terça-feira, 12 de junho de 2012

Diretor do Turismo sob investigação pede exoneração.

     
    Dirceu Ayres

Ricardo Moesch foi mantido no cargo mesmo após investigação do próprio governo apontar favorecimento a instituto em que sua mãe e esposa trabalham BRASÍLIA - Investigado sob suspeita de utilizar o cargo no Ministério do Turismo para favorecer entidade dirigida por parentes, o diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico (Deaot) da pasta, Ricardo Martini Moesch, pediu exoneração. O pedido foi apresentado nesta segunda-feira, 11, ao ministro Gastão Vieira. Segundo o servidor, a decisão visa preservar "sua imagem profissional, pessoal e da família". Ricardo Moesch afirmou que exoneração visa preservar 'sua imagem profissional, pessoal e da família' O Ministério do Turismo informou que Vieira aceitou a exoneração. A portaria com a decisão deve ser publicada na edição desta terça-feira do Diário Oficial da União. A exoneração ocorreu após o Estado publicar, no último sábado, reportagem mostrando que o diretor aprovava contas, autorizava contratos e liberava verbas para o Instituto Marca Brasil (IMB), que tinha a mãe dele em cargo de direção e sua mulher como advogada. Embora soubesse das irregularidades, apuradas em uma sindicância interna desde outubro, o ministro manteve Moesch no cargo. Neste domingo, a assessoria de Gastão Vieira alegou que o afastamento do servidor poderia atrapalhar o trâmite processual das investigações. Segundo Moesch, a própria Controladoria-Geral da União (CGU), em uma recomendação emitida no mês passado, pediu que nesses casos os servidores permaneçam no cargo. A recomendação diz que não devem ser aceitos pedidos de férias, afastamento ou exoneração. Fábio Fabrini, da Agência Estada. Antecessora deixou cargo e prestou serviço ao IMB As estreitas relações entre o Instituto Marcam Brasil (IMB) e servidores do Ministério do Turismo não se restringem ao diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico (Deaot), Ricardo Martini Moesch. Entre julho de 2007 e junho de 2009, Tânia Maria Brizzola ocupava o posto de comando do departamento. Nesse período, foram firmados 11 contratos entre o ministério e a entidade, que somam R$ 15 milhões. Ao deixar o cargo, ela passou a representar o instituto. A empresa Vitrine Brasil Comunicação e Turismo, da qual a ex-diretora é sócia, foi contratada pela entidade para executar serviços em três convênios, ao custo de R$ 251 mil, um deles aprovado por ela no Turismo. "A quantidade de instrumentos de transferência celebrados com o Instituto Marca na ausência de realização de chamamento público e as ligações identificadas entre essa entidade e integrantes do Ministério do Turismo evidenciam o favorecimento da mesma na destinação de recursos do órgão", constata a Controladoria-Geral da União (CGU), em nota técnica recém-concluída. Voucher. Parcerias foram aprovadas pela pasta do Turismo sem que sequer os custos apresentados fossem analisados. Num desses convênios, para qualificação de 1,8 mil profissionais da cadeia do turismo, o aval foi dado pela então diretora de Qualificação e Certificação e de Produção Associada ao Turismo, Francisca Regina Magalhães Cavalcante, presa no ano passado durante a Operação Voucher, da Polícia Federal, por suposto envolvimento em irregularidades em convênios com uma entidade do Amapá. Na investida, também foi detido o então secretário executivo da pasta, Frederico Silva da Costa. Na parceria para a produção de roteiros turísticos, de R$ 1,6 milhão, a empresa Idéias & Destinos apresentou propostas de prestação de serviços, na qual identificou Rosiane Rockenbach como consultora. Posteriormente, registra a CGU, ela atuou na mesma parceria, assinando nota técnica como coordenadora de setor no Turismo, em junho de 2009. / F.F. BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário