Dirceu Ayres
Nasci aqui no Nordeste vendo esse povo tão sofrido que eu nunca sei se estão tentando viver ou se querem apenas sobreviver. Diante de tantas dificuldades, tantas adversidades, pobre, mas com dignidade, às vezes eu me pergunto, que fazer?. Sempre vemos os Nordestinos fazendo promessas, pedindo ao “Padim Cirço” para aliviar seu sofrimento sem pão, sem água, sem sabão, como fazer para se manter alimentado, limpo de alma e corpo lavado, ter até alguma dignidade?. Como entender se até colocar no poder, na Presidência da República um Nordestino, isso por mais de uma vez, não deu certo! Quando esses famigerados Nordestinos chegaram ao poder, o infeliz só lembrou de sua turma, sua patota. Um desgraçado churrasqueiro virou autoridade federal, outro completamente sem condições virou diretor do Banco do Brasil, Outros foram ser Ministros de muito peso no Governo, muitos ainda continuam mamando nas têtas do governo federal e o perigo mesmo, é que eles são capazes de tudo para não perder a mamata. E o Nordeste e o Nordestino, como ficam? Amargurado, desdentado, faminto, sem vestimenta, sem saúde para ele e sua família. Para sua tristeza, nada mudou só as promessas tomaram outra conotação, más, continuam sendo as mesmas. Será que isto nunca vai mudar para o Nordeste e para o Nordestino. Diante desse quadro tão antigo e sem jeito, penso em uma parte de uns Poemas, uns versos de um poeta de literatura de cordel que nem lembro o nome e diz assim...
“Meu povo ouve meu verso,
Más não reconhece a voz,
Parado, não vai à luta
Numa atitude atroz
É uma infelicidade
E as mesmas dificuldades
“Sempre pairam sobre nós”.
“Parece com o Elefante”
Que vi no circo outro dia.
Demonstrava tanta força
Que outro ser não conseguia;
Um caminhão sustentava
E o carro acelerava
Mas do lugar não saía “...
“E as pessoas no circo
Fazendo o número final
Subiram em número de quinze
Em cima do animal
E ele no picadeiro
Passeou todo faceiro
Dando adeus ao pessoal”.
“Puxado por um cabresto
Foi entregue ao domador
Que conduziu o gigante
E depressa o amarrou
Em um toquinho pequeno
E o animal sereno,
Parado ali “ficou.”
“Ao observar tudo aquilo
Fiquei querendo saber
Porque o bravo elefante
Estava sem se mover,
Amarrado em quase nada,
Com tanta força guardada
“Não a usava porque”?
“E na oportunidade
Perguntei ao domador
Cadê a força feroz
Que o animal demonstrou?
Porque ficou tão parado?
E para ser libertado
“Nenhuma força botou”!
“Ele me disse: - amigo
Eu vou dizer-lhe a verdade
Amarrei esse elefante
Com cinco dias de idade,
Ele pulou sem parar
Batendo pra se soltar
“E não teve capacidade”.
“Isso já faz quinze anos
E ele preso ai ficou,
O toco ainda é o mesmo,
Sou o mesmo domador,
Tem muita força guardada
Mas está amarrado em nada
Porque nunca mais tentou “...
“Ele me lembrou do meu povo
Que eu conheço e quero bem
E sei que ainda novo
É amarrado também
Pobre e desavisado
Vive sempre encabrestado,
Não sabe a força que tem “...
“Cometendo os mesmos erros
Em época de eleição,
Aceitando a mesma pinga,
A feirinha e o tostão,
Indo ao mesmo comício
E no mesmo sacrifício,
Sem lei, sem casa, sem pão “...
“No planeta em que vivemos
Cada pessoa é um grão De areia cintilante,
Mas não é como a multidão
Que é uma bola de ouro,
Um valioso tesouro
Que é fruto da união “...
O Nordestino precisa muito da força e palavra de um Homem de coragem que não se submeta a vontade de metidos a “cavalo do cão” que não pare de lutar por um Brasil melhor apesar dos traíras que temos na Políticas. Esse homem tem voz forte e é bastante escutado no Brasil todo, o Nordeste precisa dessa voz. Essa também é a imagem que tenho do Nordestino, valente, com força e quando se alimenta tem até saúde. Um bom trabalhador e é requisitado para os serviços mais pesados e que são em sua maioria honestos e é quase sempre um bom pai de família. Más vivem na miséria, esperando o prometido que nunca vai chegar assim esse nobre brasileiro, trabalha o ano inteiro sem sua fome passar.
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