segunda-feira, 26 de março de 2012

Serra já começa a negociar o vice. Se a história se repetir, nome sairá no último minuto.

                       
        Dirceu Ayres

Agora pré-candidato oficial do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra afirma que, se eleito, vai buscar parceria com a presidente Dilma Rousseff para combater o crack na cidade. Apesar do aceno ao PT no plano federal, o tucano critica duramente a gestão da ex-prefeita petista Marta Suplicy, a quem derrotou em 2004. Em entrevista, Serra afirma que a população de São Paulo compreendeu sua decisão de deixar a prefeitura em 2006 -apesar de ter assinado termo em sabatina da Folha, em 2004, dizendo que cumpriria todo o mandato. "Os adversários já tentaram explorar isso duas vezes [2006 e 2010] e não tiveram êxito", afirma Serra. Diz, ainda, encarar essa eleição como uma missão. "E como diz o filme, missão dada é missão cumprida." Leia abaixo trechos da entrevista concedida (para a Folha de São Paulo) por e-mail na sexta-feira e no sábado. Vice. A experiência federal indica que aliança pautada só no imediatismo ameaça paralisar o governo. E estou certo de que o PSD e o DEM [que reivindicam a vaga] querem o melhor para a cidade. Não será difícil escolher, ouvindo todos, um vice à altura de São Paulo, independentemente do partido a que pertença. Abandono da prefeitura. Os adversários já tentaram explorar isso duas vezes e não tiveram êxito. Agora seguem com a pauta pela terceira vez. A votação que eu tive na cidade como candidato a governador em 2006, superior à que tive como prefeito no primeiro turno, indica que a população compreendeu a minha decisão. Em 2010, ganhei em São Paulo nos dois turnos. Se quiserem explorar o assunto de novo, que explorem. O eleitorado de São Paulo não se deixa enganar. Legado. Há uma lista telefônica de boas iniciativas. Algumas começaram comigo e continuaram com Gilberto Kassab. Houve avanços em áreas como saúde, urbanização de favelas, metrô e ambiente. O PT tinha as famigeradas escolas de lata. Acabamos com elas. Eu comecei, Kassab terminou. Transporte. O PT fez corredores às pressas no último ano de prefeitura para usar como propaganda na campanha. Quando assumi, tinha corredor com defeito ou incompleto. E tinha corredor que nem corredor era, cheio de cruzamentos e sem área de ultrapassagem. Vamos colocar as coisas em seus termos. A cidade tem que ter mais metrô e com mais freqüência para reduzir a superlotação. Tem que fazer corredores corretamente. E precisa redesenhar todo o sistema, pois em muitos corredores, como o de Santo Amaro, há horários em que tem tanto ônibus que se forma uma fila imóvel. Não há solução fácil. Cracolândia. Esse é um problema nacional que começa com o controle de fronteiras, pois o Brasil não planta coca. O governo federal, que tira muito dinheiro da cidade e devolve pouco, tem de aportar recursos. Vou colocar toda a minha energia para juntar a prefeitura, o Alckmin e a Dilma para oferecer condições de o dependente se tratar. Erros. Só não erra quem não faz. Mas tenho certeza de que quando errei, errei de boa-fé, querendo acertar. Deixa os adversários apontarem o que eles acham que foram meus erros. É o que eles farão, não é? 'Missão cumprida': Sou intenso em tudo o que faço. Minha trajetória é reflexo disso. Tenho orgulho em ter servido meu país, meu Estado e a cidade onde nasci nos cargos pelos quais passei. Fazer a melhor gestão da minha vida e a melhor que São Paulo já teve é uma missão. E, pra mim, como diz o filme, "missão dada é missão cumprida".

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