quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Folha não ouve Lula, não ouve Meirelles, mas relata encontro que não houve.

           Dirceu Ayres
Diz a matéria da Folha: O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi consultado e deu aval à mudança de Henrique Meirelles do PMDB para o PSD, o novo partido fundado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Os dois se encontraram reservadamente para discutir o assunto há cerca de três semanas, na sede do Instituto Lula, em São Paulo. Como foi reservadamente, a Folha não tem fotos e nem prova alguma que o encontro não tenha sido para tratar de Olimpíada, por exemplo. Segue o panfleto: No fim do encontro, Lula perguntou a ele se estava seguro da decisão. Diante do "sim", deu aval à mudança, que surpreendeu políticos do governo e da oposição. Vejam que a Folha narra o encontro como se estivesse presente e como se Meirelles tivesse ido ao ex-presidente pedir autorização. Para quê? Para derrotar Haddad ou Marta em São Paulo? Só pode ser piada. Mas tem mais: Com Meirelles, Lula passa a ter três aliados como possíveis candidatos na cidade. É óbvio que a matéria da Folha pretende disseminar desconfiança não entre os petistas, mas sim entre aos tucanos, criando resistências na lógica e natural aliança do PSDB com o PSD tendo a cabeça de chapa. Por fim, vejam mais esta pérola: A sigla de Kassab inspira desconfiança no PT por causa de sua proximidade com o ex-governador José Serra (PSDB), de quem ele se elegeu vice em 2004. No entanto, o prefeito tem sinalizado que seu partido apoiará o governo Dilma no plano nacional. As duas coisas juntas não fazem o menor sentido. Ou melhor, até fazem, dentro da linha de mentiras escolhida pela Folha e que ela não vai abandonar. O PSD já fez mais do que "sinalizar", ao dizer que será independente e que terá posições de acordo com a linha dos seus parlamentares, eleitos em 2010. Quem já tinha composição com o governo, continuará votando com o governo. Quem fez oposição vai continuar votando contra o governo. Ou seja: no PSD não tem coleira e nem cabresto. Quanto ao apoio à Serra, Kassab já foi mais do que transparente: apóia integralmente a candidatura do tucano à prefeitura de São Paulo, aceitando a vice-prefeitura. É apoio explícito, declarado, juramentado. Não é apoio ao Haddad Boy ou apoio por debaixo dos panos para Chalita. A única coisa que fica escancarada na matéria da Folha é que o jornal, que deveria ser independente como o PSD, virou um inimigo político de Kassab. E que fará de tudo para destruir a imagem do prefeito e do partido que ele preside. Coturno Noturno.

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