quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

CRIME OU UMA NOVELA DOENTIA

                                                                           Dirceu Ayres
                                                                                                             
Falou-se muito e até hoje ainda se fala no assassinato da menina IZABELA. Chegou-se ao cúmulo de desalojar todos os moradores do prédio para fazer uma simulação ou mesmo uma reconstituição do crime. E mais absurdo ainda, bloqueio do espaço aéreo. Esse acidente ou crime chegou até a modificar o sistema de trabalho dos peritos e da Polícia. Bem aparentemente os jornais esqueceram um pouco as quadrilhas que com algum poder aproveitam para se apropriar do dinheiro da nação. Não se divulgou mais nenhuma das safadezas que os Políticos desonestos estão sempre aprontando Há inúmeras crianças nesse país que são "assassinadas" todo dia, e todas são assassinadas de muitas formas, tendo esta criança (não sei por que) sida alvo de tanta atenção, a criança "em questão" violentada em sua fragilidade e tendo estancada sua vida por um outro ser humano, de sua mesma raça. Tenha sido quem for não foi seu cão de estimação, da raça animal, e sim, um ser humano, como eu, como você. Há imensa deformidade no mundo e em nós. Agora observem o que chamam de... "Exclusividade" - Jornais vendendo, audiência e interrogatório, promotor e advogados, se promovendo... Com a "necessidade" de informar ao "público", ao "povo", agências jornalísticas, de notícias, redes de TV, etc. todos caçando... "O criminoso"? Não, não, quanto engano! Caçando lucro, lucro com a morte de um ser indefeso pela mão de algum monstro. Há falas, há panos para as mangas, há muito a lucrar. Incitar com isso o "povo”... E dai!? E esse povo? Formado por pessoas que jogam pedras nas casas de alguém que não cometeu crime algum e pedradas também nos Automóveis que passam. Que povo é esse? A que raça pertence? Essa é a nossa raça humana? Segundo Roberto albergaria que diz:
“A morte da menina Isabella Nardoni, 5 anos, deu início a uma novela midiática à procura de desfecho. Em 29 de março, ela morreu após uma queda da janela do apartamento do pai, Alexandre, na Zona Norte de São Paulo. A polícia investiga a autoria do crime e tem como principais suspeitos o pai e a madrasta de Isabella, Anna Carolina. Há indícios de que ela tenha sido assassinada. Esse é o enredo central. O resto, segundo o antropólogo Roberto Albergaria, é a construção de uma novela "trágica" e "doentia". Aí temos um verdadeiro conjunto de artistas pronto para a novela ou o filme: O surgimento de reviravoltas, vídeos da menina, sangue nas camisas, testemunhas surpreendentes (o garçom do bar em que a tia de Isabella estava no dia da morte mesmo a – kilometros - de distância), os parentes, os vizinhos, (personagens fatais na obra de Nelson Rodrigues), compõem o painel da novela. Para Albergaria, a mídia transformou o crime "em metade da pauta da mídia durante semanas e semanas".
O antropólogo enxerga outra distorção: ajudada pelo mistério, a novela em que se transformou o caso Isabella vale mais do que os fatos, e tira do debate público temas mais relevante. – “A mídia é o grande filtro. O espaço ocupado por essa menina é o espaço retirado de coisas muito mais importantes para a vida coletiva. Mas isso é um fato emocionante. A emoção vale mais do que a razão. A novela, o enredo, vale mais do que o fato” - analisa Albergaria. Assim que vivemos na “terra do faz de conta” talvez seja mesmo a terra de MACUNAIMA.

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