quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Manobra da Mesa do Senado livra Pimentel de dar esclarecimentos

                            
      Dirceu Ayres

Sem nenhuma explicação, a Mesa Diretora do Senado retirou ontem, da relação de requerimentos com pedidos de informação, o que era dirigido ao ministro Fernando Pimentel, de Desenvolvimento, Industria e Comércio. A iniciativa era do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Na mesma reunião foi aprovado outro pedido de Dias, que questiona o ministro da Educação, Fernando Haddad, sobre a contratação de empresas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). A informação equivocada de que o requerimento dirigido a Pimentel havia sido aprovado foi dada pelo primeiro-secretário, senador Cícero Lucena (PSDB-PB). O procedimento dos integrantes da Mesa do Senado - cinco deles da base aliada do governo e apenas dois da oposição - mostra o interesse em poupar Pimentel de indagações sobre sua atividade como consultor. Se o pedido fosse adiante, Pimentel teria 30 dias para responder às 12 perguntas do líder tucano, contados a partir de hoje. Em vez disso, o requerimento não recebeu sequer um relator para fazer o encaminhamento. No entender do líder do PSDB, isso mostra que os governistas querem protelar ao máximo o envio das perguntas, na expectativa de que diminuam as suspeitas sobre as atividades de Pimentel como consultor - cargo no qual faturou R$ 2 milhões em 2009 e 2010, diminuam. 'Eles não têm interesse no envio do requerimento', lamentou Dias. 'Querem protelar todas as providências, na expectativa de o assunto sair da ordem do dia.' O senador apresentou seu requerimento na quinta-feira. Dois dias antes, a base aliada no Senado rejeitou, na Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle (CMA) o convite para que Pimentel participasse de uma audiência pública. Quem recebe tais pedidos de informação tem 30 dias para respondê-los. A recusa a prestação de informações falsas serão tratados como crimes de responsabilidade. Álvaro Dias pedia a Pimentel cópia dos programas de desoneração tributária e desenvolvimento que a P-21 teria sugerido à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais .

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