domingo, 17 de abril de 2011

A MOÇA MORENA

                                                                                
                                                                           DIRCEU AYRES
Sempre tive o costume de passear no campo, sabia que andar na campina me deixava mais calmo, andar sentindo a umidade que o orvalho deixava no campo, nas flores silvestres molhadas, um cheiro conhecido de terra molhada e a diversificação de perfumes do campo. Distraído não tinha notado que a figura que tinha a minha frente era impressionante. Uma jovem de pele bem bronzeada, tipo quase morena ou cor de canela como diria o poeta. Que susto! De repente eu tinha em minha frente à figura de uma Deusa de cabelos negros que brilhavam como se tivesse passado óleo brilhante naqueles cabelos longos e ondulados, tinha olhos cor de mel, nariz arrebitado, seios Rígidos altivos e nádegas proeminentes. O conjunto parecia um convite ao prazer que muitos chamam de pecado. Imagine aquela figura sem estar coberta de um vestido branco mesmo sendo muito curto que deixasse a mostra seus joelhos e coxas bem torneadas já seria o bastante. Más o que eu estava vendo era muito mais que isso. Exígua vestimenta que deixava a mostra quase todo seu corpinho lindo, belíssimos seios que com as coxas, formava a completa aparição de uma das onze mil virgens. Dedo alongado unha bem feito, longas e voluptuosas, a pele parecia sedosa, macia e cheirosa. O Pecado ambulante diria o Padre da freguesia. Cheirava a flores e a sexo ao mesmo tempo, parecia querer levar a loucura a todos que dela se aproximava. Muitos tentavam se aproximar dela, não conseguiam, ela parecia dar mais atenção às borboletas do campo, aos pássaros que se encantavam como o beija flor que parou a vibração de suas asas para admirar quando o lado criança daquela Deusa-Mulher falava mais alto. Foi assim que iniciamos esse romance tão desconcertante. Mulher bonita, bonita de verdade, parecia uma rosa dos campos, com seu mine vestuário rosa, seus encantos, sua beleza, sua cor, caminhava com tanta leveza que parecia flutuar sobre o chão andava sem amassar nem as flores nem a grama, levitava. Tinha uma enorme sensualidade, uma tentação ainda maior tomava todo meu senso de responsabilidade ao ver aquele ser que com aquele mine vestuário que “caia” em derrama sobre seu corpinho, pois a exígua vestimenta já estava muito bem sobre as curvas do seu corpo e que eu pretendia tirar com os dentes e com muito carinho. Uma vontade enorme tomava conta de mim, queria deitá-la ali mesmo no chão e fazer dela uma mulher. Más não poderia atacar assim de bruto, indelicado e grosso. Teria mesmo que dar tempo ao tempo, com jeito, calma, paciência e tempo disponibilizado só para esperar. Certo dia conseguiu me aproximar e ensinar os remédios que ela poderia fazer com casca, entrecasca e miolo das árvores. Na verdade, CARPO, ENDOCARPO E MESOCARPO más não sabia se podia falar termos que poderia ser de difícil interpretação para ela. Haja paciência até conseguir sua atenção que junto veio também seu carinho e sua sexualidade. Assim fomos amantes por um longo e gostoso período. Desse tempo ainda guardo imensas recordações daquela morena que Deus enviou para meu caminho e melhorou muito e por muito tempo o meu viver. Viajou com os Pais para longe e nunca mais ouvi falar nada a seu respeito, sequer tenho seu endereço, ou o nome do lugar para onde ela teria ido com a familia.

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