sexta-feira, 11 de março de 2011

O CONTRATO

                                          Dirceu Ayres.
De inicio, a coisa parecia sem grande importância. Nada além das intenções do velho Romeu Nordestino com aquele Mulherão de olhos grandes escondidos num castanho ás vezes disfarçáveis, que ria muito e quase não diziam nada. Uma coisa comum. Um homem, uma mulher sorrisos, o convite e almoço a dois. No encontro, aquele estudo comum aos seres livres para amar. Ela, a mulherona, linda, mas, uma incógnita. Ele, velho Gavião já de unhas bem polidas; bem resguardado dos comprometimentos maiores. À tarde daquele dia do primeiro encontro foi se havendo para buscar a noite, na promessa de um desnudamento de corpo e alma. As aventuras entre os adultos começão assim. E quase sempre morrem cedo, num cheque, ou às vezes, num perfume. Uma taça de vinho não está descartada no contexto. Acho que é válido, um homem e uma mulher, o homem sempre se julgando com mais direito que a mulher, portanto podendo pecar mais e à vontade. A mulher, dita liberada livre e desembaraçada, naturalmente independente também aceitando pecar e prometendo amores mil. Aconteceu o que já era esperado. Passaram-se uns dias. Pouco depois, o pedação de mulher daquela data passada, parecia outra. Menos maquiada roupa mais justa, contudo, sua roupa justa desenhava suas formas esculturais. Uma mulher taciturna e muito diferente do primeiro dia. E o que costuma ser difícil nas mulheres, para ela foi muito fácil confessar para seu novo amigo que se encontrava apaixonada pelo ROMEU BALZAC. Uma confissão dosada pela água benta das lágrimas que manchavam o rímel do seu rosto, dos seus olhos grandes e abertos á vida sendo vista em colorido. Diabos..., Vocês já viram uma mulher bonita, grandona, como tem os dedos longos que inspiram volúpia?, É assim a nossa heroína, não chega a ser diferente das outras. E, ainda sinto aquele toque sensual e morno de suas mãos no meu rosto de observador experiente. Depois, levantar acampamento para os dois, foi fácil. A moça apaixonada e chorosa, o esfíngico Romeu ao lado e a caminho, perguntou repentinamente a nossa Julieta; onde devo deixá-la? A rápida resposta da moça pegou nosso Romeu de surpresa. Em seu escritório... Vamos assinar aquele contrato!... AH, o contrato!... Lembrei, ela vendia contratos de viagens e eu, um cliente em potencial. Lembrei, aquelas lágrimas, seriam puras ou ímpias?Quem sabe? Mandei sair do GALAXIE Vermelho, companheiro das aventuras do cotidiano dei um presente, um breve aceno. Agora sozinho fiquei matutando sobre o valor artístico da garotona de lindos olhos grandes. Que atriz! Que CONTRATO.

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