quarta-feira, 7 de março de 2012

Ligações perigosas: senador faz sua defesa no Senado e recebe apoio dos colegas.

                               

     Dirceu Ayres

Clique aqui e veja tudo o que foi dito por Demóstenes Torres, senador do DEM, a respeito das suas ligações com o bicheiro que subornou o Valdomiro Diniz, assessor do José Dirceu, Carlinhos Cachoeira. O senador apresentou sua defesa e recebeu um voto de confiança dos colegas senadores. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) negou ontem, em discurso da tribuna do Senado, que tenha mantido quaisquer "negócios" com Carlos Augusto Ramos - conhecido como Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal pela acusação de comandar uma rede ilegal de jogos de azar -, embora tenha relação de amizade com ele. Líder do DEM no Senado, ele afirmou que não há nenhuma investigação ou processo contra ele, segundo informações obtidas por seu advogado no Ministério Público Federal e no Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, após o "vazamento seletivo" de informações para a imprensa sobre escutas de ligações telefônicas entre ele e Cachoeira, agora ele é que exigirá ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal. "O contato pessoal, ainda que freqüente, não significa participação em seus afazeres ocultos", disse Demóstenes. Ele relatou que sempre se opôs e votou contra todas as iniciativas apresentadas no Senado para legalização do jogo. "Sempre atuei às claras no combate às causas costumeiramente tratadas no subterrâneo." Após o pronunciamento, durante cerca de duas horas, Demóstenes passou a receber manifestações de solidariedade de apartes de colegas de todos os partidos, governistas e da oposição. O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que as explicações nem eram necessárias, porque todos conhecem a "seriedade e honestidade" do senador. Aécio Neves (PSDB-MG) elogiou a "serenidade, a clareza do pronunciamento e firmeza" demonstrada. Escutas telefônicas obtidas pela Polícia Federal mostram conversas entre Cachoeira e políticos de Goiás, entre eles Demóstenes, segundo informações divulgadas pela revista "Veja". Os dois teriam realizado quase 300 ligações. O senador confirmou da tribuna ter recebido de Cachoeira um fogão e uma geladeira de presente de casamento, em 2011. Segundo a revista, o presente teria custado cerca de R$ 30 mil. Carlinhos Cachoeira foi preso durante a operação da PF Monte Carlo, deflagrada para combater a exploração de máquinas caça-níqueis em quatro Estados e no Distrito Federal. (Do Valor Econômico)

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