sexta-feira, 19 de agosto de 2011

AUSÊNCIA DA OPOSIÇÃO É O CAMINHO MAIS CURTO PARA A IMPLANTAÇÃO DE UMA DITADURA

 Dirceu Ayres
Leiam o que segue após este prólogo e que está em destaque na Folha de São Paulo desta sexta-feira com a foto que reproduzo acima. Vejam o PSDB, vítima das piores sacanagens do PT que começaram com Fora FHC, passaram pelo mensalão, pelo escândalo do dossiê fajuto em 2006, pelas agressões de Dilma a FHC durante a última campanha eleitoral, pela quebra de sigilos de líderes tucanos e o que é pior, culminaram com o dossiê que Dilma preparou, quando era Ministra da Casa Civil, para enxovalhar a falecida D. RuthCardoso, esposa de Fernando Henrique.A construção e manutenção da democracia dependem fundamentalmente da existência da oposição. A ausência de oposição firme e clara é o caminho mais curto para a ditadura. Há questões, até por razões morais e de decoro, sobre as quais não se pode transigir porque colocam a dignidade de qualquer homem na sarjeta. Em crise com os aliados, a presidente Dilma Rousseff encontrou afago na oposição. Cercada por tucanos, ela transformou ontem o lançamento para a região Sudeste do plano Brasil sem Miséria, carro-chefe de sua política social, no gesto mais enfático de aproximação com o PSDB desde sua posse.O programa, que unifica ações de transferência de renda federais e estaduais, foi apresentado no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, feudo dos tucanos desde 1995.Ao final, o evento foi classificado pela presidente como "um grande pacto republicano", capaz de "mudar a realidade do país".Para atuar ao seu lado como anfitrião de Dilma, o governador Geraldo Alckmin convidou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso -com quem ela já havia trocado elogios públicos.Além de Dilma e Alckmin, participaram do evento os governadores de Minas, Antônio Anastasia (PSDB), do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB). Na comitiva presidencial vieram cinco ministros -entre eles Ideli Salvatti, de Relações Institucionais.No discurso, o governador paulista só se dirigiu a Dilma como "presidenta" -tratamento usado por petistas e aliados do Planalto- e atribuiu a ela qualidades como "patriotismo", "generosidade" e "espírito conciliador".Alckmin disse que a parceria com o governo federal era um "marco". A fala foi interpretada como uma demonstração de rompimento com a relação imposta por seu antecessor, José Serra, com o governo federal. "Ultrapassamos o período de disputas, para unir esforços em prol dos que precisam", disse Alckmin.Apesar de convidado, Serra não compareceu. Seus aliados mais próximos também não. Em artigo publicado recentemente, ele criticou o Brasil sem Miséria. Após os afagos, Dilma convidou Alckmin a acompanhá-la hoje, em agenda na qual entregará 1.900 casas do programa Minha Casa, Minha Vida. O governador passará a defender publicamente a faxina no governo federal. FAXINA DA MISÉRIA Última a discursar, a presidente chamou os governadores de "queridos" e ressaltou o aspecto "simbólico" do evento. "O pacto republicano e pluripartidário que estamos firmando hoje é capaz de transformar a realidade social que vivemos", disse.Numa citação ao antecessor, ela enalteceu a política social de Lula e a chamou de "herança bendita".Dirigindo-se aos governadores, a presidente disse ver semelhanças entre o Brasil sonhado por ela e por eles."O Brasil sonhado por todos nós pode ser diferente em muitos aspectos. Porém, eu estou certa que ele é semelhante nas questões fundamentais", afirmou.Dilma fechou o discurso ressaltando a participação dos governadores no combate à pobreza e aproveitou para fazer uma alusão aos escândalos que levaram à instabilidade no governo."Quero reafirmar a importância do pacto que firmamos hoje. É o Brasil inteiro fazendo a verdadeira faxina que esse país tem que fazer: a faxina contra a miséria", afirmou, usando o termo que tem designado a demissão de membros de ministérios. Da Folha de São Paulo desta sexta-feira

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