quarta-feira, 25 de maio de 2011

O SABONETE

                                                                 Dirceu Ayres
A pessoa que entram em um banheiro de toalha na mão, a lógica nos diz que vão precisar de uma ferramenta indispensável em todos os banhos, o sabonete, ou fazem como nos fazíamos quando meninos no Rio Camaragibe para tomar banho, precisavam-mos com certeza de alguma coisa que fizesse espuma. Sabão de coco, sabão brabo ou até Juá e para quem tinha dinheiro...O nosso amigo Sabonete. No chuveiro então esse era peça indispensável e muito importante. Nunca nos importamos com a cor, raça, Ideologia ou perfume do querido sabonete. Pois, nem sua procedência importava, O sabonete não faz parte de nenhum Partido político, alguma seita, religião etc., o que parece ser um bom começo para a construção de um mundo mais justo, más limpo, com asseio, perfumado, democrático e livre de preconceitos ou, pelo menos, humanidade limpa e cheirosa com as pessoas pobres mas bem limpinhas. Essa beleza seria sim, graças ao formidável senhor sabonete. O sabonete mereceria mais atenção da mídia em geral, já que se trata do produto mais coletivo do ambiente doméstico. Nenhum outro item da casa freqüenta tantas reentrâncias e partes tão íntima e lugares protegidos da coletividade como o sabonete que só não é estigmatizado como promíscuo justamente por ter uma conduta muito séria que eu diria... Impoluta.Há sabonetes sensíveis, que se desmancham na água, que viram mingau, que tentam o suicídio jogando-se no ralo do banheiro. Há sabonetes ideológicos, cheios de explicação e respostas para tudo, duros e rígidos, de extrema direita, de extrema esquerda, os que não se rendem à sedução do banho, assim como também existem aqueles que são rejeitados pela família, que acabam ficando ali, na saboneteira, para sempre, secando e rachando por falta de uso ou por ser muito teimoso só serviria para fazer a chamada esfoliação na pele do corpo do banhista. E, para encerrar este papo louco ou essa crônica de higiene pessoal, uma última dica: não importa qual seja seu sabonete. Compre-o. Mesmo que seja caro, caríssimo raro, ou raríssimo, estranho, renda-se ou se entregue a este capricho. Tenha o seu próprio sabonete, aquele que tem sua cara, seu cheiro, sua textura. Este pequeno pedaço de substância higienizadora, um companheiro diário de seu momento mais íntimo e até solitário, talvez seja ainda o último dos prazeres acessíveis aos pobres, o bálsamo aromático que vai fazer você feliz, do começo ao fim. Como se tudo isso não bastasse, limpo, cheiroso, com asseio e fresco, tendo evitado algum incidente ou acidente ao apanhar o sabonete no chão, nada tendo acontecido, isso vai lhe deixar até de bem com a vida ou com a pessoa que com você convive. Banho que beleza, que coisa espetacular, magnífica experiência para quem não tem costume. Mesmo tendo costume, faça do seu sabonete um amigo bom, confidente, fiel e até inseparável. Aquí vai um aviso amigo, nunca tome banho com seu cachorro isso pode ser perigoso. E vai também um lembrete de uma estória antiga. Um senhor tomava banho com seu cachorro de estimação quando o sabonete caiu ao chão, o cachorro aproveitou e tréck, deu-lhe uma pregada. Triste e deprimido foi a um Psiquiátra e contou a estória e o Psiquiátra confortou-o dizendo...Cachorro não fala, portanto não vai falar sobre o acontecido para ninguem. E o suplicante disse .Isso não está errado dr. O problema são as voltinhas que ele (cachorro) deu comigo de ré puchando pela praça.

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