quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Se assinou sem ler, não será o ministro, em vez de comunista, um petista?

              Dirceu Ayres
Lembram que Dilma Rousseff assinou o seu programa de governo sem ler, defendendo, inclusive, o aborto? Antes dela, lembram que o José Genoíno, presidente do PT, assinou os empréstimos não contabilizados para fazer caixa dois e mensalão também sem saber? Agora aparece uma assinatura do Orlando Silva em convênio fraudulento do ministério do Esporte, favorecendo, justamente, o seu acusador. O ministro nega que soubesse que o favorecido era um fraudador dos cofres públicos. Mas assinou embaixo. Será que o Orlando Dias, assim como o ex-comunista Agnelo Queiroz, não vai acabar virando petista? Afinal de contas, assinar malfeitos e depois dizer que não sabia é um hábito dos companheiros e não dos camaradas. Especialmente daquele ex-presidente velhaco. Lula retira apoio ao ministro do Esporte e, mais uma vez, diz que "não sabia". Depois de comandar uma ao ministro do Esporte campanha de bastidor pela permanência de Orlando Silva à frente do Ministério do Esporte e de pedir ao PC do B que resistisse às pressões para abandonar o posto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou o discurso, passou a criticar o partido e o ministro e admitiu que o desfecho da crise "está em aberto". Em conversa com um correligionário ontem, Lula confessou que está preocupado e desabafou: "Não tenho mais convicção de nada. Esses caras não me falam a verdade". Também foi este o tom do encontro reservado com sua sucessora Dilma Rousseff. Ele confessou não saber mais o que é real e o que é jogo político na crise com o PC do B. Deixou a impressão de que fatos novos contra o ministro na imprensa acabam tornando sua situação insustentável. Lula avalia que o problema vai muito além da denúncia de corrupção no governo e que a crise é política. O que difere esta crise das anteriores que envolveram denúncia de corrupção no governo é precisamente o PC do B. Afinal, os demais partidos, como o PMDB de Wagner Rossi, e o PR de Alfredo Nascimento, têm divisões internas, enquanto os comunistas integram um partido monolítico. Além disso, Lula não tem o PC do B na conta de uma legenda aliada, mas de um parceiro de projeto de poder, o que dificulta ainda mais o descarte de um ministro da sigla. ( Do Estadão) O chefe da sofisticada organização criminosa do mensalão(*) sai em defesa do Ministro do Esporte. O ex-ministro e deputado cassado José Dirceu afirmou hoje que, mesmo sem provas, a oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff está fazendo uso político das denúncias contra o ministro dos Esportes, Orlando Silva, para tentar derrubar mais um integrante do primeiro escalão do governo federal. Segundo Dirceu, partidos como PSDB, DEM e PPS montaram "mais uma operação política para tirar um ministro do governo". Para o ex-ministro, pode haver desvio de verbas em convênios do ministério, mas "prefeito é responsável, ONG é responsável". "Não quer dizer que a presidente da República, o partido ou o ministro estão envolvidos". Para ele, o governo agiu certo ao não afastar Orlando Silva porque não pode "fazer pré-julgamento nem aceitar linchamento" sem a devida investigação. Com relação aos outros ministros que saíram do governo - e à sua própria saída do governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, de acordo com Zé Dirceu, foram questões "políticas" ou decisão dos próprios acusados de irregularidades, como Antônio Palocci. (Do Estadão) (Segundo o Procurador Geral da República).

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