cerebral e a indicação terapêutica deste tipo de intervenção. Jean Charcot (1825 a 1893), conhecido médico da escola de Salpetriére (França), professor de Freud, estudou os efeitos da hipnose em pacientes histéricos. Charcot afirmava que apenas histéricos eram hipnotizáveis, mas outros médicos contemporâneos constataram que a hipnose é parte do funcionamento normal do cérebro de qualquer pessoa. Muitos dos erros cometidos por Charcot (e repetidos por Freud) levaram a crer na ineficácia da hipnose, o que foi rebatido anos depois. Sigmund Freud (1856 a 1939), médico neurologista nascido na Morávia (atual República Tcheca), autor da maior literatura acerca do inconsciente humano, aplicou a hipnose profunda no começo de sua carreira e acabou por abandoná-la, pois, ele a utilizava para a obtenção de memórias reprimidas (Freud não sabia que nem todas as pessoas são suscetíveis à hipnose profunda facilmente). No fim da vida passou a reconhecer que os estados de leve a médio da hipnose produzem melhores efeitos terapêuticos. Milton Erickson (1901 a 1980), médico psiquiatra americano, introduziu as técnicas modernas de hipnose. Erickson está para a hipnose clínica como Freud para a Psicanálise e Dumont para a Aviação, foi com ele que nasceram as metáforas em hipnose e métodos modernos para alcançar a parte inconsciente da mente. Começou com Erickson uma nova era para os profissionais que utilizam a hipnose, com o fim da imposição para mero alívio de sintomas. Link Relacionado Irmão Vitrício (1916) brasileiro do Rio Grande do Sul, atualmente uma das maiores autoridades mundiais em hipnose, criador da técnica denominada Letargia, vive em Minas Gerais e é Padre Marista. Entre os anos de 1950 e 1960, Irmão Vitrício foi notícia em jornais, livros e revistas dentro e fora de nosso país; tendo sido convidado para dar cursos e palestras por centenas de profissionais de saúde pelo mundo. É autor de um livro que causou furor na ocasião de seu lançamento (1956), o livro intitulado “Não leiam...” foi o primeiro livro a abordar a letargia. É reconhecidamente (pela Igreja Católica e, até, pela República Brasileira) a maior autoridade no assunto em todas as Américas. Karl Weissmann (1911 a 1981), austríaco naturalizado brasileiro autor do Best-seller “Hipnotismo, técnica e aplicação” foi o introdutor da hipnose científica em nosso país, declarando que a hipnose é uma parte legítima da Psicologia. Dava aulas de especalidade em Hipnose para pós graduaão na casa de Saúde Dr. Eiras em Botafogo Rio de Janeiro) Anatol Milechnin (1916 a 1986) nascido na Ucrânia, foi uma das pessoas mais elogiadas por Milton Erickson pelo excelente trabalho publicado em 1967: “Hypnosys” trabalho este premiado pela Real Sociedade Britânica de Hipnotismo Médico. Milechnin dizia que a hipnose é um estado emocional intensificado. Galina Solovey era esposa de Milechnin, foi considerada a maior representante feminina da hipnose médica no mundo. Autora do magnífico livro “A hipnose de hoje”, publicação premiada pela Real Sociedade Britânica de Hipnotismo Médico. Alberto Lerro Barreto (1915) Brasileiro de São Paulo, fundador da Sociedade Paulista de Hipnotismo em 1956, médico autor de livros traduzidos para o inglês e espanhol.

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