sábado, 30 de abril de 2011

A CONSULTA

                                              
                                                   Dirceu Ayres
Certas consultas é perguntar:? “É só isso?”. Uma consulta ao médico não é uma consulta ao médico até que um estetoscópio tenha sondado os ritmos internos do coração, ou até que mãos profissionais tenham apalpado a barriga. Pesquisas mostraram que os pacientes sempre esperam um exame físico. Mas existe alguma pesquisa mostrando que um exame físico – numa pessoa saudável – traz qualquer benefício? Apesar de uma longa e célebre tradição, o exame físico é mais um hábito do que um método clinicamente comprovado de encontrar doenças em pessoas assintomáticas. Existem poucas evidências para sugerir que ouvir rotineiramente os pulmões de todas as pessoas saudáveis, ou pressionar seus fígados, encontrará uma doença que não houvesse sido sugerida pelo histórico do paciente. Para uma pessoa saudável, uma “descoberta anormal” num exame físico tem mais chances de ser um falso positivo do que um sinal real de doença. Mas o exame físico serve a qualquer outra proposta? O relacionamento médico-paciente é fundamentalmente diferente.  Apesar da invasão da medicina baseada em evidências, imagens de ressonância magnética, angiografias e exames outros, há claramente algo de especial, talvez até mesmo de cura, no toque. Existe um calor de conexão que substitui qualquer fator intelectual, e essa conexão atinge os dois lados do relacionamento médico-paciente. É como se o Paciente estivesse a dizer “Vamos ao exame seu Doutor”. A natureza polida e profissional de nossa conversa inicial se derreteu. Não importa como chegamos a esta sala, a estas posturas, a esta conexão, agora somos mais íntimas. Mesmo se nossa conversa inicial tivesse sido marcada por frustração ou raiva, o timbre de nossa interação teria se suavizado. É quase impossível ficar irritado ou seco quando pele está tocando pele. Talvez esse seja o centro da questão. O toque é inerentemente humanizador e, para que uma relação médico-paciente tenha qualquer significado além de uma interação comercial, é preciso haver confiança – das duas partes. Como já foi provado em maternidades e intuído pela maioria dos médicos, enfermeiras e pacientes, uma das maneiras mais básicas para estabelecer confiança é através do toque. É por isso que a consulta ao médico nunca parece completa sem um exame físico. Ele é parte essencial da relação médico-paciente, que não pode ser subestimada. Nunca permita que um Médico fique com as costas viradas paravocê e dane-se a perguntar: Onde mora, qual seu nome, nome do Pai, nome da mâe, alguem na familia já sofreuu esse tipo de doença, conheceu seus tios, avós ou alguem da Família que tenha sofrido problema desse tipo??????????. Todas essas interrogações não o levaram a nada mesmo porque ou você esqueceu, ou nem conheceu seus antepassados. Mande-o para os Diabos isso é um simulácro de Médico! Tenha cuidado, se não é um Acadêmco pode ser até alguem fingindo que é o Médico.

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