sábado, 5 de novembro de 2011

A luz do socialismo parou de piscar.

                                                                   Dirceu Ayres
Derrotada dentro do PT na corrida pela prefeitura paulistana, mesmo tendo dez vezes mais intenções de voto do que Fernando Haddad, Marta Suplicy escreve artigo na Folha de São Paulo, analisando a crise européia, citando de forma especial a Espanha. O título é "Luz piscando forte". Abaixo, um trecho: As instituições mundiais e os sistemas eleitorais vigentes, assim como as regras que têm conduzido o mundo, estão caducas. Seria como se o mundo já estivesse tocando outra música e a orquestra continuasse na partitura anterior. Não dá. E como mudanças dessa profundidade nunca ocorreram com rapidez, encontramo-nos todos atônitos com a aceleração do processo. Enquanto esses movimentos vão como nuvens se redesenhando, sem céu azul, fica a pergunta: para que e para quem servem esses governos? Não nos esqueçamos das faixas empunhadas em manifestações na Espanha: "Se não nos deixarem sonhar, não os deixaremos dormir". A luz não vai parar de piscar tão cedo. Agora, vamos aos fatos sobre a Espanha, em matéria do Estadão: MADRI - O Partido Popular (PP), da oposição de centro-direita na Espanha, está a caminho de obter vitória absoluta nas eleições de 20 de novembro e controlar o parlamento, já que os eleitores culpam o governo socialista pela situação da economia, mostrou uma pesquisa de opinião divulgada nesta sexta-feira, 4. O PP ganharia entre 190 e 195 cadeiras na Câmara Baixa - são necessárias 176 para conseguir a maioria absoluta. Os socialistas obteriam de 116 a 121 assentos, segundo a pesquisa do Centro de Pesquisa Sociológica (CIS), do governo. Os números equivalem a 46,6% dos eleitores para o PP, o que dá uma liderança de quase 17 pontos, a maior até o momento na campanha. Os eleitores estão irritados com o fracasso dos socialistas em lidar com a economia estagnada e com a maior taxa de desemprego da União Européia, de 21,5%, e consideram ser mais provável que o PP crie empregos do que seu rival. Nesta sexta-feira, dados fracos sobre a produção industrial em setembro não ajudaram a acalmar os temores de que a Espanha pode estar prestes a voltar para a recessão. A pesquisa do CIS mostrou que mais de 75% dos espanhóis acreditam que os socialistas fizeram um trabalho ruim ou muito ruim ao lidar com o emprego, sendo que esse percentual aumenta para 78% se for avaliado o desempenho da economia em geral. O partido do primeiro-ministro José Luiz Rodríguez Zapatero implementou medidas de austeridade que visavam ajudar a Espanha a evitar recorrer a um resgate da zona do euro semelhante aos da Grécia, Irlanda e Portugal, mas muitos investidores consideram que as políticas não foram longe o suficiente. A questão central é se os espanhóis estarão dispostos a aceitar medidas de austeridade se elas deixarem os serviços de bem-estar social intactos e criarem empregos. "Eu vou passar a tesoura em tudo, menos na aposentadoria pública, saúde e educação, onde não quero reduzir os direitos dos cidadãos. Temos que fazer isso e os espanhóis precisam saber, e na verdade eles sabem", disse o líder do PP, Mariano Rajoy, à Rádio Punto, em entrevista na sexta-feira.

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