terça-feira, 7 de junho de 2011

PENSAM QUE SOMOS IDIOTAS

                                                                  Dirceu Ayres
Já estava previsto há muito tempo que o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, mandaria arquivar a denuncia contra Antônio Palocci. Desde as primeiras denuncias, sem examinar o caso, Roberto Gurgel já havia dito que não via nada de errado na conduta de Antônio Palocci. Infelizmente ninguém vê nada de errado no tráfico de influência e na corrupção desenfreada que corroi as entranhas do Brasil.Se fosse um Francenildo, Roberto Gurgel não só teria indiciado como também já teria mandado para a penitenciaria algemado. Não podemos mais aturar este tipo de comportamento de nossas autoridades que defendem corruptos e ladrões que estão no poder Um Procurador Geral da República que não incomoda. A pouco mais de um mês do fim de seu mandato, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, tem boas chances de ser reconduzido ao cargo pela presidente Dilma Rousseff. Nos últimos dois anos, ele se destacou por incomodar menos que seu antecessor, Antonio Fernando de Souza: pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de 68 inquéritos contra autoridades e apresentou 28 denúncias. Em quatro anos, Antonio Fernando pediu a abertura de 141 inquéritos e apresentou 45 denúncias contra políticos. Na área criminal, Gurgel pediu o arquivamento de um inquérito contra o vice-presidente da República, Michel Temer, e ontem pediu o arquivamento das acusações contra Antonio Palocci. Gurgel também questionou menos as leis baixadas pelos governos federal e estaduais. Em dois anos, enviou ao STF 20 ações diretas de inconstitucionalidade, das quais apenas uma foi julgada. Em quatro anos, Antonio Fernando entrou no STF com 130 ações desse tipo. Claudio Fonteles, que ocupou o cargo antes por dois anos, foi autor de 259 ações. Gurgel agrada à categoria: em consulta realizada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), o atual procurador foi eleito o preferido. Ele e a mulher, a subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio, têm bom trânsito em todos os segmentos do Ministério Público. Na área criminal, Gurgel se destacou ao pedir abertura de inquérito contra a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada em vídeo recebendo dinheiro do esquema conhecido como mensalão do DEM de Brasília. Quando o escândalo veio à tona, ele pediu intervenção federal no Distrito Federal. O pedido não foi vitorioso no Supremo. Antonio Fernando ganhou por ter denunciado 40 suspeitos de integrar o mensalão - suposto esquema de pagamento de propina por parte do governo federal a parlamentares em troca de apoio político, no maior escândalo da gestão Lula. Ele também denunciou Palocci por participação na quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. A denúncia acabou rejeitada pelo STF, mas Palocci perdeu o Ministério da Fazenda. A indicação do procurador-geral da República cabe ao chefe do Executivo, que não tem obrigação de aceitar o nome proposto pela categoria. Nas indicações feitas por Lula, ele seguiu a recomendação dos membros do MP. Na era Fernando Henrique Cardoso, o MP era comandado por Geraldo Brindeiro, acusado por petistas de ser "engavetador-geral". Exerceu o cargo por oito anos. No período, apresentou dez denúncias contra autoridades ao STF.De O Globo:

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