terça-feira, 24 de abril de 2012

Para Serra, PT atua com 'fascismo' para destruir adversários


    Dirceu Ayres


Tucano acusa petistas de fazerem campanhas de desqualificação de seus oponentes na internet SÃO PAULO - O pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, adotou um discurso de polarização com o PT e afirmou que o partido "atua para destruir adversários". Sem se referir especificamente a seu rival na disputa da capital paulista, o petista Fernando Haddad, Serra classificou essa conduta como "fascismo". "Nós fazemos política verdadeira. Tem disputas, tem diferenças, tem convergências e divergências. Mas nós respeitamos os adversários. Não atuamos para destruir ninguém, e isso é fascismo: a destruição e a desqualificação dos adversários", disse Serra durante a formalização do apoio do PSDB ao candidato do PPS à prefeitura de São Bernardo do Campo, Alex Manente. "Infelizmente, no nosso País, o partido principal, que é o partido que está no poder federal, é um partido que atua para destruir os adversários. Destruição não é fazer política." Para o tucano, os petistas fazem campanhas de desqualificação de seus oponentes na internet, por exemplo. Ele afirma que o PSDB e o PPS representam parte da "resistência". "Nós temos uma luta comum, PSDB e PPS. São partidos que defendem a liberdade de organização, de palavra e de imprensa", disse. Serra estendeu as críticas ao governo federal à economia: reafirmou que o Brasil sofre um processo de desindustrialização e que o País está submetido "a uma administração de natureza publicitária". "Esses problemas provavelmente não serão debatidos na eleição municipal, mas estarão presentes como pano de fundo", afirmou. O tucano prometeu participar da campanha de Alex Manente em São Bernardo do Campo "no dia que precisar". O principal adversário da chapa PPS-PSDB na disputa é o atual prefeito Luiz Marinho (PT). Na capital, o PSDB tentou conquistar o apoio do PPS a Serra, mas o partido mantém a pré-candidatura de Soninha Francine. "É uma relação amistosa na capital. Claro que a gente gostaria (de receber o apoio), mas o PPS tem autonomia e terá sempre minha compreensão e respeito." Bruno Boghossian, do estadão.com.brSerra vai apostar em imagem de 'inovador' na campanha à PrefeituraEstratégia foi adotada pela campanha para rebater críticas de que ele é um veterano “Inovação é o nome da nossa gestão”, disse o ex-governador José Serra (PSDB) em conversa com líderes comunitários da Lapa, zona oeste da capital, na quinta-feira. Na disputa pela Prefeitura, o tucano vai se apresentar como um administrador moderno para fazer frente às críticas dos adversários, que tentam lhe impor a imagem de político antigo. Aliados apontam o caminho: querem que Serra enfatize um discurso pautado por propostas de gestão eficiente, redução da burocracia e informatização de serviços públicos. Sua equipe teme que o pré-candidato, mergulhado na vida pública há quase 50 anos e conhecido por 99% da população, pareça um político sem novas ideias ao lado dos “iniciantes” Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB). A marca de inovador será um dos motes da fala de Serra na propaganda do PSDB paulista na TV, que vai ao ar a partir de sexta-feira. O tucano gravou sua participação no domingo, 22. O antídoto também começou a ser aplicado nas conversas do candidato com os cidadãos. Ao defender seu legado à frente da Prefeitura e do governo do Estado, Serra tem destacado projetos que considera ousados - como a expansão da Marginal do Tietê - e marcas criadas por ele - como a Virada Cultural. “Modéstia à parte, se vocês olharem o que a gente fez, a quantidade de inovação é imensa - e vamos continuar nessa direção”, disse aos eleitores. Reação. A estratégia é uma reação do PSDB a provocações feitas pela cúpula petista desde a entrada de Serra na disputa. No mês passado, aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva relataram que ele chamou o tucano de “um político de ontem com ideias de anteontem”. Aos 70 anos, Serra vai ser o candidato mais velho entre os principais postulantes à Prefeitura. Mas, para os tucanos, isso não será um problema. “Os outros candidatos podem ser jovens, mas são mais velhos em suas práticas e propostas”, diz Walter Feldman, que trabalha na campanha do ex-governador. Aliança. O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra, afirmou nesta segunda-feira, 23, à noite que seu partido está “muito próximo” de fechar aliança com o DEM na eleição de Salvador. Os tucanos estudam lançar a candidatura do deputado Antonio Imbassahy à Prefeitura da capital baiana, mas dão sinais de que desistirão do projeto para apoiar o democrata ACM Neto, que anunciou nesta segunda que disputará as eleições este ano. “Nosso partido e o Democratas estão conversando intensamente lá. O (ACM) Neto é uma liderança do DEM e da oposição. Para nós, é indispensável, sobretudo na Bahia”, disse Guerra. Imbassahy resiste a se retirar da disputa, mas, para o PSDB, o acordo em Salvador é visto como um passo para a formalização do apoio do DEM a Serra. “Acho que vai haver um entendimento, mas não me aventuro a dizer qual será”, disse Guerra./ COLABOROU TIAGO DÉCIMO Bruno Boghossian, do estadão.com.br





Nenhum comentário:

Postar um comentário