quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Judiciário é uma casta no Brasil.

                               

  Dirceu Ayres

Nada justifica tamanho abismo social existente entre os membros do Judiciários e a brasileirada comum, em termos salariais, mais ainda porque o resultado do seu trabalho é vergonhoso. Estão aí as manchetes comprovando benesses e benefícios sem precedentes para meia dúzia de desembargadores e ministros. Mas não pensemos que o problema está tão somente no topo da pirâmide. Não está. O câncer é generalizado. Os 120.000 funcionários do Judiciário recebem, em média, um salário mensal de R$ 13.342,00, contra R$ 5.650 do Executivo. Uma diferença de 136%. Neste momento, está demandando um aumento de 56% nos seus salários, um impacto de R$ 7,7 bilhões na folha de pagamento de 2012. Façam uma comparação. Os 8,9 milhões de aposentados que ganham mais de um salário mínimo, que labutaram na iniciativa privada, estão em busca de um aumento de 11,7%. Sabem qual é o impacto deste aumento no gasto público? R$ 7 bilhões. R$ 700 milhões a menos para beneficiar 75 vezes mais brasileiros. Se o país pudesse escolher, o que seria mais justo? Um único juiz ganhando 56% de aumento ou 75 brasileiros tendo a sua aposentadoria reajustada em 11,7%? E não pensem que estes 8,9 milhões são compostos por trabalhadores não qualificados. Dentro deste contingente existem engenheiros, economistas, administradores, médicos, muito mais qualificados que um técnico ou um auxiliar administrativo do Judiciário. Gente que deu a vida por empresas, universidades, escolas, que geraram empregos, que geraram riquezas, que construíram o país e que, hoje, penam para sobreviver. É óbvio que os salários do Judiciário chegaram a este patamar desproporcional porque o Poder Judiciário legislou em causa própria. O Poder Judiciário beneficiou a si mesmo. O Poder Judiciário utilizou de brechas na lei que só eles conhecem para virar esta casta que tudo pode, que tudo tem. É inaceitável esta diferença. É vergonhosa.

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