quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

PSDB procura o quinto elemento. Será ele capaz de salvar São Paulo da besta petista?

                   
          Dirceu Ayres

Chega a ser cinematográfico o esforço do PSDB paulista para queimar Kassab e Serra. Agora usam João Dória, o quinto elemento das prévias, para detonar uma aliança vitoriosa. Como no filme, a besta petista está cada vez mais perto. Leiam abaixo. Além de utilizar a pesquisa como um balão de ensaio para testar as chances do empresário João Doria Júnior à Prefeitura de São Paulo, o PSDB pretende usar o questionário que está sendo aplicado para cerca de 1,2 mil paulistanos desde a semana passada para aferir a força eleitoral do atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD), e a importância de uma eventual aliança entre os dois partidos. O resultado servirá para nortear o acordo, que atualmente está congelado devido ao avanço das prévias do PSDB para escolha do candidato e à falta de entendimento sobre a cabeça de chapa. Kassab quer emplacar o vice-governador, Guilherme Afif Domingos (PSD), com um vice tucano. Pressionado pelos pré-candidatos tucanos, o governador Geraldo Alckmin declarou no domingo que o PSDB não abre mão de indicar o postulante a prefeito. A pesquisa, porém, cogita essa possibilidade e pergunta se o entrevistado é a favor, contra ou indiferente à chapa proposta por Kassab, com Afif na vaga de prefeito. O questionário também testa a receptividade da população à aliança entre os dois partidos e mede a avaliação que o paulistano faz da atual administração. Um acordo entre os dois é especialmente interessante para Alckmin, que pretende concorrer à reeleição em 2014, porque tiraria Kassab da eleição para o governo de São Paulo - disputa que era dada como quase certa até o prefeito abrir as negociações com os tucanos para a eleição municipal.O diretório municipal do PSDB tenta verificar com a pesquisa o quão importante é essa aliança. São três perguntas: se o entrevistado votaria no candidato indicado por Kassab, se ele voltaria a escolher o pessedista para a Prefeitura de São Paulo e se ele votaria em Kassab para o governo estadual em 2014. O PSDB também procura conhecer, além dos tradicionais índices de intenção de voto e rejeição, a força do candidato do PT, avaliado como o principal adversário. Há três perguntas para saber como o eleitor recebeu a saída da senadora Marta Suplicy da disputa, até então a pré-candidata com a maior preferência nas pesquisas. Os tucanos querem saber o que a população achou da desistência de Marta, que ocorreu a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e se o apoio dela ao ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), terá influência no voto. A pesquisa ainda pergunta se o fato de a senadora sair da disputa, mesmo que não faça campanha para o colega de partido, fará o voto ir para ele. Na mesma linha, o partido busca saber o impacto que as prévias do PSDB têm na população e qual a melhor forma de escolher o candidato: se com eleição ampla, para todos os eleitores interessados, apenas para os filiados, restrita aos delegados da legenda ou se por consenso da cúpula do partido. O repórter do Valor foi abordado ontem em um parque da zona oeste da cidade pelo funcionário de uma empresa de consultoria para responder ao questionário do partido, que ficará pronto no sábado. Apontado por tucanos como contratante da pesquisa, o presidente do diretório municipal do PSDB, Julio Semeghini, que é secretário de Planejamento de Alckmin, não retornou as ligações do Valor. (Valor Econômico)

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