quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Kassab libera Serra para escolher vice de outro partido.




        Dirceu Ayres


Enquanto os alckimistas declarados, fhcistas saudosistas e aecistas enrustidos não abrem mão de nada, Kassab dá mais uma prova de fidelidade aos tucanos autênticos da aliança vitoriosa que comanda São Paulo. Em aberta negociação com dois dos principais partidos que disputarão sua sucessão, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmou ontem que sua legenda, o PSD, não tem "condições" de preencher a vaga de vice em uma possível candidatura do ex-governador José Serra (PSDB). Kassab vinha acertando um acordo eleitoral com o PT, mas as conversas congelaram após o tucano emitir sinais de que pode entrar na disputa. Desde então, o prefeito tem dito que apoiará Serra -de quem foi vice em 2005 e 2006- caso este assuma de fato a candidatura. Questionado ontem durante vistoria a obras na região da cracolândia, no centro de São Paulo, se o seu PSD irá pleitear a vice na chapa de Serra, Kassab descartou. "Não, nós não temos condições. Eu sempre entendo que o candidato a prefeito tem bom senso e quer ganhar as eleições. Na hora que você escolhe um candidato (...) ele melhor do que ninguém saberá como somar. Candidato que não soma é um candidato que tem dificuldade de ganhar as eleições", afirmou o prefeito. Serra tem apresentado a aliados uma lista de ponderações que o levarão a decidir se entrará ou não na disputa. Uma delas diz que a candidatura só é possível mediante um arco de alianças que o possibilite ter um razoável tempo na propaganda de televisão e rádio. A maior parte desse tempo é computada com base no desempenho que os partidos da aliança tiveram nas urnas. Criado em 2011, um ano depois das últimas eleições, o partido de Kassab terá que ir à Justiça para conseguir esse tempo. Além disso, a ex-legenda de Kassab, o DEM, que é o quinto partido com maior peso na hora da definição do tempo de TV, está rompida com o prefeito e ameaça não integrar a chapa tucana caso o PSD exerça um papel de destaque. Kassab disse ainda que retomará as conversas eleitorais na semana que vem, mas evitou declarar ontem que "torce" para que Serra seja o candidato. Questionado algumas vezes sobre isso, ele afirmou apenas que sua torcida "sempre será por São Paulo". "Não tenho expectativa nem a favor nem contra, até porque é uma decisão dele." O prefeito também negou que as conversas com PT e PSDB signifiquem que ele se encontra numa encruzilhada. "A gestão é muito favorável e bem avaliada, felizmente. Está atingindo seu plano de metas, todas as nossas metas vão ser atingidas." De acordo com a última pesquisa do Datafolha, de janeiro, Kassab mantinha na ocasião o menor índice de popularidade de seu segundo mandato -apenas 22% dos eleitores aprovavam o desempenho, contra 37% dos eleitores que consideravam seu governo ruim ou péssimo.(Da Folha de São Paulo)

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