sábado, 31 de dezembro de 2011

No TCU, Ana Arraes, ex-deputada do PSB, vai analisar o rombo da transposição do São Chico. Obra é de ministério do PSB.


     Dirceu Ayres

O ministro Bezerra e a ministra Ana Arraes, nos tempos do PSB. TCU aparelhado vai julgar obra mais cara do PAC. Está nas mãos da ministra Ana Arraes, recentemente eleita para o Tribunal de Contas da União, avaliar o aumento do preço de contratos de obras da transposição do Rio São Francisco. Ana é mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, Estado beneficiado pelo projeto. Campos foi líder do PSB na Câmara, o mesmo partido ao qual é filiado o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, seu afilhado político e responsável pela obra de R$ 6,9 bilhões. No início da semana, Bezerra informou que negociava com o TCU um reajuste acima dos 25% do limite legal para pelo menos um dos contratos. Alegou que haveria prejuízo com a desmobilização de grandes máquinas de cavar túneis no lote 14 do eixo norte, que contabiliza avanço de apenas 27,1% no contrato. Obra mais cara bancada com dinheiro dos impostos, a transposição do São Francisco prevê o desvio de parte das águas do rio por mais de 600 quilômetros de canais de concretos construídos em quatro Estados do Nordeste: Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Na ocasião, o tribunal registrou falhas também na fiscalização da obra, assim como a assinatura de acréscimos em contratos independentemente do esclarecimento de irregularidades ou atrasos "injustificáveis" nos lotes. Conforme informou o ministro Fernando Bezerra esta semana, vários contratos da transposição serão rescindidos e o saldo de obras será objeto de duas novas licitações, de valor estimado em R$ 1,2 bilhão, a serem lançadas no início de 2012. O governo avalia que o lançamento das obras da transposição, em 2007, foi feito de forma apressada, antes do detalhamento do projeto executivo da obra. Esse seria o principal motivo da explosão do custo das obras, que passou de R$ 5 bilhões para uma estimativa de R$ 6,9 bilhões. (Do Estadão)

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