sexta-feira, 15 de abril de 2011

DESAFIOS

                                          Dirceu  Ayres
Desafios, esse palavrão que acompanha toda minha vida. Às vezes me pergunto, como escapar desses desafios que se me apresentam?, Tenho o silêncio como respostas não têm o que fazer. Tem sido assim durante toda minha vida. Desafios, quando ainda menino com paralisia infantil (parcialmente) só aprendi a andar depois de oito (08) anos de idade. Casei ainda de menor, fui aprender a ser Pai e cuidar das crianças que já vinha a caminho. Pequei trabalho pesado na Petrobras, Carreteiro, andava dirigindo uma enorme carreta de vinte e dois pneus (22-pneus) carregando tubos de perfuração de São Luiz do Maranhão para São Miguel dos Campos em alagoas, dezenove dias de viagem na maioria dos dias em estradas completamente desertas, eu ainda tão menino com uma carreta tão grande puxando uma carga de quarenta e cinco toneladas (45 ton) pelos interiores do Brasil, na época, completamente sem estradas de asfalto, corria o ano de (1956) mil novecentos cinqüenta e seis. Mesmo sendo quase um menino, era um dos poucos carreteiros confiáveis da Petrobras para os Engenheiros Dr. Lindonor Mota, Alceu das Chagas Carvalho e o todo nervoso Dr. Paulo Lamory, um Capitão do Exercito a serviço da Cia., Muito embora meu chefe fosse Dr. Ned Cavalcante, eu era sempre o escolhido por eles para as viagens, tanto mais longo, como as mais complicadas, como atravessar (de um lado para o outro do Rio São Francisco) uma carreta na balsa de Penedo. Certo dia um carreteiro de nome Paulo, foi colocar a carreta na balsa e caiu dentro do Rio São Francisco, ficou conhecido pelos colegas como Paulo piranha. O grande segredo de colocar uma carreta em uma balsa é que a carreta tem de entrar de ré, pois do outro lado, quando a balsa encostar a carreta irá sair de frente, caso contrário, as rodas motoras ficam em cima da balsa enquanto a prancha começa a subir a rampa da saída, aí à balsa pela forças das rodas motoras, sai de baixo da carreta. Pelos meus feitos, era conhecido como o bom naquela coisa (a balsa). Quando larguei a Petrobras, resolvi botar uma oficina mecânica para mim, deu certo graças a Deus e aí comecei a comprar equipamentos modernos, montei um laboratório Bosh o qual era muito procurado pelas Usinas para revisão e conserto de bombas injetoras, bicos injetores, motores de partida e outros equipamentos que fossem Bosh. Pronto, logo apareceu um concorrente vindo não sei de onde e se estabeleceu no Tabuleiro, vieram também duas firmas de Recife especializadas no mesmo serviço. Para enfrentar a concorrência, comprei duas camionetes Chevrolet e mandava buscar os serviços nas Usinas, isso deu muito certo. Os desafios continuavam, passei a estudar, fazer faculdade e não sei como não enlouqueci estudando e trabalhando a noite, domingos, feriados e dias santos, me apareceu uma garota carioca, por ela me apaixonei e fomos morar em uma de minhas fazendas, (tinha duas) aí vieram brigas, confusões, separação etc.. Aconteceu de tudo. Constitui outra família e a conservo até hoje. Depois de enfartado, com D.p.o.c. e um aneurisma na aorta abdominal e que eu acho que tudo não passa de mais um DESAFIO para ser vencido. Agora é esperar o desafio ou o desafiante final... A morte. 

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