Dirceu Ayres
Navegando na Internet certa vez, li no Blog de Ilton Dellandréa-JUS SPERNIANDI, que - Um casal paranaense obteve judicialmente o direito de registrar seu filho com o nome de Lehgolaz (pronuncia-se Légolas), personagem da trilogia O Senhor dos Anéis-. Há o caso, que dizem ser verídico, de um pai que queria o primeiro filho homem. Nasceram-lhe três mulheres em seguida e ele vingou-se as chamando de Merdolézia, Mijolina e Bucetildes. Temos o caso do mecânico que com raiva de sua esposa colocou nos filhos nome das peças de automóvel, como seja: Pistão, válvula, mancal, biela, Pino. Há outros casos semelhantes como do caçador que colocou nomes como: Leão, Coelho, Pinto, etc. A lei permite que, ao atingir a capacidade civil, o descontente altere o nome dado pelos pais se achar que ele o põe em situações vexaminosas ou ridículas. A lei também admite que a pessoa agregue ao seu nome alcunha pelo qual é conhecido, mediante procedimento judicial, e parece não cogitar se essa inclusão coloca ou não o postulante no ridículo. Vejam o caso de Luiz Inácio da Silva. É um nome simples, que soa bem um nome que poderíamos dizer que tem melodia. Seu titular obteve o direito de agregar-lhe o nome de um cefalópode finório e liso e agora se chama Luiz Inácio Lula da Silva. Quebrou-se a harmonia e o ritmo do nome, mas dizem que é por isto que ele foi eleito (ainda não acredito) presidente do Brasil. Segundo ainda Dellandréa quando crescer o menino poderá ter de enfrentar situações vexatórias ao ter de enfrenta os “Colégulas” ou colegas mesmo, como seja: quando for preencher alguma ficha, se inscrever em concurso ou competição, ou falar no telefone, repetir e soletrar seu nome e isto é irritante até para quem tem nomes mais simples. Tanto estes quanto as crianças são cruéis quando querem demonstrar desapreço ou mesmo simplesmente gozar de seus semelhantes. Se, por exemplo, ele não for muito atirado e tiver dificuldades na aprendizagem, será logo chamado de Lelégolas. Se engordar, fatalmente será o Lébolas. Mas se for um bom jogador de futebol, poderá ser o Pelégolas ou Pelébolas. Não sei. A única coisa que sei que ele terá que, muitas vezes, A mãe do Légolas diz que escolheu o nome porque o personagem é representado no filme pelo ator mais bonito, Orlando Bloom, e pelo significado do nome: “o grande protetor”. Se for meio desligado ou com jeito de Mongol será, Mongolébola. É claro que o garoto não tem condições de avaliar essas justificativas, muito menos de se manifestar a respeito. Também é cedo para dizer se ele será igualmente bonito ou, em qualquer campo da atividade humana, um grande protetor. É possível que o Légolas adulto aprecie o nome não profundamente escolhido por seus pais. Mas terá que passar pelo crivo dos colégolas, da escola, assim que entrar nela e, principalmente, um pouco mais tarde, de seus amigos adolescentes. Consta que existe sempre alguém que gosta. Existe um caso corrente nos meios jurídicos (segundo Dellandréa) de João Bosta, que quis trocar de nome porque o detestava. Foi falar com o Promotor – naquele tempo os promotores podiam ajuizar certos tipos de ação – e expôs a situação. Anotados os fatos para justificar o pedido, o promotor perguntou qual nome o senhor João Bosta queria adotar. Ele foi rápido: Pedro Bosta.
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