quarta-feira, 9 de maio de 2012

Chalita, o candidato "Gilette”.

  

      Dirceu Ayres

Candidato avisa que pode ficar tanto com PT quanto com PSDB no segundo turno da eleição paulista. O deputado federal Gabriel Chalita, pré-candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo, disse ontem que conta com o apoio do PT ou do PSDB num eventual segundo turno. "A eleição ainda está muito aberta. Mas se o adversário for o Serra, espero receber o apoio da Dilma e do Lula", disse. "E se for o Haddad, espero o apoio do Alckmin", emendou. O cálculo do pemedebista é de que o governador Geraldo Alckmin (PSDB), de quem é amigo, não subiria no palanque do candidato petista, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad. E que nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff, ambos petistas, iriam aderir à campanha do candidato tucano, o ex-governador José Serra. O candidato disse que tem uma boa relação com todos os partidos. "A análise é de que o Serra tem rejeição alta, assim como o PT. O PMDB - até por praticamente inexistir em São Paulo - e eu temos rejeição baixa. Isso ajuda muito na campanha, como ocorreu com o [atual prefeito, Gilberto] Kassab [PSD] e com o prefeito do Rio de Janeiro, o Eduardo Paes [PMDB]", afirmou. Chalita, que participou ontem de sabatina do SBT e do portal Terra, disse não acreditar no "voto religioso" e pregou respeito a todas as religiões. "Não acho que o eleitor católico votará em mim só porque sou católico. Ele votará se acreditar que os meus projetos são bons para São Paulo", afirmou, em resposta indireta a Serra, que na semana passada defendeu que lideranças religiosas se manifestem sobre a eleição municipal e indiquem candidatos. Na tentativa de manter a proximidade com Haddad, Chalita não citou diretamente o candidato petista quando questionado sobre qual política adotará nas escolas municipais contra o preconceito, mas criticou o kit anti-homofobia feito pelo Ministério da Educação - o material gerou críticas de evangélicos por, na análise deles, "estimular o homossexualismo". "O kit gay foi de mau gosto, não foi bem feito, não foi adequado. Mas é preciso trabalhar as diferenças sexuais, e não precisa nem de material especial, tem muitos livros sobre este tema", afirmou Chalita.O candidato do PMDB ainda disse ser a favor da distribuição de camisinhas como política pública, iniciativa que é criticada pelo Vaticano. "Defendo que o Vaticano, sob o ponto de vista religioso, dê a orientação que quiser. Mas, como administrador, acho muito melhor o uso da camisinha do que estimular prática do aborto, por exemplo", argumentou. (Valor Econômico)

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