sábado, 12 de novembro de 2011

LUPI TENTOU VAZAR REPORTAGENS COMO FEZ PETROBRAS, MAS COM VEJA ESQUEMA PIFOU. EDIÇÃO-BOMBA JÁ ESTÁ NAS BANCAS.

      Dirceu Ayres

Carlos Lupi teatral: o homem das mil caras. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, está usando um blog do ministério para vazar as reportagens que estão em apuração pelos órgãos de imprensa. Em nota, a assessoria de imprensa do ministério diz que, a pedido de Lupi, todas as demandas encaminhadas pelos jornalistas à assessoria de comunicação da pasta serão publicadas com respostas no blog http://blog.mte.gov.br/. O blog, porém, publica respostas a perguntas de apuração que ainda está em andamento. Procurada pelo jornal o Estado de S. Paulo, a assessoria do ministério informou que a ordem de Lupi é publicar os questionamentos e as respostas no mesmo dia em que são enviados ao ministério, mesmo que a reportagem não seja publicada pelo órgão de imprensa. Ou seja, com a apuração em andamento e, na maioria dos casos, reservada. "Esta medida, decidida pelo ministro Carlos Lupi, tem o objetivo de levar mais transparência aos questionamentos feitos pela imprensa e que, muitas vezes, sequer levam em considerações as respostas do MTE", diz a nota do ministério. A prática do Ministério do Trabalho é semelhante à adotada pela Petrobras em 2009. Na época, em meio a denúncias de desvios de recursos, a Petrobras criou um blog para publicar as respostas às demandas da imprensa. Inicialmente, o blog chegou a publicar informações sobre apurações em andamento. Entidades como a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiaram a postura da Petrobras. A empresa então mudou de postura e hoje só divulga as respostas após a publicação da referida reportagem. Do portal do Estadão Augusto Nunes em sua coluna está avisando. E não costuma falhar. O título do post: "Lupi também vai saber por que os farsantes acham que é sábado o mais cruel dos dias". Vem chumbo grosso. Leiam: Há uma semana, VEJA provou que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ignora os limites impostos pelo Código Penal, por valores morais e por normas éticas. De lá para cá, pendurado no sexto andor da procissão dos corruptos do primeiro escalão a caminho do despejo, o farsante que controla o PDT cuidou de mostrar que ignora também os limites da sensatez, do decoro e do ridículo. A presidente Dilma Rousseff pode escolher as más companhias que quiser. Mas não tem o direito de manter no cargo um delinqüente. Até agora, ela faz de conta que nem notou o que ocorre no quintal da própria casa. “Que crise?”, fingiu espantar-se a chefe de governo desmoralizada pelas bravatas e, depois, pelos derramamentos de uma nulidade inverossímil. Para justificar a omissão da supergerente de araque, que tenta arrastar o cadáver insepulto do falastrão até a “reforma ministerial” de janeiro, o caixa-preta Gilberto Carvalho vem insistindo na lengalenga: “Não existe nada que envolva pessoalmente o Lupi”. Existe, saberão em poucas horas os leitores de VEJA, confrontados com a reportagem que coloca em frangalhos a fantasia mambembe. Carlos Lupi enfiou-se no pântano até o pescoço. Como os colegas de bandalheiras, outro ministro está prestes a constatar que, para quem tem culpa no cartório, é mesmo sábado o mais cruel dos dias.

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