quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A CONFISSÃO DO CÚMPLICE.

                Dirceu Ayres
Há 13 dias, o governador Sérgio Cabral e o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, dispensaram a ajuda da Polícia Federal na investigação do assassinato da juíza Patrícia Acioli. A Divisão de Homicídios saberia cuidar do caso sozinha, garantiu a dupla. Quase duas semanas depois da emboscada em Niterói, a equipe chefiada pela delegada Marta Rocha não foi além de uma descoberta previsível: a munição utilizada pelos matadores saiu do arsenal da Polícia Militar. Enquanto os sherloques tateiam pistas óbvias, um cúmplice apresentou-se espontaneamente. Chama-se Luiz Zveiter, é desembargador e, quando presidia o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, rejeitou os pedidos de proteção feitos por Patrícia. Nesta terça-feira, o doutor revelou os motivos da decisão: “Todas as informações foram apuradas e verificou-se que nenhuma delas tinha fundamento. Não havia necessidade de conceder ou reforçar a segurança”. Com 21 palavras, Zveiter confessou ter facilitado o assassinato consumado por 21 tiros. Veja.com Postado por Blog do Beto Determinada quebra do sigilo das regiões onde juíza assassinada morava e trabalhava no RJ A Justiça determinou nesta quinta-feira (25) a quebra do sigilo das antenas de telefonia que cobrem a região onde a juíza Patrícia Acioli trabalhava e de onde ela foi assassinada. Solicitada pela Polícia Civil, a medida pretende descobrir e identificar os telefones de eventuais ligações de celulares que podem ter sido feitas entre os criminosos para monitorar o trajeto da juíza. Segundo reportagem do jornal "O Dia", uma das cápsulas encontradas na munição usada contra Patrícia pertencia a um lote comprado para abastecer o 7° e 8° batalhões da Polícia Militar, as balas podem ter sido em algum momentos desviadas. O comandante da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, disse, no início da semana, que não tem dúvidas quanto a participação de policiais militares no assassinato, ainda que indiretamente.A Divisão de Homicídios da Polícia Civil investiga também réus em processos que seriam julgados por Patrícia envolvendo grupos de extermínio e máfia de vans em São Gonçalo. Patrícia era considerada “linha-dura” e condenou mais de 60 policias envolvidos em crimes e contravenções.Afastamento Também hoje, a Polícia Militar fluminense informou que o Comando do Batalhão de Niterói afastou cinco policiais das ruas com base em decisões da juíza assassinada. Acioli havia apontado irregularidades cometidas pelos mesmos quando eles ainda trabalhavam em São Gonçalo. Na última sexta-feira (19), uma lista com nomes de 91 policiais militares que respondem a processos por homicídios na 4° Vara Criminal de São Gonçalo, onde atuava Patrícia, foi entregue pelo presidente do Tribunal de Justiça, Manoel Rebêlo, à Secretaria Estadual de Segurança Pública.O comando da PM avalia nessa lista que policiais devem ser transferidos do 7° Batalhão da Polícia Militar, que fica em São Gonçalo, para outros batalhões do Estado ou afastados, conforme solicitou o Tribunal de Justiça.

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