quarta-feira, 7 de março de 2012

Esboça-se uma crise militar // Cel Gélio Fregapani

                          

   Dirceu Ayres


Esboça-se uma crise militar. A existência de um Ministério da Defesa, em si, é uma medida acertada, mas sua criação, por ordem do Consenso de Washington foi sempre uma fonte de risco institucional, porque os militares nunca aceitaram a autoridade de ministro civil,. Era o que se dizia... Não é verdade que os militares recusem um comando civil; Nunca se ouviu uma restrição ao Dr. Pandiá Calogeras. O problema são os ministros designados, claramente escolhidos para humilhar a força e destruir sua estrutura. Sob a presidência do FHC as Forças Armadas estiveram em seu pior momento; sem munição e sem comida. Nesta situação foi imposto um ministro suspeito de ser ligado ao crime organizado. Foi como uma bofetada o sermos comandados por um político fracassado e de história controvertida, A gestão de Álvares foi a pior possível. Incompetente, contestado todo o tempo, caiu envolvido em corrupção Os sucessores em geral foram da mesma cepa podre. O Advogado , Geraldo Quintão foi outra escolha controvertida colocada para desmoralizar ao militares Ficou no ministério até o final do governo Fernando Henrique, mas ao custo de ser uma figura ignorada. Lula nomeou José Viegas, um diplomata. Foi uma nomeação consentida mas perdeu o apoio ao querer revolver o passado, ameaçando os que apenas tinham cumprido seu dever no Araguaia Desatendido pela tropa, pediu demissão. Foi substituído pelo Vice-presidente, José Alencar, que conseguiu aplacar os ânimos. Quando Alencar pediu para sair, Lula escolheu para seu lugar o inútil Waldir Pires, que durou pouco no ministério. Jamais foi assimilado quer por seu passado quer por sua inutilidade. Foi derrubado pela queda do Airbus A-320, da TAM. Assumiu, então o arrogante Nelson Jobim, que recebido com desconfiança, aos poucos foi conseguindo alguma liderança, por adotar o ponto de vista dos militares. Continuou ministro no início do governo Dilma e caiu por declarações políticas que irritaram a presidente. Certamente uma jogada política. Dilma nomeou o ex-chanceler Celso Amorim, também recebido com desconfiança. Na atual crise do manifesto publicado pelos Clubes Militares, negociou uma solução branda, mas esta não é uma crise simples como parece. O manifesto, retirado dos sites dos clubes já está subscrito por centenas de oficiais e praças e continua recebendo adesões. Tudo isso aconteceu porque uma ministra, Maria do Rosário, resolveu fazer uma exortação contra a letra da lei e contra a decisão do Supremo, mexendo com o “universo sagrado” da Instituição Militar – o cumprimento do dever. Terão, o ministro e a presidente o bom senso de conduzir o assunto com sabedoria? Só para lembrar A História nem sempre se repete, mas causas semelhantes podem gerar efeitos semelhantes, e assim aconteceu na queda do Império Os livros de História contam: Tudo começou com um pronunciamento no Clube Militar contra o espezinhamento do Exército, o que foi aplaudido pela tropa. A ordem do governo de punir o manifestante não foi cumprida pelo superior imediato (Deodoro), que se declarou de acordo com o manifesto. Este foi destituído de seu comando, mas passou a ser o líder inconteste. Instado pela tropa concordou em exigir a destituição do Primeiro Ministro, o que foi aproveitado pelos republicanos para derrubar a Monarquia. Ao contrário de muitos companheiros, não me orgulho da Proclamação da República. Na ocasião, Deodoro indignado pela notícia (mentirosa) que seria preso, (inventada pelo maquiavélico Benjamin Constant), levou o Exército a abolir a monarquia e com ela o melhor governo que já tivemos: o de Dom Pedro II. O povo não participou. Agora estamos assistindo notícias de punição de manifestantes. Notícias verdadeiras? Dificilmente, pois não haveria respaldo jurídico, mas a notícia que havia sido determinada a prisão de Deodoro também era falsa. O povo também não está participando. Há no momento uma sucessão de eventos perigosos; as declarações da ministra dos Direitos Humanos visa claramente a vingança, a humilhar as Forças Amadas. Será que ela não percebe que haveria reação? O que realmente ela quer? Uma crise institucional, no momento em que o mundo está em clima de pré guerra? Não basta o exemplo da Argentina, que destruiu suas Forças Armadas e agora fica a mercê de qualquer país ambicioso? A História nos mostra; O Imperador poderia ter dado um basta às ofensas ao Exército feitas pelo seu ministro (visconde de Ouro Preto). A Presidente também poderia ter dado um basta à boquirrota ministra, que foi a verdadeira indisciplinada, Não se espezinha um Exército brioso, e um Exército sem brio não serve para nada, mas o brio, aceitando provocações de agentes maquiavélicos (ou de partidários inconseqüentes como talvez seja o caso da ministra) podem levar à decisões erradas e a atingir o que não se pretende. O brio e a bravura são essenciais a qualquer Exército. O soldado tem que ser bravo e brioso, e pode até ser inconseqüente, mas o comandante tem que acertar. Não pode e não deve se lançar como um touro quando lhe acenam um pano vermelho. Tem que saber o que quer alcançar e a discernir qual o verdadeiro alvo, e o que possa ser apenas uma armadilha Bom também que a Presidente se dê conta que a Nação precisa de Forças Armadas ao contrario de Lula, que teve a desfaçatez de declarar que sempre embromou os milicos com sua disciplina, e quando lhes dava migalhas ainda ficavam agradecidos. Ainda por cima foi o criador da tal Comissão da “Verdade”Muitos de nós, esperamos uma mudança com a presidente Dilma. Evitemos estragar a esperança agindo intempestivamente.

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