sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Haddad? Ah, aquele do Enem e do kit gay?

                           

     Dirceu Ayres

"Haddad? O nome me é familiar, mas não me lembro da pessoa, não", afirmou Cecílio Berto Oliveira, morador do M’Boi Mirim, na zona sul de São Paulo, que passava ontem ao lado do diretório zonal do PT na região, na mesma rua onde 37 adolescentes foram apreendidos em um baile funk no fim de janeiro. "Sou petista. Ele é do PT?" Por ali também transitava o vizinho Diogo Gomes. "Como é o nome dele? Nunca ouvi falar. Ave Maria! Nem sei quem é Haddad." Funcionária de uma lanchonete em frente, dona Áurea fez coro: "Haddad? Não lembro. Acho que já coloquei umas faixas pra ele aí na frente". Com a tarefa de se apresentar para os eleitores petistas como Oliveira, Gomes e Dona Áurea, o ex-ministro Fernando Haddad inicia nesta sexta-feira, 24, no M’Boi Mirim, um périplo pela cidade. Em todas as segundas e sextas-feiras o pré-candidato visitará bairros para ouvir líderes comunitários sobre os problemas locais, conversar com comerciantes e participar de reuniões plenárias nas quais debaterá com a população do bairro propostas para seu plano de governo. O ex-ministro pediu à sua equipe de pré-campanha que não divulgasse uma parte da agenda que terá na zona sul. Oficialmente, ele participa apenas de uma plenária às 17 horas com líderes da região, que deve durar cerca de duas horas e deverá ter a participação do presidente do diretório municipal, Antonio Donato, e de vereadores. Antes, porém, Haddad pretende conversar com lojistas já na parte da manhã e visitar um hospital no começo da tarde. Segundo um interlocutor, Haddad acredita que a imprensa pode atrapalhar sua missão de conhecer o cotidiano da cidade, da qual esteve afastado por oito anos - até o começo deste ano, quando se desligou do Ministério da Educação para disputar a prefeitura da capital. Na segunda-feira, roteiro semelhante será seguido na Brasilândia, outro bairro da periferia, este na zona norte da capital. No M’Boi Mirim o ex-ministro terá de conquistar eleitores saudosos da senadora Marta Suplicy, que em 2008 teve 60% dos votos válidos no 1.º turno, e 68% no 2.º, na zona eleitoral de Piraporinha, que engloba o bairro. ( Do Estadão)

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