terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Como não perder São Paulo para o PT.


                                                         
       Dirceu Ayres 


Alguns fatos concretos. Se o PT conquistar a Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin terá sérias dificuldades para se reeleger governador do estado. Primeiro, porque terá se afastado definitivamente de Gilberto Kassab e do PSD. Segundo, porque terá um cinturão de oposição na Grande São Paulo, que determinará a sua derrota em 2014, em função da densidade eleitoral da região e da cobertura de midia, ainda mais com Copa do Mundo. Para Geraldo Alckmin, então, sobra correr para os braços de Gilberto Kassab, sem medo de que ele seja seu adversário daqui dois anos. E por que não temer? Porque Kassab ficará dois anos sem mandato e não terá fôlego para estar na cabeça de chapa, sendo, no máximo, o vice de Alckmin, para aí sim, almejar, em 2018, concorrer ao governo do estado. Fez sentido? Ok, então Gilberto Kassab e Geraldo Alckmin acordam e descobrem que, juntos, podem ser imbatíveis em 2012, 2014 e 2018. E quem é o candidato natural à Prefeitura de São Paulo? Obviamente que o candidato é Guilherme Afif Domingos. É vice-governador do estado, experiente, conhecido, sério, com biografia, mas sem muita popularidade. E como tornar Afif popular? Simples. O governo do Estado e a prefeitura do Município criam um programa estratégico conjunto chamado, digamos, Avança São Paulo! Este programa reunirá todas as inciativas para mudar a cara da cidade. Com dinheiro dos dois cofres. Mostrando afinidade. Mostrando integração. Quem coordena? Afif, fazendo a ponte entre Governo do Estado e Prefeitura. Kassab e Alckmin, que não vão renovar mandato em 2012, submergem e entregam a tribuna e os holofotes para Afif. Deixam Afif brilhar. Deixam Afif lançar. Deixam Afif inaugurar. Transformam o poste Afif no poste Dilma. Aí a campanha começa a ficar igual. Máquina do município + máquina do Estado x máquina do Governo Federal. E Afif passa a ser o sucessor natural de Kassab e de uma coligação vitoriosa na cidade. Não ficou mais lógico do que oferecer um Bruno Covas como opção, com aquela cara de pateta que aconselha corrupto a dar propina para a Santa Casa de Misericórdia? Por último e não menos importante: quem pode correr mais riscos em São Paulo? O PSDB, que tem a sua base no estado ou o PSD, que nasceu agora? Por isso, é bom que os tucanos engulam a sua arrogância e saibam que é melhor manter um aliado do que ganhar um inimigo. (C. Noturno)

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