Dirceu Ayres
As mais recentes denúncias contra o senador do Democratas Demóstenes Torres provocaram uma reação diferente entre seus pares no Congresso. Alguns Senadores que antes defendiam o parlamentar, agora cobram uma investigação para esclarecer a ligação dele com o homem preso como chefe de uma quadrilha de jogo ilegal. O senador chegou a se defender em uma rede social da internet: "Não faço parte nem compactuo com qualquer esquema ilícito, não integro organização ilegal nem componho algo do gênero". Tá legal! Eu aceito o argumento. Demóstenes Torres não está integrado a nenhuma organização ilegal. Mas não poderia dizer que não compõe "algo do gênero", até porque o Senado, assim como a Câmara dos Deputados, não são exatamente casas de freiras e castos. Eu aqui fico a indagar: Já imaginaram se o governo, através de seus organismos repressivos e de informação tivessem o mesmo esmero, demonstrado na busca de indícios contra Demóstenes, na procura de indícios contra os demais senadores? Dizem que não ficaria um para compor o grupo dos justos e puros! São, em sua maioria, raposas políticas que não abrem mão de um bom galinheiro para se fartarem. Demóstenes que se mostrava tanto combativo, vê-se numa condição muito difícil. Se fosse do PT até teria uma folga. Duvido que a Globo fizesse tanto barulho! Além disso teria proteção de todos os lados e de importantes membros de todos os poderes constituídos, mesmo que, para fazer charminho, algum político do governo ou da base aliada ( dizem "alugada") fizesse aqui e ali uma ameaça velada, em público, só para "constar". Todos lembramos Renan. Até hoje ninguém conseguiu entender o porquê de um empreiteiro pagar a pensão de uma sua filha fora do casamento. Se ele alegou que aquele assim fazia a seu pedido ( era um amigo comum, afirmou) também não provou como entregava tanta grana ao tal empreiteiro para repassá-la a ex amante. Isto sem falar em Sarney, Ministros indicados por Dilma, Lula e outros políticos não tão "republicanos". Muitos erros ( que podem ser qualificados como falta de decoro parlamentar ) foram cometidos e perdoados ou esquecidos. Mas o do Senador do democratas não será. A comunistada já está fazendo barulho ( esta é a sua especialidade) e o governo adoraria calar o único dos senadores de oposição que peitava o desgoverno pródigo em factóides, mentiras e "otras coisitas mas"... Demóstenes tem que esclarecer o episódio. Se culpado deverá ter vergonha e, ao contrário dos demais governistas e aliados metidos em "coisas" muito semelhantes, se conscientizar que mesmo que não seja condenado pelo Congresso ou pela Justiça, já o foi pelo eleitorado que hoje se sente traído pelos seus imperdoáveis "deslizes" e amizades. Quem com porcos se mistura... BLOG DO MARIO FORTES. Gravações ligam mais dinheiro a Demóstenes. Cachoeira e integrantes de esquema de caça-níqueis citam nome do senador 6 vezes, relacionando-o a valores como 'um milhão e quinhentos' e 'três e cem' Novos grampos da Polícia Federal evidenciam ligações do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) com o grupo acusado de chefiar a máfia dos caça-níqueis em Goiás. O nome do parlamentar é citado em conversas gravadas durante a Operação Monte Carlo, nas quais o empresário de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, se refere a quantias milionárias. As gravações, reveladas ontem pelo Jornal Nacional, da TV Globo, seriam do início de 2011 e mostram Cachoeira, apontado pela PF como chefe da organização criminosa, conversando com dois integrantes do grupo sobre a contabilidade do esquema. Nas conversas, o contador Geovani Pereira da Silva, que seria o responsável pela administração financeira da quadrilha e está foragido, e Cláudio Dias de Abreu, apontado pela PF como sócio de Cachoeira em vários negócios, querem usar "um milhão" para pagar contas. Numa das gravações, Cachoeira pergunta a Abreu quanto dinheiro reteve. Ouve a seguinte resposta: "Um milhão do Demóstenes". Referindo-se a Demóstenes, Cachoeira cita valores e calcula: "Um milhão e quinhentos, mais seiscentos, que dariam dois e cem". Ele cita mais um milhão, que Cachoeira diz ao sócio ter pedido para segurar. Ao fim, fecha a conta em "três e cem". Cláudio discorda e, usando a expressão "este do Demóstenes", diz que já tinha sido mostrado a ele e que Cachoeira vinha segurando (o dinheiro) desde que o senador ganhou a eleição. O nome do parlamentar aparece seis vezes nas conversas. Os diálogos integram o material remetido pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ao Supremo Tribunal Federal, que decidirá sobre a abertura de inquérito para apurar o envolvimento do senador em crimes. A Operação Monte Carlo, deflagrada em 29 de fevereiro, resultou na prisão de dezenas de pessoas, além de Cachoeira, por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, evasão de divisas e violação de sigilo profissional, além da exploração de jogo de azar. O Ministério Público Federal denunciou 81 pessoas à Justiça, entre elas os delegados federais Fernando Byron e Deuselino Valadares, acusados de receber propina para vazar dados de investigações ao grupo. Seis delegados da Polícia Civil de Goiás, 1 policial rodoviário federal e 27 policiais militares goianos também participariam do esquema. BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
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