sexta-feira, 29 de abril de 2011

HISTÓRIA E LENDA DA MAÇONARI A

Segundo a lenda Rosa-Cruz, exposta no documento histórico fundador da Ordem, "Fama Fraternitatis" (1614), a Ordem teve suas origens em Christian Rosenkreuz (de início apenas designado por "Irmão C.R.C."), nascido em 1378 na Alemanha, junto ao rio Reno. Os seus pais teriam sido pessoas ilustres, mas sem grandes posses materiais. Sua educação começou aos quatro anos numa abadia onde aprendeu grego, latim, hebraic e magia. Em 1393, acompanhado de um monge, visitou Damasco, o Egito e Marrocos, onde estudou com mestres das artes ocultas, depois do falecimento de seu mestre, em Chipre. Após seu retorno a Alemanha, em 1407, teria fundado a "Ordem da Rosa Cruz", de acordo com os ensinamentos obtidos pelos seus mestres árabes, que o teriam curado de uma doença e iniciado no conhecimento de práticas do ocultismo. Teria passado, ainda, cinco anos na Espanha onde três discípulos redigiram os textos que teriam sido os iniciadores da sociedade. Depois, teriam formado o "Novo Templo do Espírito Santo" onde, através da cura de doenças e do amparo daqueles que necessitavam de ajuda, foram desenvolvendo os trabalhos da fraternidade, que pretendia, no futuro, guiar os monarcas na boa condução dos destinos da humanidade. Christian Rosenkreuz morreu em 1484, e a localização da sua tumba permaneceu desconhecida durante 120 anos até 1604, quando teria sido, secretamente, redescoberta.Uma outra lenda menos conhecida, veiculada na literatura maçónica, dispõe que a Ordem Rosa-cruz teria sido criada no ano 46, quando um sábio gnóstico de Alexandria, de nome Ormus e seis discípulos seus foram convertidos por Marcos, o evangelista. A Ordem teria nascido, portanto, da fusão do cristianismo primitivo com os mistérios da mitologia egípcia. Rosenkreuz teria sido, segundo esta ordem de ideias, apenas um Iniciado e, depois, Grande Mestre - não o fundador.A existência real de Christian Rosenkreuz divide os Rosa-cruzes. Alguns a aceitam, outros o vêem como um pseudônimo usado por personagens realmente históricos (Francis Bacon, por exemplo).Historicamente a Ordem tem seu início com a publicação em Cassel (Alemanha) do documento Fama Fraternitatis ("Ecos da Fraternidade") em 1614. Os outros dois documentos importantes na fundação da Ordem Rosa-Cruz foram: Confessio Fraternitatis ("Confissões da Fraternidade Rosacruciana") (1615) e Chymische Hockeit Christiani Rosenkreuz ("Bodas Alquímicas de Christian Rosenkreutz") (1616).A publicação destes textos provocou imensa excitação por toda a Europa,provocando inúmeras reedições e a circulação de diversos panfletos relacionados com os textos, embora os divulgadores de tais panfletos pouco ou nada soubessem sobre as reais intenções do(s) autor(es) original(ais) dos textos, cuja identidade é desconhecida. É confirmado, porém que a autoria dos textos, assim como a criação do termo "Ordem Rosacruz", deve-se ao teólogo Johanne Valentinus Andreae, ou Johann Valentin Andreae (1586-1654), como se fosse o contraponto da Companhia de Jesus. Esta teoria foi contestada por historiadores, principalmente pelos Católicos, que consideravam os documentos como simples propaganda ocultista, de inspiração protestante, contra a influência do bispo de Roma.Os textos mostravam a necessidade de reforma da sociedade humana, a nível religioso e sócio-cultural, e sobre a forma de atingir esse objectivo através de uma sociedade secreta que promoveria essa mudança no mundo. As "Bodas Alquímicas de Christian Rosenkreutz", contudo, foi escrito em forma de romance, pleno de simbolismo, e descreve um episódio iniciático na vida de Christian Rosenkreuz, quando já tinha 81 anos nessa época.
Os historiadores Richard van Dülmen, Martin Brecht e Roland Edighoffer reconstituíam os fatos graças a uma pesquisa histórica aprofundada, que aconteceu a partir de 1977 e foi concluída entre os anos 1980 e os anos 1990, comprovando que os autor principal de tais textos foi de fato Johann Valentin Andreae, com o auxílio de um grupo de amigos ligados à Universidade de Tübingen (o Círculo de Tübingen), entre os quais podemos destacar Tobias Hess (1558-1614) e Christolph Besold (1577-1649).Em Paris, em 1622 ou 1623, foram colocados posters misteriosos nas paredes, mas não se sabe ao certo quem foram os responsáveis por esse feito. Estes posters incluiam o texto: "Nós, os Deputados do Alto Colégio da Rosa-Cruz, fazemos a nossa estadia, visível e invisível, nesta cidade (...)" e "Os pensamentos ligados ao desejo real daquele que busca irá guiar-nos a ele e ele a nós".A sociedade europeia da época, dilacerada por guerras, tantas vezes originadas por causa da religião, favoreceu a propagação destas idéias que chegaram, em pouco tempo, até Inglaterra e Itália.Os primeiros seguidores são, geralmente, identificados como médicos, alquimistas, naturalistas, boticários, adivinhos, filósofos e homens das artes acusados muitas vezes de charlatanice e heresia pelos seus opositores.Aparentemente sem um corpo dirigente central, assumem-se como um grupo de "Irmãos" (Fraternidade).Tradicionalmente, os Rosacruzes se dizem herdeiros de tradições antigas que remontam à alquimia medieval, ao gnosticismo, ao ocultismo, ao hermetismo no antigo Egito, à cabala e ao neoplatonismo.Em The Muses' Threnodies por H. Adamson (Perth, 1638) encontram-se a linhas "Pois o que pressagiamos são tumultos em grande, pois nós somos irmandade da Rosa Cruz; Nós temos a Palavra Maçónica e a segunda visão, Coisas por acontecer nós podemos prever acertadamente.". O texto se refere ao conhecimento esotérico que é tradicionalmente atribuido aos rosacruzes. De um modo geral os rosacrucianos defendem a fraternidade universal entre todos os homens. Para os rosacrucianos, os homens podem desenvolver suas potencialidades para tornarem-se melhores, mais sadios e felizes. O rosacrucianismo tem por objetivo primordial levar o homem ao autoconhecimento e à manifestação de sua real natureza espiritual.Estes objetivos, segundo os rosacrucianos, podem ser atingidos por meio de uma mudança pessoal, de hábitos, pensamentos e sentimentos. Segundo eles, isto só é possível ao dissipar o véu de ignorância que cobre os olhos dos homens.A recompensa daqueles que atingem este objetivo, que é de natureza espiritual, é uma paz profunda consigo próprio; estado este que se irradia do indivíduo e atinge todos em volta, produzindo em todos um reflexo positivo.

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