Dirceu Ayres
Hoje, posso dizer seguramente que não sabia o que era sexo antes de conhecer a Dani. Isso me remete há coisa de muitos anos atrás. O que nem é tanto tempo assim; muitos anos e poucos anos se confundem, se pensarmos em termos de história, mas que parece uma eternidade dada à insignificância dos envolvidos. Mas Dani não foi insignificante em muita coisa e até nas atitudes que eu deveria tomar. Menos no que mais importava: o sexo. Por isso, posso dividir minha vida sexual entre antes e depois de Dani. Não vou entrar em detalhes a respeito de sua compleição física isso não faz a menor diferença. Importa que o que a Dani me ensinou, macetes dos quais nunca mais abriria mão. E me fez entender uma lição, talvez a mais relevante que aprendi após sair da adolescência. A de que como tratar uma mulher na cama, seja ela quem for. Quase todas seguem um “modus operandi” que, desvendado, abre quase que literalmente as portas úmidas e quentes daquela gruta de amor que se usa para fluir a felicidade. Foi com a Dani que pela primeira vez notei que muitas dessas mulheres gostam de ser subjugadas durante o sexo. Ela foi a primeira que me pediu para sentar-lhe a mão nas ancas, dizer-lhe obscenidades no ouvido e chamar-lhe daquilo tudo que, em outra circunstância, as fariam registrar um boletim de ocorrência por calúnia e difamação. Sexo é uma questão de contexto, querido, sussurrava pelos poros, e pode anotar e grifar. Basicamente, eu acredito que não era atoa, Dani me entregava, sem qualquer ônus, um pacote de pequenas artimanhas que apenas uma devoradora de homens como ela poderia saber. Dani, gozava apenas quando comida de quatro. Posição essa que denota clara vontade de submissão e, por sinal, preferida por 9 entre 10 homens passivos ou ativos, segundo estou informado. Gostava e queria sempre ficar por baixo. Nada de dominar a parada, nada de se mostrar superior. Isso ela já fazia no seu cotidiano de mulher independente financeira e emocionalmente. Mas na hora de saciar seu desejo mais primitivo, gostava mesmo de ser dominada, domada e domesticada da maneira mais rude possível. Sexo com ela não era território para galanteios ou gentilezas, explicavam didaticamente seus gemidos gritados e empapados de suor e saliva. Ela era e continua sendo um animal, e assim deveria ser muito mal tratada. Com o tempo, notei que as dicas contidas no livro de regras da Dani valiam também para grande parte das mulheres com quem reparti uma cama, um banco de automóvel, uma pia de banheiro ou, se não me falha a memória etílica, uma sacada no 20º andar. Em todas as praças da Cidade e ruelas com várias meninas, até as amigas da própria Dani. Todas, de forma ou intensidade diferente, gostavam e pediam mais daquele preparado acre. Mas recém chegadas no meio dos entendidos nas transadas em geral. As garotas imaginavam-se, peladas e meladas, os cabelos endurecidos de esperma já pediam para serem enrabadas. É, isso me confundia às vezes. Porque quanto mais durona parecia a garota, mais submissa e indefesa ela se colocava ante um falus erectus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário